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Economia

Riscos à estabilidade financeira da zona do euro estão aumentando, alerta BCE

Aumento dos custos de energia elevou a probabilidade de uma recessão para 80% e o salto nos juros destinado a conter a aceleração dos preços já está alimentando a volatilidade do mercado e os custos mais altos do serviço da dívida.

Os riscos para a estabilidade financeira da zona do euro estão aumentando à medida que a economia caminha para uma possível recessão, disse o Banco Central Europeu nesta quarta-feira (16), alertando que famílias, empresas e governos endividados correm um risco particular.

O aumento dos custos de energia elevou a probabilidade de uma recessão para 80% e o salto nos juros destinado a conter a aceleração dos preços já está alimentando a volatilidade do mercado e os custos mais altos do serviço da dívida.

“Os riscos para a estabilidade financeira na zona do euro aumentaram diante do aumento nos preços de energia, da inflação alta e do crescimento econômico baixo”, disse o BCE em sua Revisão de Estabilidade Financeira semestral. “Todas essas vulnerabilidades podem se desdobrar simultaneamente, potencialmente reforçando umas às outras”.

O setor bancário do bloco é geralmente considerado resiliente, pois construiu capital ao longo dos anos e desfruta de um aumento na lucratividade com a elevação dos juros.

Mas há potencial para problemas de longo prazo, já que os desafios econômicos afetam a renda, o que pode limitar a capacidade dos mutuários de pagar a dívida. Os credores também enfrentam custos mais altos e menor crescimento dos empréstimos à medida que as perspectivas econômicas se deterioram.

“Embora o setor bancário tenha visto recentemente uma recuperação na lucratividade com o aumento dos juros, há sinais incipientes de deterioração da qualidade dos ativos, o que pode exigir provisões maiores”, acrescentou o BCE.

Somando-se à lista de preocupações, a capacidade dos governos de manter os gastos também é bastante limitada e muitos estão fornecendo amplo apoio às famílias para cobrir os aumento dos custos de energia, criando “bolsões” de preocupações com a sustentabilidade da dívida.

Placa com logotipo do Banco Central Europeu em frente ao edifício da instituição, em Frankfurt, Alemanha 21/07/2022 REUTERS/Wolfgang Rattay

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