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Economia

XP vê 3% de risco de racionamento de energia no Brasil nos próximos 12 meses

Analistas dizem que embora os reservatórios atinjam níveis historicamente baixos, há capacidade térmica para ser utilizada e evitar medidas mais dramáticas.

Reservatório de hidrelétrica 30/06/2021 REUTERS/Jesus Bustamante

Com uma matriz energética brasileira mais diversificada e um sistema de transmissão mais robusto, o país vive hoje um cenário diferente do sofrido há 20 anos, e o risco de racionamento de energia nos próximos 12 meses é de apenas 3%, disseram analistas da XP Investimentos em relatório nesta sexta-feira (02).

O governo tem adotado diversas medidas para garantir o abastecimento de energia do Brasil, diante de uma grave crise hídrica nos reservatórios das hidrelétricas do país, principais responsáveis pela geração elétrica. Até então, o governo vem descartando hipóteses de racionamento.

Na véspera, a câmara criada pelo governo para buscar medidas de garantia do suprimento chamada Creg teve sua primeira reunião, onde foram estabelecidas suas regras de funcionamento, além de nivelar o conhecimento dos participantes.

“Embora estimemos que os reservatórios atinjam níveis historicamente baixos (18% em novembro de 2021 para o Sistema Interligado Nacional (SIN) consolidado), há capacidade térmica suficiente para ser utilizada e evitar medidas mais dramáticas”, disseram os analistas da XP, Victor Burke e Maíra Maldonado.

“O modelo não encontra uma solução se a energia natural afluente (ENA) média para os próximos doze meses ficar abaixo de 50% da média de longo prazo (MLT), só então o racionamento de energia seria deflagrado. De acordo com nossas estimativas, a probabilidade de a ENA ficar abaixo de 50% (e, portanto, de termos racionamento) é de 3%.”

Dessa forma, os analistas frisaram ver como “muito improvável um racionamento de energia para os próximos 12 meses”. Segundo eles, o SIN tornou-se mais preparado para lidar com cenários de estresse do que em 2001, quando foi necessário um racionamento.

O sistema de transmissão, pontuou a XP, cresceu 136% enquanto a demanda avançou apenas 93%, reduzindo as restrições no sistema e permitindo mais flexibilidade ao seu operador (ONS). Além disso, há 20 anos, 83% da capacidade instalada era proveniente de fontes hídricas, hoje apenas 65% da matriz energética provém de hidrelétricas, graças à adição de fontes térmicas, eólicas e solares ao sistema.

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