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Economia

TikTok: os números do app e o que está em jogo sobre o futuro dele nos EUA

Os 170 milhões de usuários americanos passam 97 minutos por dia na plataforma – contra menos de 90 minutos da média do YouTube.

Não faltam incertezas sobre o futuro do TikTok nos Estados Unidos. O fato é que a eventual proibição ou venda forçada da rede social mexeria com a vida de pelo menos 170 milhões de cidadãos americanos (51% da população) – o app da chinesa ByteDance, vale notar, é o mais baixado por lá a cada trimestre desde 2020. 

Os números são da Apptopia, citados pelo Wall Street Journal (WSJ). Eles também deixam claro o quanto os amantes do TikTok são engajados. Em média, as pessoas passam 97 minutos por dia na plataforma. 

Isso é mais do que o tempo médio gasto no Facebook e no Instagram, pertencentes à Meta. O aplicativo que mais se aproxima da média diária do TikTok é o YouTube. Mas o tempo médio de uso da plataforma de vídeos do Google não chega a 90 minutos – noves fora que em uma hora e meia consome-se muito mais videozinhos do TikTok que videozões do YT. 

Toma-lá-dá-cá

O banimento de redes sociais não é algo incomum nas relações sino-americanas. A começar pela China. Desde a virada para 2010, Facebook, Twitter e Google tiveram suas operações encerradas no país asiático. 

De um lado, aponta-se como razão a censura na internet por causa do firewall conhecido como a “Grande Muralha Digital Chinesa”, controlado por Pequim. 

De outro, especialistas como Kai-Fu Lee, autor de livros sobre tecnologia e ex-presidente do Google na China, aponta desafios culturais e avalia que o público chinês não está ávido pelas soluções apresentadas pelas empresas estrangeiras.

Anos depois, já no início desta década, foi a vez do WeChat ser proibido nos EUA. O banimento de novos downloads do aplicativo de mensagens instantâneas, pertencente à marca chinesa Tencent, ocorreu no fim de 2020, junto com o decreto contra o TikTok, durante o governo Trump. 

O então presidente tentou impedir que novos usuários baixassem ambos os apps chineses, proibindo também o uso deles nos EUA. Porém, os decretos nunca entraram em vigor e, posteriormente, foram revogados pelo atual presidente Joe Biden. 

Regulação das mídias sociais

A discussão dos legisladores do Capitólio em torno do TikTok faz parte de uma estratégia mais ampla para regular as redes sociais. É o que avalia Matt Stoller, diretor de pesquisa do American Economic Liberties Project e autor do boletim informativo BIG.

Para ele, não se trata apenas de proibir a plataforma chinesa de atuar no país, a não ser que venda suas operações em até seis meses. Mas sim de uma reforma das redes sociais. Isso exige discutir fatias de mercado, preços e publicidade.

Além disso, embora o Congresso americano não esteja apreciando uma “lei federal abrangente de privacidade”, a Casa Branca pretende promover uma “notável revolução nas proteções de privacidade”, como estabelecer padrões para a coleta e o processamento de dados confidenciais dos usuários.

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