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Estadão Economia

O apoio estratégico do governo federal é fundamental para abrir novos mercados para a Embraer, segundo o presidente da fabricante de aeronaves, Francisco Gomes Neto.

"Nosso reconhecimento está associado ao desenvolvimento do Brasil", afirmou durante evento promovido na sede da Embraer nesta sexta-feira para anunciar a entrega de 13 aeronaves para a Azul.

Ao defender a parceira entre o público e o privado no setor, o executivo ressaltou ainda que o mercado de fabricação de aeronaves é muito pouco competitivo, na medida em que os dois outros maiores nomes do mercado (Airbus e Boeing) são quase 10 vezes maiores do que a brasileira.

Produção nacional

Segundo Gomes Neto, a Azul é a única aérea brasileira a comprar aeronaves da Embraer. "Nossos aviões são adquiridos principalmente por estrangeiros", afirmou.

Na mesma linha, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, disse que somente 12% dos aviões da aviação brasileira são da Embraer. Ele destacou a necessidade de fomentar a produção nacional e a aviação como um todo. "Não tenho dúvida de que, nesse governo, chegaremos a mais de 140 milhões de passageiros por ano", complementou.

O Senado apresentou, na noite desta sexta-feira, 26, um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do ministro Cristiano Zanin que atendeu ao governo e suspendeu a desoneração da folha de empresas e prefeituras. A decisão de recorrer da decisão havia sido anunciada mais cedo pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

No recurso, advogados do Senado alegam, inicialmente, que a decisão monocrática de Zanin, submetida hoje ao plenário, não observa os preceitos legais e sequer ouviu o Congresso e a Procuradoria-Geral da República (PGR).

"A lei que rege o processo constitucional de controle concentrado pelos instrumentos de ADI (Ações Diretas de Inconstitucionalidade) e de ADC (Ações Declaratórias de Constitucionalidade), jamais previu a possibilidade de deferimento de medida cautelar por decisão monocrática do relator", diz o Senado na petição.

Por causa dessas questões técnicas, os advogados do Senado pedem que a decisão liminar de Zanin seja anulada e que haja novo prazo legal para manifestação dos interessados na ação (como as duas Casas do Congresso e a Presidência da República).

A Casa Alta do Congresso contestou o fato de se manifestar somente após a decisão monocrática de Zanin e ainda argumentou que sua posição só pôde ser protocolada após outros ministros do STF já terem votado no caso.

"Não há convalidação possível desta nulidade, pois o prejuízo decorrente do descumprimento do rito legal já se faz sentir, na medida em que diversos ministros já apuseram seus votos no Pleno Virtual sem que fosse dada a oportunidade de prévia manifestação das duas Câmaras do Poder Legislativo", alegou.

Além disso, do ponto de vista de mérito, a Advocacia do Senado afirma que o artigo 113 da Constituição, citado pela Advocacia-Geral da União na ação proposta ao STF, "não exige que sejam apontadas fontes de compensação" fiscal para medidas com renúncia, como é o caso da desoneração.

A Casa rejeita o argumento do governo de que a lei da desoneração é inconstitucional porque não previu o impacto financeiro da medida. Isso porque haveria, de acordo com o Senado, "inequívoco espaço fiscal para que seja acomodada sem risco de prejuízo ao interesse público".

"Dessa forma, é desenganadamente equivocada a ilação de que a lei em comento tenha de algum modo imposto um gasto excessivo ou desarrazoado ao Executivo, ou que possa causar 'o esvaziamento do regime fiscal' da União", justificou.

"A sua finalidade é apenas a de assegurar que o Congresso Nacional tenha prévio e adequado conhecimento acerca do impacto orçamentário e financeiro de proposta que crie ou altere despesa obrigatória ou renúncia de receita. Trata-se, portanto, de requisito formal", justificou.

Os advogados do Senado usaram ainda uma decisão do ministro aposentado Ricardo Lewandowski, atualmente chefe do Ministério da Justiça e Segurança Pública do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No julgamento de outra ação que tratava de uma das prorrogações da desoneração dos 17 setores, Lewandowski argumentou que a extensão do benefício acabava "não se enquadrando, a toda evidência, no conceito de novo benefício".

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a ampliação dos voos regionais pelo Brasil como forma de incentivar o turismo nacional. Na avaliação de Lula, tanto o governo como os empresários têm culpa e, para isso, precisam mudar o discurso e incentivar o turismo interno.

"O Brasil tem quase 6 mil municípios, 27 capitais, cidades de 200 mil habitantes, 250 mil habitantes, 300 mil habitantes. A gente precisa ter voos regionais como tem no mundo inteiro para voar internamente. Nossos companheiros do Turismo, Marcelo Freixo, presidente da Embratur, a gente precisa intermediar um pouco", disse Lula, em evento de entrega de aeronave da Embraer à Azul em São José dos Campos (SP), na sexta-feira, 26.

"Em vez de a gente querer viajar para ver o museu do Louvre, em Paris, para Disney, que é muito importante, era preciso que o povo conhecesse o Brasil", defendeu o petista.

Na avaliação do chefe do Executivo, tanto o governo como os empresários têm culpa por não despertarem na população a importância econômica de viajar pelo País. Para Lula, é preciso mudar os discursos da Embratur, da Gol, da Embraer, dos ministérios da Fazenda e do Turismo, além do próprio presidente da República, "e fazer um novo aprendizado sobre o Brasil".

Lula reclamou da qualidade da frota de aviões. Segundo ele, é preciso trabalhar "para que a Gol volte a comprar avião da Embraer, para que a Latam volte a comprar da Embraer, para que o governo volte a comprar avião para renovar a frota". "Está muito ruim a frota, cara, precisamos comprar mais", lamentou o chefe do Executivo. De acordo com Lula, "se Haddad ajudar, podemos comprar mais aviões".

O presidente também aproveitou a fala para lamentar a saída de engenheiros do Brasil, após o País investir na formação dos profissionais. Em sua visão, é preciso discutir a situação, pois "não é honesto roubar nossos engenheiros sem ter gastado um centavo para formá-los".

A agência americana Corporação Federal de Seguro de Depósitos (FDIC, na sigla em inglês) anunciou que o Fulton Bank vai assumir todos os depósitos e todos os ativos do Republic First Bank. A FDIC havia confiscado o banco em março, após uma tentativa fracassada de levantar seu balanço. Segundo a FDIC, em 31 de janeiro de 2024, o Republic Bank tinha aproximadamente US$ 6 bilhões em ativos totais e US$ 4 bilhões em depósitos totais.

A nota da agência afirma que, a partir de sábado, dia 27, as 32 agências do Republic First em Nova Jersey, Pensilvânia e Nova York reabrirão como agências do Fulton Bank. Os clientes do banco migrarão para o Fulton automaticamente.

O Republic First enfrentou alguns dos mesmos problemas que os três bancos regionais que quebraram no ano passado: perdas no papel em títulos que perderam valor à medida que as taxas de juro subiram e elevadas proporções de depósitos não segurados que podem fugir rapidamente.

Por orientação da União, a assembleia geral ordinária (AGO) do Banco do Brasil concedeu reajuste apenas parcial aos membros da diretoria do banco. A remuneração fixa da presidente, dos vice-presidentes e dos diretores para o período entre abril deste ano e março do ano que vem recebeu aumento de 4,62%, em linha com a inflação.

O montante global que o BB poderá destinar à remuneração dos administradores será de R$ 76,2 milhões, mais de 19% abaixo do que o banco havia proposto, de R$ 94,5 milhões. O total fixado seguiu orientação do acionista controlador, o governo, de acordo com ata da assembleia publicada pelo banco.

A remuneração da diretoria do BB está abaixo da média praticada pelos bancos privados de porte similar. No ano passado, o banco foi autorizado a desembolsar R$ 73,7 milhões, enquanto o Itaú Unibanco recebeu aval para fazer pagamentos de R$ 495 milhões; o Bradesco, de até R$ 732,3 milhões; e o Santander Brasil, de até R$ 517,5 milhões.

Nos últimos anos, o BB tem solicitado reajustes nos salários de membros da diretoria sob a argumentação de que a remuneração dos diretores está muito próxima dos gerentes de unidades estratégicas, cargos mais altos entre os funcionários celetistas do banco, apesar de os diretores estatutários acumularem responsabilidades maiores.

A proximidade se dá pelo fato de que entre 2016 e 2022, a remuneração da diretoria do banco não foi reajustada. Os pedidos do banco têm sido rejeitados pela União, que concede reajustes menores que os solicitados ao longo desse período. Essa discrepância tem feito com que executivos deixem o banco rumo à iniciativa privada.

Os montantes que os bancos e as empresas de capital aberto são autorizados a destinar aos executivos de alto escalão não necessariamente são desembolsados em sua totalidade. Boa parte das remunerações é variável, e só é paga mediante o cumprimento de metas de desempenho.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma mea-culpa do governo em relação ao alto preço do arroz no Brasil. Em sua avaliação, a gestão federal deu uma "vacilada", pois deveria ter importado mais arroz da Venezuela.

"O arroz estava meio caro e o feijão estava meio caro. Por isso que tem muita gente zangada, porque o feijão está caro", contextualizou o presidente em evento de entrega de aeronave da Embraer à Azul em São José dos Campos (SP), nesta sexta-feira, 26. "O alto preço do feijão é porque diminuiu a nossa área plantada, e a gente deu uma vacilada porque a gente deveria ter importado arroz mais barato da Venezuela."

Lula, contudo, afirmou que o governo ficou na expectativa de que, no início da colheita de arroz no Brasil, o preço do produto fosse baixar. "Começou a baixar? Começou a baixar. Eu já estou comendo picanha com cerveja. Obviamente, quem não come picanha pode comprar uma verdura saudável plantada pela agricultura familiar", disse.

No discurso, Lula falou que, muitas vezes, quando se tem o produto pronto, costuma-se menosprezar o esforço até chegar ao produto final. "Muitas vezes, o pessoal fica meio nervoso com relação ao crescimento do agronegócio", disse numa referência aos pequenos produtores. Segundo Lula, os detentores de grandes terras na região do Centro-Oeste, em diversas ocasiões, são vistos como "inimigos". "E você não leva em conta, muitas vezes, a história que essa pessoa fez para chegar daquele jeito."

A queda de 0,07% na energia elétrica residencial na prévia da inflação oficial em abril foi decorrente de reduções registradas em oito das 11 regiões pesquisadas no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta sexta-feira, 26, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado do subitem figurou entre as principais surpresas ante as projeções para a inflação feitas por analistas do mercado financeiro.

Questionado pelo Broadcast, o IBGE informou que houve redução da alíquota do PIS/Cofins (que incide sobre a tarifa de energia elétrica) em algumas áreas onde o IPCA-15 é coletado. Esse seria o motivo das quedas na conta de luz em diferentes localidades, puxando para baixo a média global do subitem energia elétrica. "Em algumas áreas onde o IPCA-15 é coletado houve redução da alíquota do PIS / Cofins que incide sobre a tarifa de energia elétrica. Por isso, os índices recuaram nessas áreas, puxando para baixo o IPCA-15 desse subitem", explicou o instituto.

Apenas três regiões registraram aumentos de preços na energia elétrica residencial no IPCA-15 de abril: Rio de Janeiro (2,34%), Brasília (0,15%) e Curitiba (0,94%). Os oito locais investigados com reduções na conta de luz foram Recife (-0,54%), Belém (-1,12%), Salvador (-0,21%), São Paulo (-0,57%), Belo Horizonte (-0,32%), Goiânia (-0,97%), Porto Alegre (-0,76%) e Fortaleza (-0,77%).

O IPCA-15 registrou alta de 0,21% em abril, após ter subido 0,36% em março. O resultado ficou abaixo da mediana das estimativas dos economistas consultados pelo Projeções Broadcast, que apontava aumento de 0,29%. As estimativas iam de alta de 0,16% a 0,38%.

"O desvio (do IPCA-15) em relação à nossa projeção se concentrou em passagens aéreas, cuja deflação veio maior que a esperada, assim como alimentação fora do domicílio, energia elétrica e veículos", apontou, em comentário, o chefe de pesquisa macroeconômica da Kínitro Capital, João Savignon.

Para Luciana Rabelo, economista do departamento de Pesquisa Macroeconômica do Itaú Unibanco, o IPCA-15 de abril veio mais brando do que o esperado devido à queda, principalmente, em passagem aérea (-12,20%), mas também energia elétrica (-0,07%) e gasolina (-0,11%).

"As principais surpresas baixistas em relação à nossa projeção vieram de preços monitorados, especialmente gasolina e energia elétrica", corroborou o economista Alexandre Maluf, da XP Investimentos, em nota.

A estrategista de inflação da Warren Investimentos, Andréa Angelo, também apontou a energia elétrica como uma das principais surpresas baixistas no IPCA-15 deste mês. "Esperávamos alta de 0,65%", escreveu Angelo, em comentário.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou por meio de nota que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu a desoneração da folha dos municípios e de setores produtivos traz "grave insegurança jurídica". A entidade manifestou preocupação com a decisão e disse que a reoneração da folha é prejudicial para o ambiente econômico do País.

O ministro Cristiano Zanin, do STF, suspendeu ontem a desoneração da folha dos municípios e dos setores produtivos, atendendo a pedido do governo, sob o argumento de que a medida é inconstitucional porque não demonstrou o seu impacto financeiro. A decisão começou a ser analisada no plenário virtual da Corte e outros três ministros - Flávio Dino, Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso - já votaram para manter a decisão de Zanin. Se não houver pedido de vista ou destaque, o julgamento vai até dia 6 de maio.

Para a indústria, a medida "aumenta o custo da mão de obra, afeta a competitividade dos produtos e dos serviços brasileiros no mercado interno e no comércio internacional e prejudica o ambiente econômico do País". A CNI diz que a suspensão da desoneração tem causado preocupação em diversas instituições representativas do setor privado.

A entidade estima que a reoneração da folha de pagamentos aumentará o custo com a contribuição patronal para a previdência em 27%, na média dos setores excluídos ou mantidos no incentivo e onerados gradativamente.

"A indústria sofre com competição desigual com as importações, sobretudo por meio do comércio eletrônico internacional, que não está sujeito aos mesmos tributos pagos pelo setor produtivo nacional. A decisão que suspendeu a desoneração é considerada equivocada, pois aumenta o custo tributário do setor produtivo, que é o principal motor de riquezas e abertura de empregos, aspectos essenciais para o desenvolvimento socioeconômico e sustentável do Brasil."

A CNI ainda defende que a decisão do Congresso, que prorrogou a desoneração da folha até 2027, seja respeitada pelo Executivo e Judiciário, garantindo às empresas segurança jurídica e previsibilidade. Reitera ainda que qualquer alteração deve ser debatida amplamente com o Congresso Nacional.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a aprovação da reforma tributária no Congresso Nacional é mérito dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. A fala, contudo, ocorre dias depois de o chefe do Executivo ter cobrado seus ministros a dialogar mais com o Legislativo.

"Nós conseguimos fazer, pela primeira vez na história do Brasil, uma reforma tributária muito rápida", disse Lula, em evento de entrega de aeronave da Embraer à Azul em São José dos Campos (SP), na sexta-feira, 26. "Nós conseguimos dialogando, conversando, não virando o nariz para ninguém, não empinando o nariz, conversar com todo mundo e conseguir aprovar uma política tributária", completou.

Em sua avaliação, o mérito da aprovação é do corpo de ministros do governo, citando o trabalho de Haddad e Padilha. "Aprovação da reforma tributária é Mérito do Padilha, que trabalhou muito, do Haddad, que conversou muito, do Rui Costa Casa Civil e dos ministros que foram atrás para conversar com o Congresso", comentou o presidente.

Na segunda-feira, 22, porém, Lula cobrou a participação de alguns de seus principais ministros na articulação política. "Isso significa que o vice-presidente Geraldo Alckmin tem de ser mais ágil, tem de conversar mais. O Haddad tem de, sabe, ao invés de ler um livro, ele tem de perder algumas horas conversando no Senado e na Câmara. O Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento Social, o Rui Costa passar uma parte do tempo conversando", disse o presidente da República.

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), acabou de divulgar a pauta de julgamentos previstos para o mês de maio. Entre eles está a ação que discute a Lei das Estatais, a contribuição previdenciária sobre o terço de férias e um processo com impacto de R$ 20,9 bilhões para a União que trata do Funrural.

O julgamento de ação que questiona as travas impostas pela Lei das Estatais à nomeação de políticos para cargos diretivos deve ser retomado no dia 8 de maio, como antecipou o Broadcast. A ação que discute a incidência da contribuição previdenciária patronal sobre o terço de férias foi pautada para o mesmo dia. Ainda no dia 8, está previsto o julgamento de um pacote de ações que questionam a Reforma da Previdência, de 2019.

Já o julgamento sobre a contribuição ao Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural) do empregador rural pessoa física foi marcado para o dia 22. De acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, o possível impacto dessa ação para a União é de R$ 20,9 bilhões.

No dia 15, pode ser retomada a análise do decreto do ex-presidente Jair Bolsonaro que concedeu indulto a policiais militares condenados pelo massacre do Carandiru, ocorrido em 2 de outubro de 1992. O decreto foi suspenso por liminar da ministra Rosa Weber em janeiro de 2023.

Já no dia 29, os ministros podem retomar julgamento sobre o direito de transexuais serem tratados socialmente de forma condizente com sua identidade de gênero. O recurso discute a reparação de danos morais a uma mulher transexual que teria sido constrangida por funcionário de um shopping center em Florianópolis (SC) ao tentar utilizar um banheiro feminino.

Após dizer que o seu trabalho no ministério da Fazenda está chegando ao fim, o secretário extraordinário da reforma tributária, Bernard Appy, afirmou que, desde o começo, a passagem pela pasta seria temporária.

Em entrevista após participar de um encontro com advogados tributaristas na FGV Direito, Appy explicou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sabe, desde que o convidou, que seria para uma única missão - no caso, a reforma dos impostos que recaem sobre o consumo, da qual ele é um autor intelectual.

"Cumprida a missão, eu sairia. Isso continua valendo, e ele Haddad sabe disso desde o começo", disse Appy. Apesar disso, ele promete seguir no cargo até o fim do ano para ajudar tecnicamente na tramitação do projeto de regulamentação da reforma tributária, entregue nesta semana ao Congresso.

Nesse período, ele pretende deixar também pronta a proposta de mudanças no imposto de renda, o próximo capítulo da reforma tributária. Segundo Appy, a reforma do imposto de renda está sendo trabalhada desde o ano passado, mas ainda não está pronta para ser levada ao Congresso, um passo que também dependerá, conforme pontuou, de decisão política.

O secretário extraordinário da reforma tributária, Bernard Appy, disse nesta sexta-feira, 26, que a ideia de incluir os automóveis na lista de produtos que pagarão o imposto seletivo incorpora ao novo arcabouço o desenho do regime automotivo conhecido como Mover.

O programa lançado pelo governo, no fim do ano passado, para a indústria automotiva prevê variações de alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) a depender de critérios como emissões e reciclabilidade das peças dos veículos. O IPI será, no entanto, extinto com a transição ao novo modelo tributário.

Dessa forma, o imposto seletivo, criado para compensar o fim do IPI, baseia-se também em critérios de sustentabilidade, incorporando o objetivo de "premiar" carros menos poluentes dentro da nova legislação.

Hoje, ao participar de um evento na FGV Direito, Appy observou que a intenção é diferenciar o imposto seletivo cobrado dos automóveis com baixa pegada de carbono. "Sou a favor da renovação da frota se o veiculo emitir menos ... Estamos trazendo o desenho do Mover para dentro imposto seletivo", declarou o secretário do ministério da Fazenda.

Pela proposta levada ao Congresso, as alíquotas do imposto seletivo vão variar de acordo com a eficiência energética, a reciclabilidade dos componentes e a pegada de carbono dos automóveis. Ou seja, carros mais "limpos" vão pagar menos.

A alíquota pode ser zerada se os automóveis forem considerados sustentáveis, enquadrando-se em índices de emissões, reciclabilidade e realização de etapas fabris no Brasil.

A Fitch Ratings reiterou em AA- a nota soberana de longo prazo em moeda estrangeira da França, com perspectiva estável. Segundo a agência, a avaliação é sustentada pela economia grande e diversificada do país europeu, apesar da crescente dívida pública e uma dificuldade em implementar consolidação fiscal.

A instituição reduziu a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) francês este ano, de 1,1% para 0,8%, diante dos efeitos da fraqueza da economia da Alemanha. Para 2025, a Fitch espera uma expansão mais forte de 1,5%, em um cenário de juros e inflação mais baixos.

A agência afirma que a França tem o segundo maior nível de dívida geral do governo como proporção do PIB entre os soberanos com rating AA, em 110,6% no final de 2023. A previsão é de que essa métrica suba a 112,8% até 2027, de acordo com a análise.

"A França mantém o acesso a mercados de capitais profundos e líquidos, tanto a nível interno como externo, o que mitiga em grande medida os riscos decorrentes da eliminação progressiva por parte do BCE dos seus programas de compra de ativos", acrescenta.

A Fitch ressalta ainda que considera improvável que o governo francês consiga manter o déficit fiscal abaixo do teto de 3% estabelecido pela União Europeia.

A rival Moody's também concluiu hoje a revisão periódica da nota Aa2 da França, mas não tomou nenhuma ação de rating. De acordo com a agência, reformas estruturais começaram a lidar com os desafios como desemprego alto no país, mas o progresso pela sustentabilidade da dívida pública ainda é limitado.

A Fitch Ratings reafirmou a nota de crédito 'AAA' da Suíça, com perspectiva estável, na noite desta sexta-feira. A agência afirmou acreditar que, embora o grande setor bancário seja um passivo contingente de longa data para o governo soberano, a integração do UBS e o Credit Suisse está a prosseguindo sem representar riscos materiais para o setor mais amplo ou para o balanço soberano.

"As notas 'AAA' da Suíça refletem uma economia de alto valor agregado, com indicadores de renda e governança acima do nível mediano de seus pares avaliados, uma posição de credor externo líquido muito forte e o status de moeda de reserva do franco suíço", disse a Fitch em comunicado.

"Um histórico de políticas econômicas e fiscais prudentes apoia a estabilidade macroeconômica, e os níveis de dívida pública da Suíça são o segundo mais baixos entre os governos soberanos com classificação 'AAA'", acrescenta a agência.

Os juros tiveram queda firme, em meio a um conjunto de fatores que favoreceram o descarregamento de prêmios acumulados na semana, com destaque para a leitura benigna dos dados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos. Pelo lado fiscal, foi bem recebida a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender a desoneração da folha de pagamentos dos municípios, o que ajudou a aliviar a curva.

No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava em 10,200%, de 10,32% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2026 recuava de 10,61% para 10,43%. O DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 10,80%, de 10,95%, e o DI para janeiro de 2029, taxa de 11,33%, de 11,44%.

O IPCA-15 de abril, de 0,21%, ficou abaixo da mediana das estimativas (0,29%), com composição considerada favorável, ainda que serviços subjacentes, aos quais o Banco Central dá especial atenção, sigam rodando perto de 5% no acumulado em 12 meses, em 4,93% segundo o banco BV.

O resultado recolocou as apostas de queda de 0,50 ponto porcentual da Selic no Copom de maio, conforme indicado pelo forward guidance, novamente no jogo, sendo ainda minoritárias. Por volta das 16h, a curva projetava corte de 29 pontos-base, representando 84% de chances de redução de 25 pontos e 16% de probabilidade de queda de 50 pontos. Para o Copom de junho, a precificação de -14 pontos ainda mostrava um quadro dividido entre corte de 25 pontos e manutenção da taxa. Para a o fim do ano, a projeção era de taxa terminal de 10,25%, ante 10,50% no fim da tarde de ontem.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reconheceu hoje que o IPCA-15 de abril "veio um pouquinho melhor", mas disse que é preciso ver a tendência de inflação se materializar já que as expectativas estão longe do centro da meta e indicou que o que mais pesa é a inflação subjacente.

Nos Departamentos Econômicos, os profissionais admitem que o IPCA-15 eleva as chances de o Copom manter a dose de 0,5 ponto em maio, mas ainda assim há alguma reticência, na medida em que as incertezas externas, fiscais e sobre preços de serviços seguem elevadas.

Para a Azimut Wealth Management, diante do cenário de juros altos por mais tempo nos EUA, os números de inflação domésticos, embora favoráveis no agregado, mantêm as dúvidas sobre preços dos serviços, combinação que sugere a adoção de postura cautelosa do Copom em maio. "A decisão ainda está em aberto, mas a comunicação recente, principalmente do Roberto Campos Neto, presidente do BCB, sugere que aumentou a chance de uma redução do ritmo para 25 pontos-base", afirma Gino Olivares, economista-chefe.

A reação ao IPCA, porém, foi autorizada pela redução no estresse do ambiente externo, após o índice PCE de março nos EUA ter vindo em linha com o esperado nos dados mensais, embora com a leitura anual superando marginalmente as previsões. Somado ainda à piora no sentimento do consumidor medido pela Universidade de Michigan em abril, as apostas de queda de juros nos EUA em setembro voltaram a ganhar força, mas o mercado segue dando maior probabilidade a apenas uma redução de 25 pontos até dezembro. A taxa da T-Note de dez anos cedeu e voltou a ficar abaixo de 4,70%, situando-se em 4,67% perto das 17h.

A economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, lembra que ontem o mercado havia se assustado com a aceleração do índice PCE do primeiro trimestre e hoje veio um dado mais atualizado e em linha com o esperado. "Só o fato de não ter vindo acima acabou caindo bem no mercado e, junto com os outros dados, deu alívio às moedas. Essa valorização do real também dá força ao fechamento da curva", afirma. O dólar fechou hoje em baixa de 0,91%, aos R$ 5,1163.

A semana termina com redução no desconforto fiscal, após o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), indicar que são poucas as chances de PEC do Quinquênio avançar na Casa. Adicionalmente, foi considerada uma vitória do governo a decisão do ministro do STF Cristiano Zanin, ontem, de suspender a desoneração da folha de pagamentos dos municípios e de setores produtivos até 2027.

Segundo a Warren Investimentos, a decisão corrobora argumentos técnicos colocados pela Advocacia-Geral da União (AGU) e beneficiará as contas públicas em até R$ 20 bilhões, mas ainda precisará ser confirmada pelo pleno do STF. O Senado, porém, promete reagir. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que entrará com recurso no Supremo contra a decisão de Zanin.

Com leituras favoráveis do IPCA-15 em abril e, nos Estados Unidos, do PCE de março, métrica preferida do BC americano para monitorar os preços ao consumidor, a melhora do humor externo e doméstico contribuiu para que o Ibovespa interrompesse hoje série diária de três leves perdas, em alta de 1,51%, aos 126.526,27 pontos no fechamento, que o colocou no campo positivo também na semana (+1,12%). Assim, o índice da B3 superou sequência negativa das três semanas anteriores, limitando a perda do mês, que chega ao fim na próxima terça-feira, a 1,23%.

Na máxima desta sexta-feira, o Ibovespa foi aos 126.826,13 pontos, no maior nível intradia desde 12 de abril - o patamar de fechamento da sessão também foi o maior desde o dia 11 do mesmo mês. Moderado, o giro financeiro ficou restrito a R$ 19,6 bilhões na sessão, em que o Ibovespa saiu de mínima, na abertura, aos 124.650,92. No ano, o índice da B3 ainda acumula perda de 5,71%. Em porcentual, o avanço desta sexta-feira foi o maior desde 8 de abril (1,63%).

As principais ações da carteira Ibovespa mostraram ganhos na sessão, na faixa de 1% a 2% em boa parte do dia. Vale ON subiu 0,84%, reduzindo a perda da ação na semana a 0,98%, enquanto Petrobras ON e PN tiveram alta, hoje, de 1,46% e 0,78%, com ganhos semanais de 2,41% e 2,17%, respectivamente. Entre os grandes bancos, Itaú PN mostrou alta de 1,67% na sessão e de 2,09% na semana, enquanto Bradesco PN subiu hoje 1,61%, avançando 1,76% no mesmo intervalo. Na ponta do Ibovespa nesta sexta-feira, Azul (+5,97%), MRV (+5,54%) e Hypera (+5,16%). No lado oposto, Pão de Açúcar (-2,47%), Casas Bahia (-1,45%) e Klabin (-0,69%).

"Alimentado pelo IPCA-15 abaixo do esperado para abril, a Bolsa teve uma alta como há algum tempo não se via. A inflação segue bem comportada no Brasil, mas há sinais um pouco mistos, com o Roberto Campos Neto presidente do BC tendo enfatizado, recentemente, que o movimento de ajuste na política monetária vai depender muito, daqui pra frente, dos dados de fora, especialmente nos Estados Unidos", diz Felipe Moura, analista da Finacap. "Tivemos um dia de respiro, de alívio, antes da decisão e da comunicação do Federal Reserve, na próxima semana, sobre a taxa de juros por lá", acrescenta.

Nesse contexto, o quadro das expectativas para as ações no curtíssimo prazo, no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira, está mais equilibrado em relação ao levantamento da semana passada. Entre os participantes, a maioria (42,86%) espera estabilidade para o Ibovespa na próxima semana, enquanto 28,57% preveem alta e outros 28,57%, queda. No último Termômetro, o quadro estava dividido entre variação neutra e alta (50% a 50%), sem respostas indicando baixa.

Ainda assim, além do PCE de março melhor do que se chegou a temer, o IPCA-15, considerado como prévia da inflação oficial do Brasil, foi um fecho estimulante para semana que se aproximava do fim em meio a receios sobre a resiliência da alta de preços ao consumidor nos Estados Unidos, e tendo como pano de fundo a desaceleração econômica indicada na leitura preliminar do PIB americano do primeiro trimestre, divulgada ontem.

Aqui, o IPCA-15 referente a abril contribuiu para fechamento adicional da curva de juros doméstica nesta última sessão da semana, observa Ana Paula Carvalho, sócia da AVG Capital. "Diante desse dado, acredito que o BC continue no ritmo de queda de 0,50 ponto porcentual para a Selic na próxima reunião do Copom, o Comitê de Política Monetária, nos dias 7 e 8 de maio", acrescenta.

Ainda que a semana tenha terminado em chave mais favorável, diz Cesar Mikail, gestor de renda variável da Western Asset, é preciso que se coloque tal recuperação parcial em perspectiva. "A curva de juros doméstica abriu em 60 bps basis points e fechou uns 15 bps disso, e se olharmos para o Ibovespa, não tem conseguido ir além dos 125 ou 126 mil pontos. Há prosseguimento da saída de recursos estrangeiros da Bolsa - e sem atratividade para que retornem, o que se reflete no baixo giro financeiro que tem sido visto na B3", diz.

Ele observa que, mesmo quando comparado a outros mercados latino-americanos de portes distintos, como os de Argentina e Colômbia, ou de liquidez e tamanho mais próximo, como o do México, o retrato que emerge para o Brasil não é favorável. "O ano começou com o cenário de três ou quatro cortes de juros nos Estados Unidos e, agora, a expectativa majoritária é de que ocorra apenas um - ou talvez nem isso. Quando vem uma chacoalhada como essa, o investidor, que a princípio buscava surfar onda que poderia favorecer os emergentes como um todo, passa a fazer distinção em cima de fundamentos, como os fiscais, olhando cada país", acrescenta.

Dessa forma, aponta o gestor, enquanto se vê uma agenda de gosto do mercado em um país até há pouco tempo à margem, como a Argentina, agora com produção de superávits primários, queda de juros e da inflação, ainda que o vizinho não seja comparável à dimensão do mercado brasileiro, tem-se uma percepção menos positiva do País, que se agrava quando emergem ruídos e desgastes públicos para peças bem avaliadas pelos investidores, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates - que, de certa forma, terminam a semana em posição melhor, com a aprovação da distribuição de 50% dos dividendos extraordinários da estatal, de efeito positivo também para o caixa do Tesouro.

"A razão histórica de Preço/Lucro do Ibovespa era de 10 a 10,5 vezes, e tem estado em 8 vezes há uns três anos. Tem havido um aumento do desconto em relação ao S&P 500, que tinha P/L a 16 vezes e que agora tem avançado para 19 ou mesmo 21 vezes. Quando se olha a Bolsa aqui em dólar, mesmo já muito descontada, estamos perdendo para os argentinos, colombianos e mexicanos", diz. "Quando se olha para os juros, é até possível cortar a taxa, mas o que vale mesmo é o juro longo, quanto se cobra de prêmio. E para que isso melhore, seria preciso mais crescimento econômico, sem perder de vista o bom senso fiscal."

A concessão de uma liminar, pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendendo a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia provocou uma forte reação dos setores envolvidos. A avaliação é que a decisão gera uma situação de insegurança jurídica e coloca em risco empregos e o equilíbrio econômico-financeiro das empresas. Um cálculo da União Geral dos Trabalhadores (UGT) aponta para a possibilidade de perda de 1 milhão de empregos no País sem a desoneração. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, prometeu recorrer da decisão de Zanin.

"Esperamos que no julgamento do mérito da ação impetrada pelo governo contra os efeitos da Lei 14.784/2023, que prorrogou a desoneração até 2027, esta seja mantida pelo STF", disse, em nota, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). "Caso contrário, as consequências econômicas e sociais serão graves, com agravamento do desemprego."

De acordo com a associação, cabe considerar que "as empresas, embasadas na promulgação soberana de uma lei pelo Congresso Nacional, já fizeram investimentos, contrataram pessoas e se planejaram para um ambiente regulatório, até 2027, no qual os custos trabalhistas referentes à contribuição previdenciária patronal seriam menores. Portanto, um retrocesso da legislação seria altamente nocivo, evidenciando por que a insegurança jurídica tem sido um dos fatores mais corrosivos da competitividade e agravamento dos custos das empresas que operam no Brasil".

Segundo a Abit, ao judicializar essa questão, "o Executivo cria um cenário de total imprevisibilidade, que gera incertezas, abala a confiança dos setores produtivos e conspira contra a manutenção e criação de empregos".

Para a presidente da Federação Nacional de Call Center, Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática (Feninfra), Vivien Mello Suruagy, a decisão de Zanin mostra falta de sensibilidade com as empresas e, principalmente, com os trabalhadores. "Estamos em choque com essa decisão, que vai estimular a quebra de empresas e causar demissões. Haverá paralisação de investimentos essenciais e uma perda de credibilidade do País, por causa da insegurança jurídica", disse, em nota.

Vivien Suruagy lembra, ainda, que a decisão liminar contraria a vontade de grande parte do Congresso. "Onde está o respeito à maioria dos parlamentares, que aprovaram no ano passado a continuidade da desoneração até 2027 e, posteriormente, derrubaram o veto presencial que restringia seus efeitos?"

A executiva ressaltou, na nota, que o próprio Supremo, por meio do então ministro Ricardo Lewandowski, já julgou em 2021 a constitucionalidade da desoneração. "O governo está alegando, agora, a inconstitucionalidade da medida. Vai mudar o que já foi decidido por Ricardo Lewandowski, que agora é ministro da Justiça?", argumentou. "É uma incoerência de um governo que, historicamente, sempre defendeu a bandeira do emprego."

Outro setor atingido, o calçadista, também reagiu. O presidente executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, disse que a medida é um retrocesso, já que a desoneração da folha de pagamentos já havia sido amplamente discutida - e aprovada - no Congresso Nacional, inclusive com parlamentares da base de apoio do Governo Federal.

"É um balde de água fria para o setor calçadista, que recentemente reportou a criação de mais de 5 mil empregos no primeiro bimestre do ano, no que parecia ser o início de uma recuperação lenta e importante depois de um ano de 2023 de dificuldades", disse, em nota. Segundo o executivo, a decisão do STF ilustra o crescimento dos custos produtivos no Brasil. "O assunto estava pacificado após ampla mobilização e discussões no Congresso Nacional, mas infelizmente o Governo Federal não respeitou a vontade do parlamento. É uma medida que enfraquece a política e a própria democracia."

O presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Marcelo Rech, foi outro que criticou a decisão de Zanin. "O entendimento geral é que a extensão da desoneração dos 17 setores é plenamente constitucional. A manutenção da desoneração tem sido decisiva na geração e preservação de empregos", disse.

Flavio Roscoe, presidente da Federação das Indústrias dos Estados de Minas Gerais (Fiemg), disse que a decisão liminar de Zanin é um equívoco e gera insegurança jurídica. "A desoneração já existe há mais de 10 anos, foi aprovada pelo Congresso e criada pelo próprio governo que está questionando. Essa questão está mais do que fundamentada. Na nossa leitura, isso cria uma instabilidade jurídica enorme e acreditamos que esse não é o melhor caminho."

Para ele, na prática, esse valor não estava previsto no Orçamento federal, já que a desoneração existe há uma década. Nesse caso, não há supressão de receita, que é o argumento do governo ao STF. "O governo apenas manteve um incentivo já vigente, não houve uma isenção adicional. Nesse sentido, a inconstitucionalidade não existe, tanto é que o governo não a adotou na primeira iniciativa, ele tentou mudar a medida no Congresso. Como não deu certo, ele decidiu judicializar."

Trabalhadores

Além das empresas, a suspensão da desoneração também preocupa sindicatos de trabalhadores, por seus potenciais efeitos nos empregos. "A desoneração da folha permite que as empresas mantenham e, principalmente, aumentem o nível de emprego", disse, em nota, Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT). "Até um estudante de economia em formação sabe que emprego gera renda, renda impulsiona o consumo, e o consumo resulta em impostos, os quais o governo afirma perder com a desoneração da folha. Logo, há uma incoerência na decisão."

Para Patah, a decisão do ministro Zanin tem efeito imediato. "Já na próxima semana é possível que ocorra um aumento no volume de demissões em todo o país. A UGT, representando 12,5 milhões de trabalhadores de todos os setores econômicos, espera que o STF julgue a ação de forma definitiva, rejeitando os argumentos do governo e restabelecendo o projeto aprovado pelo Congresso, evitando assim milhares de demissões", disse.

Municípios

A decisão de Zanin, que foi acompanhada nesta sexta-feira, 26, pelos ministros Flávio Dino e Gilmar Mendes, provocou reação também dos prefeitos - a decisão suspendeu a desoneração das folhas dos municípios. Em nota, o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, disse "repudiar profundamente" que o governo federal "atue pela retirada de uma conquista estimada em R$ 11 bilhões por ano ao judicializar a Lei 14.784/2023?.

"É lamentável retirar a redução da alíquota para aqueles que estão na ponta, prestando serviços públicos essenciais à população, enquanto há benefícios a outros segmentos, com isenção total a entidades filantrópicas e parcial a clubes de futebol, agronegócio e micro e pequenas empresas", disse. "O movimento municipalista reitera que a Lei 14.784/2023, nesses três primeiros meses do ano, garantiu uma economia de R$ 2,5 bilhões, do total de R$ 11 bilhões estimados para o ano."

Estudo do governo

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, porém, divulgou um novo estudo nesta sexta-feira, 26, colocando em xeque a eficiência da política de desoneração da folha de pagamentos do setor privado. "Dado o elevado custo fiscal da medida (R$ 15,8 bilhões estimados para 2024), que implica menor disponibilidade de recursos para outras políticas públicas essenciais, pode-se concluir que a prorrogação irrestrita do modelo de desoneração contraria o interesse público", diz o documento.

O estudo avaliou a dinâmica das atividades desoneradas em relação às que não tiveram o benefício. O documento diz que as atividades desoneradas representavam 17% do número de vínculos e 7% da massa salarial em 2021, números que diminuíram ao longo da vigência da política, no agregado. "Embora não se trate de números desprezíveis, não há respaldo para o rótulo de '17 maiores empregadores'", diz o texto. Segundo o documento, no período entre 2015 e 2021, as atividades desoneradas tiveram retração no número de vínculos e no rendimento agregado, ao passo que as atividades não desoneradas expandiram o número de vínculos e a massa salarial.

O pedido de suspensão da desoneração, feito pela Advocacia Geral da União ao STF e acatado por Zanin, argumenta que a lei que prorrogou a desoneração é inconstitucional porque não demonstrou o impacto financeiro da medida.

Mas a judicialização do tema criou um novo embate do governo com o Legislativo. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, prometeu entrar ainda hoje com recurso contra a decisão. Segundo ele, o Congresso aprovou medidas para o governo aumentar sua arrecadação, e que esse incremento paga a desoneração sem problemas.

Idas e vindas

Adotada desde 2011, a desoneração é um benefício fiscal que substitui a contribuição previdenciária patronal de 20%, incidente sobre a folha de salários, por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta. Na prática, a medida reduz a carga tributária devida pelas empresas. O benefício, porém, perderia a validade no fim do ano passado.

O Congresso, então, aprovou em outubro um projeto prorrogando até 2027 a desoneração da folha de 17 setores e também reduzindo a alíquota de contribuição previdenciária de pequenos municípios. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou o projeto em novembro, mas o Congresso derrubou o veto integral em 14 de dezembro, com placares folgados. O governo tentou a reoneração via medida provisória, o que acabou não dando certo, por conta da forte reação do Congresso. A ida ao STF é, por isso, apenas o mais novo capítulo dessa briga.

Veja abaixo quais são os setores afetados pela medida:

Confecção e vestuário;

Calçados;

Construção civil;

Call center;

Comunicação;

Empresas de construção e obras de infraestrutura;

Couro;

Fabricação de veículos e carroçarias;

Máquinas e equipamentos;

Proteína animal;

Têxtil;

TI (tecnologia da informação)

TIC (tecnologia de comunicação)

Projeto de circuitos integrados;

Transporte metroferroviário de passageiros;

Transporte rodoviário coletivo;

Transporte rodoviário de cargas.

O dólar à vista apresentou queda firme no mercado doméstico de câmbio nesta sexta-feira, 26, e esboçou fechar no nível de R$ 5,10. Resultado dentro do esperado do índice de preços com gastos de (PCE, na sigla em inglês) nos EUA em março provocou leve baixa das taxas dos Treasuries longos, o que abriu espaço para uma recuperação de divisas emergentes. Por aqui, a leitura do IPCA-15 de abril não afasta a possibilidade de que o Banco Central desacelere o ritmo de corte de juros e mire taxa terminal perto de 10% em razão do cenário externo, o que sugere manutenção de um bom diferencial de juros.

O real também se beneficiou, segundo operadores, de uma conjunção de fatores locais favorável à diminuição de percepção de risco. Além da liberação de dividendos extraordinários da Petrobras, que se traduz em reforço de caixa do governo, dois pontos amenizam as preocupações com a questão fiscal no curto prazo: a sinalização do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de que a PEC do Quinquênio não vai avançar na Casa e a suspensão da desoneração da folha pelo ministro Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin.

Tirando uma alta pontual na abertura dos negócios, quando registrou máxima a R$ 5,1706, o dólar à vista trabalhou em queda ao longo do dia. Com mínima a R$ 5,1163 à tarde, em meio a máximas do Ibovespa, a moeda encerrou a sessão em baixa de 0,91%, cotada a R$ 5,1163, no menor valor de fechamento em cerca de 15 dias. A divisa termina a semana com desvalorização de 1,60%, mas ainda acumula alta de 2,01% em abril.

Operadores já notam também movimentos técnicos para rolagem de posições no segmento futuro na virada do mês e a disputa pela formação da última taxa ptax de abril na próxima terça-feira, 30. Principal termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para maio teve giro forte, acima de US$ 17 bilhões. Os estrangeiros seguem reduzindo posições compradas em derivativos cambiais (dólar futuro, mini contratos, cupom cambial e swaps), que superaram US$ 70 bilhões na semana passada, novo pico histórico.

As reiteradas declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que não vai intervir no câmbio para amenizar alta do dólar provocada por mudanças de fundamentos - no caso, a reprecificação dos juros americanos - tiraram fôlego de movimentos especulativos em torno da moeda americana.

"Com diminuição do estresse no exterior, não há justificava para manter um estoque tão grande de posição comprada, porque o custo já não é viável. Estão aproveitando para realizar lucros nesta semana e voltar a aplicar na Bolsa, que tem papéis com preços interessantes", afirma o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.

Lá fora, o índice DXY voltou a ultrapassar os 106,000 pontos nas máximas do dia, sobretudo por conta dos ganhos de mais de 1% da moeda americana em relação ao iene, atingindo o maior valor desde 1990. Mas o dólar caiu na comparação com as principais divisas emergentes pares do real (à exceção do peso chileno). As moedas latino-americanas se recuperam nesta semana, diminuindo as perdas em abril, com o real apresentando o melhor desempenho nos últimos dias.

"Embora o DXY tenha mantido certa estabilidade na semana em um patamar elevado neste ano, vimos uma diminuição do estresse no câmbio, com uma certa correção do exagero da semana passada. Mas não há mudança de vetores estruturais", afirma a economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico, que não vê alívio adicional para o real daqui para a frente, uma vez que o quadro ainda é de dólar forte no mundo. "Estamos muito colados ao cenário externo, se o Fed vai cortar ou não a taxa de juros."

O PCE e seu núcleo avançaram 0,3% em março em relação a fevereiro, ambos em linha com as projeções dos analistas. Após o PCE do primeiro trimestre, divulgado ontem junto com a primeira leitura do PIB americano, ter vindo acima do esperado, temia-se que a leitura de março viesse pressionada. Sem sustos no PCE de março, as chances de que o Fed promova um corte de juros em setembro avançaram, superando os 60%, segundo monitoramento do CME Group.

As bolsas de Nova York fecharam em alta e o Nasdaq avançou 2% hoje. A reação eufórica aos balanços de Alphabet e Microsoft se sobrepôs a novos sinais de inflação persistente nos Estados Unidos, que pode postergar o ciclo de corte de juros no país.

O índice Dow Jones avançou 0,40%, aos 38.239,66 pontos; o S&P 500 ganhou 1,02%, aos 5.099,96 pontos; e o Nasdaq se elevou 2,03%, aos 15.927,90 pontos. Na semana, houve ganhos de 0,67%, 2,67% e 4,23%, respectivamente. S&P 500 e Nasdaq registraram as maiores valorizações semanais desde o começo de novembro do ano passado.

Em destaque, Alphabet saltou 10,22%, após a controladora do Google anunciar pagamento de inédito dividendo, na esteira de um primeiro trimestre que superou expectativas do mercado. Assim, o valor de mercado da empresa superou US$ 2 trilhões pela primeira vez na história, de acordo com o site Companies Market Cap.

Para o Bank of America (BofA) Securities, o balanço confirmou a Alphabet como uma das beneficiárias do desenvolvimento da inteligência artificial. "Continuamos construtivos em relação às vantagens de infraestrutura, dados e distribuição do Google", afirma o BofA, que elevou o preço alvo do papel para US$ 200.

Entre outras gigantes da tecnologia, Microsoft se valorizou 1,82%, depois de informar crescimento do lucro nos três primeiros meses do ano. Já Snap disparou 27,63%, na esteira de aumento da receita.

Com o maior otimismo em relação à IA, Nvidia ganhou 6,18%, Qualcomm aumentou 1,45% e Broadcom subiu 3,84%. Na contramão, Intel perdeu 9,20%, depois de projetar guidance pior que o esperado. Também após balanços, a Chevron avançou 0,37%, mas a rival Exxon Mobil baixou 2,78%.

O movimento jogou ao segundo plano as preocupações quanto a inflação nos Estados Unidos, em uma semana que mostrou índice de preços de gastos com consumo (PCE) mais forte no trimestre passado. Hoje, o Departamento do Comércio do país informou que o PCE acelerou na taxa anual de março, mas a Capital Economics ainda espera perda de força do dado à frente.

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou para manter a decisão do ministro Cristiano Zanin que suspendeu a desoneração da folha dos municípios e de setores produtivos até 2027. Com isso, já são quatro votos para manter a liminar. Mais cedo, os ministro Flávio Dino e Gilmar Mendes também votaram nesse sentido.

Zanin atendeu ontem a um pedido do governo, que argumentou que a lei que prorrogou a desoneração é inconstitucional porque não demonstrou o impacto financeiro da medida. A decisão começou a ser analisada no plenário virtual na madrugada de hoje.

Os demais ministros vão decidir se derrubam ou mantêm a liminar. Se não houver pedido de vista ou destaque, o julgamento vai até dia 6 de maio.

O dólar chegou a perder fôlego, após a publicação de indicadores dos Estados Unidos, entre eles o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês). A moeda, porém, confirmou ganhos hoje frente a outras moedas principais, com o iene renovando mínimas em 34 anos, neste caso também com a decisão desta madrugada do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) em foco, com manutenção de juros, em meio a rumores sobre potencial intervenção de Tóquio para conter o quadro no mercado cambial.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 157,90 ienes, o euro recuava a US$ 1,0699 e a libra tinha baixa a US$ 1,2492. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 0,32%, a 105,938 pontos, mas na comparação semanal teve recuo de 0,20%.

O PCE dos EUA, medida de inflação preferida do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), subiu 0,3% em março ante fevereiro, como previsto por analistas ouvidos pela FactSet, com o núcleo, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, também exibindo alta de 0,3%, conforme esperado. Na comparação anual, o PCE subiu 2,7% em março, acelerando ante o acréscimo de 2,5% de fevereiro e também acima da alta de 2,6% esperada. O núcleo anual subiu 2,8%, repetindo o resultado do mês anterior, ante projeção de alta de 2,7% dos analistas.

Embora a inflação continuasse a mostrar força, no mercado houve leve ajuste para cima nas chances de relaxamento pelo Fed, e alguns analistas destacaram o fato de que a inflação mais forte recente ocorreu em janeiro, com perspectiva de fôlego adiante. A renda pessoal cresceu 0,5% em março ante fevereiro, como esperado, e os gastos com consumo subiram 0,8%, quando se projetava alta de 0,5%. Após os dados, entre eles o PCE, houve certa perda de impulso no dólar. Mais perto do fim da manhã, foi informada alta nas expectativas de inflação nos EUA, na pesquisa da Universidade de Michigan que também mostrou piora no sentimento do consumidor.

O sinal da moeda, porém, continuou positivo, com algum ganho de força à tarde. Nesse contexto, a divisa americana renovou máximas em 34 anos frente ao iene. Mais cedo, o BoJ manteve os juros, como esperado, e reafirmou que as condições monetárias devem seguir frouxas por enquanto. A Capital Economics acredita que o BC japonês elevará juros em julho.

Na Europa, entre dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) Mario Centeno argumentou que não se deve esperar que a inflação atinja 2% para começar a cortar os juros, ante os efeitos negativos do aperto monetário na atividade. Pesquisa mensal do BCE ainda apontou queda nas expectativas para inflação em 12 meses na zona do euro, de 3,1% em fevereiro a 3,0% em março, na mínima desde dezembro de 2021.

O bitcoin se desvalorizou nesta tarde, a US$ 63 mil. A criptomoeda oscila há três sessões em torno desse nível, abaixo dos US$ 66 mil vistos nos primeiros dias após o halving, na sexta-feira passada, 19.

Às 16h34 (de Brasília), o bitcoin era negociado em baixa de 1,05%, em US$ 63.991,23, (R$ 327.231,95) enquanto o ethereum tinha ganho de 1,19%, em US$ 3.148,29 (R$ 16.099,41).

CEO do Seven Seas Capital, Sunad Raghupathi escreveu que o bitcoin aparenta estar em uma fase de consolidação. "Acho que as pessoas ficaram um pouco entusiasmadas demais com a grande aceleração imediatamente após o halving. Mas se você olhar para os ciclos passados, o mercado de ativos digitais tende a se consolidar por alguns meses antes de haver uma nova grande alta. Espero que algo assim aconteça, com o mercado experimentando uma atividade limitada até, possivelmente, meados do fim do verão (no hemisfério norte)", comentou Raghupathi.

*Com informações da Dow Jones Newswires

Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta, apesar da força do dólar, após a divulgação da leitura de março do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) . Além disso, permaneceu no radar de investidores uma ameaça de invasão terrestre em Rafah por Israel. Na semana, os preços da commodity também avançaram.

O WTI para junho fechou em alta de 0,34% (US$ 0,28), a US$ 83,85 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para julho avançou 0,50% (US$ 0,44), a US$ 88,21 o barril, na Intercontinental Exchange. Na semana, o WTI subiu 1,98% e o Brent tinha alta de 1,05%.

Segundo analistas do Rittersbuch, o mercado de petróleo está dividido diante das diferentes interpretações do PCE de hoje, cuja força pode implicar em uma procura de petróleo abrandada. Para a Capital Economics, a tendência de abrandamento dos preços do petróleo no médio prazo também refletirá na inflação ao redor do mundo. Preços mais baixos diminuirão a pressão sobre os índices inflacionários, escreve a consultoria.

Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote Bank, afirma que, apesar dos dados do PCE não serem animadores, o mercado petrolífero já havia precificado perdas na sessão de ontem, após a leitura do PCE e do Produto Interno Bruto (PIB) americano trimestral.

Também hoje, investidores acompanharam notícias sobre um avanço militar de Israel em Rafah. O país alertou autoridades do Egito que está pronta para dar "uma última chance" às negociações de reféns com o Hamas, caso não haja progresso, israelenses pretendem realizar uma invasão terrestre em Rafah. Além disso, o ministério da Defesa do Irã afirmou hoje que está fortalecendo sua cooperação militar e técnica com a Rússia.

*Com informações da Dow Jones Newswires

Na divulgação dos resultados financeiros do primeiro trimestre de 2024, Daniel Ek, o CEO do Spotify, admitiu que a recente demissão de 1.500 funcionários prejudicou as operações da companhia sueca.

Segundo Ek, a companhia fracassou em atingir a meta de lucratividade e crescimento mensal de usuários ativos. Apesar disso, os resultados foram positivos, com uma receita de € 3,6 bilhões (R$ 19 bilhões) nos três primeiros meses do ano - um aumento de 20% em relação ao ano passado. Os números de usuários ativos (615 milhões) e de assinantes pagantes (239 milhões) também representaram aumentos em relação ao ano passado, de 19% e 14% respectivamente.

"Outro desafio significativo foi o impacto da redução da força de trabalho em dezembro", disse Ek aos investidores, após a divulgação dos resultados do 1º trimestre do Spotify, em teleconferência com investidores. "Embora não haja dúvida de que foi a decisão estratégica certa, ela atrapalhou nossas operações diárias mais do que esperávamos."

Além disso, as demissões também resultaram em despesas, uma vez que a companhia pagou por indenizações correspondentes a cinco meses de trabalho.

Ek considera que, mais de quatro meses após a demissão em massa, a empresa já está "de volta aos trilhos".

A demissão em massa aconteceu em dezembro de 2023 e representou um corte de 17% da força de trabalho da empresa. Na ocasião, Ek disse que havia "muitas pessoas dedicadas a apoiar o trabalho e até mesmo a trabalhar em torno do trabalho, em vez de contribuir para oportunidades com impacto real".

O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, anunciou nesta sexta-feira, 26, que o governo Javier Milei decidiu cortar tarifas e impostos para beneficiar o setor automotivo local. A intenção é "melhorar a competitividade e impulsionar o crescimento" desse segmento, que atualmente tem 10% da produção industrial total e gera mais de 75 mil empregos no país, disse Caputo no X (ex-Twitter).

O ministro disse que será mantida, além disso, a isenção de direitos de vendas ao exterior para as exportações incrementais, algo que estava vigente desde 2021 e será sistematizado e digitalizado em um regime chamado de "Repostock".

Estas medidas permitirão que os fornecedores vendam partes de veículos com um desconto em tarifas e impostos e que caia o custo das partes de automóveis feitas no país destinadas à exportação, afirma Caputo. "Neste sentido, as tarifas de moldes de metal usados pela indústria automotriz passarão de 35% a 12,6%, enquanto os moldes de injeção plástica passarão de 24% a 12,6%.

Caputo ainda informa que, a partir de junho, serão homologados os ensaios de licenças para a configuração de modelos com o Brasil, "para que não seja necessário duplicar aqueles ensaios já reconhecidos pelo país vizinho e vice-versa".

A Fitch reiterou em "BBB" o rating de longo prazo em moeda estrangeira do Peru, com perspectiva negativa. Segundo a agência, as perspectivas de crédito do país latino-americano reflete a continuidade de um elevado nível de incertezas políticas e a deterioração da governança, que enfraqueceram o investimento privado e as perspectivas de crescimento.

Em 2024, a Fitch espera que a economia avance 2,6%, dado o efeito de base de 2023 com queda no PIB, a recuperação de indústrias-chave e um consumo privado mais forte num contexto de inflação e taxas de juros mais baixas. Os riscos descendentes incluem um crescimento global mais lento (particularmente na China, embora os preços dos metais, que representam o principal canal de transmissão para o Peru, tenham sido fortes) e uma nova instabilidade política.

No médio prazo, a Fitch prevê um crescimento entre 2% e 2,5%. Poderá haver vantagens caso se concretizem projetos de investimento paralisados. No entanto, isto pode exigir uma maior redução da incerteza política, o que poderá não acontecer antes das eleições gerais de 2026.

O ouro fechou em alta modesta nesta sexta-feira, 26, mas teve perdas de aproximadamente 3% na variação semanal, em período marcado por novas incertezas sobre a economia dos EUA e a trajetória de juros do Federal Reserve (Fed).

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para junho fechou em alta de 0,20%, a US$ 2.347,20 a onça-troy, mas caiu 2,76% na variação semanal.

Novas dúvidas sobre a economia americana voltaram a pressionar o ouro neste pregão e reduziram os ganhos do metal precioso ao fortalecer o dólar e reduzir perdas dos juros dos Treasuries. Dados divergentes ampliaram o quadro incerto: de um lado, analistas projetam que ainda é possível cortar juros neste ano; do outro, o pessimismo sobre a trajetória da inflação levanta hipóteses sobre flexibilização monetária apenas em 2025.

Hoje, o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), medida de inflação preferida do Fed, veio praticamente em linha com as expectativas do mercado em março, mas confirmou aceleração dos preços no primeiro trimestre, com revisão para cima a variação mensal de janeiro. Já a pesquisa final da Universidade de Michigan apontou deterioração no sentimento do consumidor americano e alta das expectativas de inflação.

Analistas da BMI - uma unidade da Fitch Solutions - avaliam que a força renovada do dólar e o afastamento de expectativas de cortes de juros pelo Fed devem interromper o rali nos preços do ouro. Contudo, os especialistas ponderam que as tensões geopolíticas no Oriente Médio continuarão oferecendo um "piso firme" para o metal precioso, com resistência no nível de US$ 2.400 a onça-troy, sendo que uma escalada maior dos conflitos pode provocar novo salto nos preços da commodity.

Para o Commerzbank, outro ponto de apoio para os preços do ouro deve ser a demanda chinesa. Segundo a Associação de Ouro da China, o consumo do metal precioso aumentou 5,94% no país em relação ao ano anterior, para 308,91 toneladas no primeiro trimestre. Somente a compra de barras e moedas subiu 26,77% entre janeiro e março, para 106,32 toneladas, representando cerca de um terço do consumo total.

*Com informações da Dow Jones Newswires

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda divulgou novo estudo nesta sexta-feira, 26, colocando em xeque a eficiência da política de desoneração da folha de pagamentos do setor privado.

"Dado o elevado custo fiscal da medida (R$ 15,8 bilhões estimados para 2024), que implica menor disponibilidade de recursos para outras políticas públicas essenciais, pode-se concluir que a prorrogação irrestrita do modelo de desoneração contraria o interesse público", diz o documento, que também ataca a argumentação de que o benefício é voltado aos setores que mais empregam.

O apelo por racionalização do desenho do benefício, também presente no estudo, vem no momento em que o governo decidiu judicializar o tema. O governo apelou ao Supremo Tribunal Federal (STF) para avaliar a constitucionalidade da prorrogação da desoneração da folha para o setor privado e a redução da contribuição previdenciária para municípios, diante da resistência do Congresso em relação à revisão das medidas.

O estudo avaliou a dinâmica das atividades desoneradas em relação às que não tiveram o benefício. O documento diz que as atividades desoneradas representavam 17% do número de vínculos e 7% da massa salarial em 2021, números que diminuíram ao longo da vigência da política, no agregado. "Embora não se trate de números desprezíveis, não há respaldo para o rótulo de '17 maiores empregadores'", diz o texto.

Segundo o documento, no período entre 2015 e 2021, as atividades desoneradas tiveram retração no número de vínculos e no rendimento agregado, ao passo que as atividades não desoneradas expandiram o número de vínculos e a massa salarial. "As atividades desoneradas não mostraram relevante diferença quanto à dinâmica do rendimento médio comparativamente às atividades não desoneradas, uma vez que o rendimento médio caiu para todas", diz o documento.

"Apenas um grupo de setores desonerados pela política, que se enquadram em 32 classes de atividades CNAE, apresentou dinâmica do emprego e rendimento superior ao grupo de não desonerados. Este grupo abarca 32 classes CNAE que estão desoneradas desde 2012, ao passo que 229 outras classes desoneradas, estratificadas em outros três grupos de acordo com o período de entrada e vigência da política, apresentaram dinâmica pior do que a do grupo de não desoneradas", cita o estudo da SPE.

Este grupo que teve melhor desempenho inclui atividades da indústria têxtil, de calçados e de tecnologia da informação. Ainda para a SPE, a performance desses setores pode estar mais associada às dinâmicas próprias e conjuntura do que à política de desoneração.

A SPE ainda analisou a experiência internacional e não encontrou paralelo com o modelo de desoneração brasileiro. Segundo o documento, há apenas dois modelos exitosos, distintos do que é aplicado no País. Uma linha envolve políticas que abrangem linearmente todos os setores, por um período determinado. A outra linha é voltada para ações focalizadas em certos segmentos da população, como mão de obra menos qualificada ou jovens entrantes, com períodos de maior duração.

Essas experiências mais bem-sucedidas se aproximam da proposta do governo, defendida no estudo por promover uma transição gradual para os setores que mais usufruem do benefício atualmente e permitir uma reconfiguração da política. "O novo desenho, focalizado no primeiro salário mínimo de cada empregado, pode ser pensado como um laboratório para uma política de desoneração do custo laboral linear entre setores, mas que atenda à critérios de progressividade, estimulando proporcionalmente mais, de forma indireta, os setores que empregam mão de obra formal de salário base e de jovens entrantes no mercado de trabalho", defende o texto.

O Ministério da Agricultura identificou uma rede de produção clandestina e apreendeu cerca de 20 toneladas de queijos em diferentes estágios de processamento, na terça-feira, 23, em Patos de Minas (MG). Segundo comunicado do ministério, a ação ocorreu após denúncia registrada na Plataforma Integrada de Ouvidoria e Acesso à Informação (Fala.BR), com indicação de fabricação de queijos sem registros nos órgãos federal, estadual ou municipal e que estavam sendo utilizados como ingredientes para a fabricação de pão de queijo em Curitiba (PR).

A ação coordenada pelo Ministério da Agricultura teve apoio do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e da Polícia Militar de Meio Ambiente.

Com a apuração dos dados dos rótulos dos produtos informados na denúncia, equipes de fiscalização identificaram dois estabelecimentos na cidade mineira que atuavam como uma rede de produção e comercialização ilegal do produto.

Conforme o Ministério, nos locais visitados, os fiscais encontraram grandes quantidades de queijo em condições insalubres e sem nenhum tipo de controle higiênico-sanitário. Também foram identificadas etiquetas de selos de inspeção federal e estadual adulteradas.

Todos os produtos foram apreendidos, descaracterizados, descartados e, posteriormente, destruídos no aterro sanitário de Patos de Minas.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), um dos principais aliados do governo Lula no Legislativo, disse nesta sexta-feira que a suspensão da desoneração da folha de pagamento de empresas e municípios pelo Supremo Tribunal Federal, após pedido da Advocacia Geral da União (AGU), coloca a Casa Alta em antagonismo com o Executivo federal. Pacheco também disse que a desoneração não é o principal obstáculo para o equilíbrio das contas públicas e cobrou corte de gastos do governo.

"O governo se precipitou em recorrer ao STF sobre desoneração, a indignação é com governo e não com Judiciário", frisou Pacheco. "Não vamos desistir de defender os municípios do Brasil, de defender os setores da economia. Aliás, o que o Brasil precisa de fato nesse instante, já que se invoca tanto essa questão de responsabilidade fiscal nessa petição que parece muito catastrófica da AGU como se a desoneração da folha fosse o grande mal do País, como se os municípios brasileiros fossem a grande razão do problema, é preciso ter uma ampla discussão sobre gasto público e corte de gastos pelo governo federal. Além de arrecadar, qual a proposta de corte de gasto para poder equilibrar as contas?", disse.

E afirmou: "Vamos peticionar e fazer um agravo. Em relação a isso, nossa posição é uma posição de antagonismo, nesse caso, ao governo federal. Ao governo federal, à Advocacia Geral da União. E nós estamos de outro lado tentando demonstrar nossas razões. Cabe ao Supremo Tribunal decidir e isso precisa ser respeitado."

Segundo ele, o tema será discutido na reunião de líderes de bancadas da semana que vem.

O presidente do Senado afirmou que o governo Lula se precipitou no pedido ao STF, mas que é necessário diálogo com o presidente da República para minimizar problemas. "Só quando a discussão política é exaurida que se recorre à Justiça", declarou ele. O senador disse que o comportamento do Executivo causou "perplexidade".

"Está todo empresariado perplexo e com dificuldades de trabalhar no Brasil em razão dos excessos de oneração. Criação de impostos, aumento de alíquotas, etc. Já que houve essa provocação de uma reflexão em relação a isso, vamos fazer um grande debate agora também a respeito de como se aumenta a arrecadação sem sacrificar o contribuinte que produz e gera emprego e onde podemos cortar os excessos de gastos públicos. E nós vamos estar dispostos a fazer esse debate", declarou o presidente do Senado.

Pacheco também disse que o Congresso não teria problemas em vincular alguma das novas receitas aprovadas pelo Legislativo para o governo à desoneração dos municípios.

O presidente do Senado afirmou que as decisões do Supremo Tribunal Federal devem ser respeitadas e que os argumentos serão técnicos, mas deixou claras algumas discordâncias. Disse que a prorrogação da desoneração tem precedente no próprio Tribunal, e citou Ricardo Lewandowski - ele foi integrante do STF e hoje é ministro da Justiça de Lula.

"Infelizmente, no regime jurídico atual do Brasil, uma decisão monocrática de um ministro do STF já surte efeito imediato para os municípios. Então, se já surte o efeito, há uma obrigatoriedade imediata de que possamos fazer o recursos próprio para análise dos ministros", disse Rodrigo Pacheco.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que a atividade econômica no País está melhorando e o mercado está revisando os dados. A tendência é de que o resultado do ano seja melhor do que as projeções iniciais.

Ele afirmou que teria de acontecer algo muito diferente no segundo semestre para que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça menos de 2% este ano.

Os comentários foram feitos durante palestra no evento Cenário e Perspectivas para o Brasil, promovido pelo Young Presidents' Organization (YPO).

A estimativa do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024 é de 2,2%. Já no Banco Central, a projeção atual é de avanço de 1,9% neste ano, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março.

Olhar o copo meio cheio

O presidente do Banco Central disse que é preciso olhar o copo meio cheio do cenário brasileiro: apesar dos juros altos, houve avanço nas reformas.

Ele lembrou que o País fez importantes reformas estruturantes nos últimos anos, inclusive durante a pandemia, durante a palestra no evento Cenário e Perspectivas para o Brasil.

Campos Neto voltou a falar que o País teve ganhos institucionais com as reformas e que não se deve retroceder.

Em sua avaliação, o desafio do País é crescer com pouco espaço fiscal. "É muito difícil fazer ajuste fiscal sem crescer", disse.

Para ele, essa limitação do governo para investimentos acaba exigindo que haja maior participação do setor privado. Ele reconhece, no entanto, que o setor privado precisa ter conforto para investir.

O presidente do BC também comentou sobre a situação fiscal do País, com dívida elevada e capacidade de arrecadação limitada, o que exige mais eficiência nos gastos. "O ministro Haddad tem feito força enorme na parte fiscal. É difícil cortar gastos, porque o discricionário é muito pequeno. Precisamos pensar em reforma, em não ter mecanismos de indexação", afirmou.

Juros

Campos Neto disse ainda que o importante ao reduzir os juros curtos é ter mecanismos para prazos mais longos. "É importante ter um movimento de queda de juros no curto prazo e que se reflita na curva longa, o que depende da credibilidade do que você está fazendo. Os juros, no final das contas, são muito mais consequência do que causa. Por isso é importante ter âncora fiscal e monetária", destacou.

Ele comentou que a tendência do Brasil para os juros num prazo mais longo é de estabilizar a inflação em um patamar baixo. também pontuou, para um público de empresários, que o BC só decide o juro do dia, que importa menos para grande parte dos empresários. Já o mecanismo para juros longos depende do tipo de risco que se está disposto a tomar para emprestar dinheiro ao governo.

Ele havia sido questionado sobre os juros acima de dois dígitos durante a palestra.

As bolsas da Europa fecharam em alta nesta sexta-feira, 26, em um cenário atento a temporada de balanços, e com impulso de Alphabet e Microsoft, que publicarem resultados trimestrais melhores do que o esperado no fim da tarde da quinta-feira em Nova York. Neste cenário, a bolsa de Londres renovou seu recorde histórico de fechamento. Além disso, a postura dos principais bancos centrais para lidar com a inflação segue observada, enquanto algumas notícias corporativas também chamaram a atenção.

O índice pan-europeu Stoxx 600 teve alta de 1,26%, a 508,20 pontos.

Nesta madrugada, o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) manteve seu juro básico na faixa de 0% a 0,1%, após elevá-lo pela primeira vez em 17 anos no mês passado. Já a economia dos EUA continua se expandindo e a inflação segue elevada, como sinalizam os dados de inflação PCE e de renda e gastos divulgados nesta sexta, segundo avaliação da High Frequency Economics (HFE).

O quadro sugere que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) manterá postura paciente em relação à política monetária, deixando os juros nos atuais níveis elevados por mais tempo, diz a HFE, em nota a clientes.

Na zona do euro, os dados recentes sugerem que a economia está saindo da recessão. Mas com a atividade ainda muito fraca e o crescimento salarial parecendo ter abrandado até agora, a Capital Economics continua com a sua perspectiva de que o Banco Central Europeu (BCE) proporcionará cortes de 125 pontos base este ano. Na próxima semana, "esperamos saber que o PIB da zona euro expandiu ligeiramente no primeiro trimestre e que a inflação global e a inflação subjacente caíram ainda mais em abril", projeta.

Entre balanços europeus, o do NatWest foi bem-recebido, e a ação do banco britânico subiu 6,07% em Londres, onde o FTSE 100 avançou 0,75%, a 8.139,83 pontos.

Segundo a CNBC, a Elliott Management adquiriu uma participação de cerca de US$ 1 bilhão na mineradora Anglo American nos últimos meses. Isso acontece em meio ao interesse de aquisição da BHP, com a Anglo American rejeitando recentemente uma oferta de US$ 39 bilhões da BHP. A posição da Elliott representa 2,5% da Anglo American e impulsionou o aumento das ações da empresa em 2,33%. Já a BHP recuou 2,64% na capital britânica.

Já em Frankfurt, a ThyssenKrupp saltou 8,7%, após o conglomerado industrial alemão anunciar a venda de uma fatia de 20% em seu negócio siderúrgico ao bilionário checo Daniel Kretinsky. Na cidade, o DAX subiu 1,39%, a 18.166,91 pontos.

Em Paris, o CAC 40 teve alta de 0,89%, a 8.088,24 pontos. Em Milão, o FTSE MIB avançou 0,91%, a 34.249,77 pontos. O Ibex 35 subiu 1,56% em Madri, a 11.154,60 pontos, enquanto o PSI 20 teve alta de 1,07%, a 6.612,51 pontos, em Lisboa.

A China planeja oferecer aos consumidores somas equivalentes a até quase US$ 1,4 mil para incentivá-los a trocar carros usados por novos veículos, em uma tentativa de impulsionar a demanda, que está em desaceleração.

Consumidores que trocarem seus carros por veículos elétricos ou híbridos poderão receber subsídios do governo de até 10 mil yuans (US$ 1,381) até o fim do ano, afirmaram o Ministério de Comércio chinês e outros departamentos, em comunicado conjunto divulgado nesta sexta-feira.

Já indivíduos que desejem trocar seus carros por veículos tradicionais com motores de até 2,0 litros terão direito a subsídios de 7 mil yuans.

Autoridades na China estão tentando impulsionar o consumo em meio a sinais de fraqueza da demanda. Estima-se que as vendas de carros no varejo caíram 1,5% na comparação anual de abril, depois de avançarem 6,2% no mês passado, segundo dados da associação chinesa de carros a passeio.

Em 2009 e 2010, a China lançou programas semelhantes para incentivar a troca de carros. Fonte: Dow Jones Newswires.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que é preciso entender a mecânica desinflacionária no País. Segundo ele, os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) vieram um pouco melhores do que ele esperava, mas ainda é preciso avaliar os números mais detalhadamente. Para Campos Neto, é preciso ver a tendência de inflação na meta se realizar, dado que as expectativas, hoje, ainda estão longe do centro da meta.

Os comentários foram feitos durante palestra no evento Cenário e Perspectivas para o Brasil, promovido pelo Young Presidents Organization (YPO).

Campos Neto ponderou que no Brasil a inflação está em processo de convergência e que é importante ela voltar para a meta. "A inflação alta é o maior detrator de igualdade e a missão de manter inflação na meta é muito importante", disse.

Ele reforçou que a inflação na meta é maior política social que o País pode fazer e ressaltou a preocupação com dados sobre os preços de serviços.

Segundo o presidente do Banco Central, não é possível dizer que inflação de serviços vem do mercado de trabalho. Ele também reforçou que o BC analisa dados de inflação subjacente.

A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) afirmou, em nota, que continuará defendendo que todos alimentos cheguem mais baratos à população. A manifestação da Abia vem após o envio da proposta da regulamentação da reforma tributária pelo governo ao Congresso.

Na proposta do Ministério da Fazenda, 15 itens compõem a cesta básica e terão imposto zerado, enquanto outros alimentos terão alíquota reduzida com desconto de 60% em relação ao Imposto sobre Valor Agregado (IVA) padrão.

A Abia defendia isenção de impostos para todos os alimentos e não apenas a formação de uma cesta básica. "Durante todos os trabalhos da reforma tributária a Abia sempre defendeu que todos os alimentos pagassem menos impostos e que o Brasil se espelhasse nos países da OCDE, onde a média de tributação dos alimentos é de 7%. É a oportunidade que o Brasil tem de combater a fome, a insegurança alimentar e fazer justiça social por meio do alimentos", afirmou a associação em nota.

A entidade também era contrária à aplicação do imposto seletivo sobre alimentos ultraprocessados e bebidas não alcoólicas. O governo deixou de fora alimentos ultraprocessados da tributação majorada, mas incluiu refrigerantes.

"Com relação ao imposto seletivo, não acreditamos que ele tenha eficácia contra obesidade e doenças crônicas, que se combatem com informação e educação nutricional", afirmou a Abia.

A indústria de alimentos e bebidas não alcoólicas processa em torno de 60% da produção agropecuária brasileira e produz 270 milhões de toneladas de alimentos e bebidas por ano. O setor representa 10,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do País.

Dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Centeno afirmou que a instituição não pode começar a relaxar sua política monetária apenas quando a inflação na zona do euro atingir a meta de 2%. Segundo ele, o BCE já avançou bastante em sua meta de faze a inflação perder fôlego, mas ele considerou que há um "preço alto" para buscá-la, por isso alertou contra manter a política apertada demais por mais tempo que o necessário.

A autoridade admitiu que ocorre agora "certa estagnação" na desinflação na zona do euro, mas para ele isso é um processo que aponta para um novo equilíbrio. "Chegar à inflação de 2% sem exagerar nem criar uma recessão não é uma tarefa fácil", afirmou.

Ele notou que já nas projeções de 2024 a inflação cairá abaixo da meta de 2%, depois flutuará e seguirá por volta da meta. Ele insistiu que o aperto monetário não comece a ser relaxado apenas com inflação a 2%, diante de fatores como o atraso na disseminação do aperto já adotado, o que traria o risco de se fazer mais do que o necessário "em uma economia que não cresce tanto".

Centeno disse que não houve desancoragem nas expectativas de inflação, nesse processo para contê-la. Sobre o mercado de trabalho, mencionou que a maioria dos empregos que tem sido criados na região é de salários que costumam pagar mais, por exemplo ligados à tecnologia. Ele enfatizou a importância de se preservar as condições do mercado de trabalho.

Também presidente do BC de Portugal, Centeno disse que projeta, do lado fiscal, mais aperto fiscal adiante entre os países da zona do euro.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta sexta-feira, 26, que a parte fiscal no Brasil é a mais difícil e reconheceu que o País tem muita dificuldade em cortar gastos. Ele também falou sobre a revisão de metas fiscais para os próximos anos, promovida pelo Executivo, pontuando que há uma percepção de que ficaria mais difícil estabilizar a dívida após esse movimento.

Em relação ao fiscal, ele pontuou que sempre houve grande diferença entre as expectativas do governo e do mercado. "É importante perseverar na parte fiscal, porque dá mais poder e potência para a política monetária. Com as revisões fiscais, o mercado não mudou muito suas projeções, o que é bom sinal. A parte fiscal não tem uma relação mecânica com a monetária, mas pode contaminar", disse.

Campos Neto ainda disse que a autoridade monetária passará a olhar mais para dívida e a política fiscal no Brasil, principalmente por causa do cenário de juros e dívida mais altos nos Estados Unidos.

A avaliação foi feita durante palestra no evento Cenário e Perspectivas para o Brasil, promovido pelo Young Presidents Organization (YPO).

O aumento de 17,87% no tomate exerceu a maior pressão sobre a prévia da inflação oficial em abril, respondendo sozinho por quase 25% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) deste mês. O subitem deu uma contribuição de 0,05 ponto porcentual para a taxa de 0,21% apurada pelo IPCA-15 de abril, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Também figuraram no ranking de maiores pressões sobre o IPCA-15 de abril os itens plano de saúde (alta de 0,77% e impacto de 0,03 ponto porcentual), cebola (11,31% e 0,02 ponto porcentual), cinema, teatro e concertos (3,76% e 0,02 ponto porcentual) e mamão (14,29% e 0,02 ponto porcentual).

Na direção oposta, a passagem aérea foi o item de maior influência negativa sobre a inflação de abril, com queda de 12,20% e contribuição de -0,09 ponto porcentual.

Outros itens no ranking de maiores alívios sobre o IPCA-15 do mês foram batata-inglesa (queda de 8,72% e impacto de -0,02 ponto porcentual), contrafilé (-3,49% e -0,01 ponto porcentual), arroz (-1,89% e -0,01 ponto porcentual) e pacote turístico (-2,10% e -0,01 ponto porcentual).

A fabricante norueguesa de fertilizantes Yara reportou nesta sexta-feira, 26, lucro líquido de US$ 16 milhões (US$ 0,07 por ação) no primeiro trimestre de 2024, recuo de 84,8% ante o registrado em igual período do ano passado, quando obteve lucro líquido de US$ 105 milhões (US$ 0,41 por ação). A receita recuou 20,3% no período, para US$ 3,315 bilhões ante US$ 4,161 bilhões no primeiro trimestre de 2023.

O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa caiu 11%, para US$ 435 milhões, ante US$ 489 milhões no período equivalente do ano anterior. Ao excluir itens especiais, o Ebitda do primeiro trimestre deste ano teve recuo de 10,7%, comparado com igual intervalo de 2023, para US$ 435 milhões (ante US$ 487 milhões). Em comunicado, a empresa atribuiu os resultados às margens mais baixas, com preços de venda menores superando a queda nos custos de energia e entregas mais altas.

As entregas de produtos nos três primeiros meses de 2024 alcançaram 7,268 milhões de toneladas. "As entregas totais foram 12% mais altas do que no primeiro trimestre fraco no ano passado, principalmente impulsionadas por aumentos na Europa e na Ásia, parcialmente compensados pela queda nas Américas", destacou a empresa, atribuindo o declínio nas Américas à demanda lenta fora da temporada de aplicação principal e ao aumento das compras de última hora no Brasil. Já a produção da companhia no período registrou alta de 14%, para 4,611 milhões de toneladas.

"Os resultados deste trimestre caíram em relação ao mesmo trimestre do ano passado, uma vez que o aumento das entregas foi compensado por preços mais baixos. Entretanto, estou satisfeito por ver que os nossos esforços para descarbonizar estão produzindo resultados. Isto é crucial para preparar o nosso negócio para o futuro e sermos capazes de cumprir a crescente demanda por soluções de baixo carbono", disse Svein Tore Holsether, presidente e CEO da Yara.

Em relatório, a empresa destacou, ainda, que a oferta de ureia está atualmente forte principalmente com o aumento da produção na Índia e na China. No entanto, as projeções de consultores da indústria mostram um crescimento significativamente menor do fornecimento a partir de 2024 em diante. "Combinado com os fundamentos de demanda sólidos, isso indica um equilíbrio entre oferta e demanda mais apertado a longo prazo".

Além disso, Holsether ressaltou que as importações de nitrogênio para a Europa estão caindo, enquanto as importações russas de ureia para a Europa atingiram um recorde na última temporada. "Enquanto sanções de matéria-prima e pressão de preços estão afetando duplamente a indústria europeia, a Rússia está ganhando influência no mercado. Isso não apenas põe em perigo a indústria europeia e a transição verde, mas também torna a produção de alimentos europeia mais vulnerável", afirmou.

O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Atlanta divulgou nesta sexta-feira, 26, sua primeira estimativa para o crescimento econômico dos Estados Unidos no segundo trimestre, em 3,9%. A distrital realiza a pesquisa GDPNow para chegar ao número, a partir dos dados até então disponíveis e de um modelo elaborado para essa finalidade.

A primeira leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no primeiro trimestre, publicada na quinta-feira, 25, mostrou avanço de 1,6% no número anualizado.

O Fed de Atlanta ressalta em sua página, porém, que o GDPNow não se trata de uma projeção oficial, mas reflete apenas resultados de seu modelo, sem ajustes subjetivos.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou para manter a decisão do ministro Cristiano Zanin que suspendeu a desoneração da folha dos municípios e de setores produtivos até 2027. Mais cedo, o ministro Flávio Dino também votou nesse sentido. Até o momento, são três votos para manter a liminar.

Zanin atendeu na quinta-feira a um pedido do governo, que argumentou que a lei que prorrogou a desoneração é inconstitucional porque não demonstrou o impacto financeiro da medida.

A decisão começou a ser analisada no plenário virtual na madrugada desta sexta-feira, 26.

Os demais ministros vão decidir se derrubam ou mantêm a liminar.

Se não houver pedido de vista ou destaque, o julgamento vai até dia 6 de maio.

A queda de 12,20% no preço das passagens aéreas em abril resultou na maior contribuição individual para deter uma inflação mais acentuada no mês. O subitem impactou em -0,09 ponto porcentual a formação da taxa de 0,21% apurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) em abril, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O grupo Transportes passou de um aumento de 0,43% em março para uma queda de 0,49% em abril, uma contribuição de -0,10 ponto porcentual para o IPCA-15.

Os combustíveis recuaram 0,03%, com quedas de preços no gás veicular (-0,97%), óleo diesel (-0,43%) e gasolina (-0,11%). Apenas o etanol registrou alta: 0,87%.

O ônibus urbano diminuiu 0,05%, influenciado pela unificação de tarifas no Recife a partir de 3 de março.

Já o ônibus intermunicipal aumentou 0,44%, devido aos reajustes aplicados no Rio de Janeiro a partir de 24 de fevereiro.

O metrô subiu 0,39%, em decorrência do reajuste de 8,69% nas tarifas no Rio de Janeiro, a partir de 12 de abril.

Consumidores na zona do euro reduziram a expectativa para a inflação no próximo ano em março, conforme indicou pesquisa mensal do Banco Central Europeu (BCE), divulgada nesta sexta-feira, 26.

A expectativa para a inflação no bloco europeu nos próximos 12 meses caiu de 3,1% para 3,0%, no menor nível desde dezembro de 2021. Para o horizonte de três meses, a medida se manteve em 2,5% pelo quarto mês consecutivo.

"A incerteza sobre as expectativas de inflação nos próximos 12 meses diminuiu e está agora no seu nível mais baixo desde o início da guerra injustificada da Rússia contra a Ucrânia, em fevereiro de 2022", destaca o levantamento.

Os consumidores europeus também diminuíram a expectativa para o crescimento da renda nominal, de 1,4% para 1,3%. O pessimismo em relação à atividade se manteve, com expectativa de contração econômica de 1,1% nos 12 meses à frente.

Os preços dos alimentos reduziram o ritmo de alta em abril, mas o avanço registrado ainda respondeu por quase 60% de toda a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) no mês, segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O grupo Alimentação e Bebidas saiu de uma alta de 0,91% em março para elevação de 0,61% em abril, resultando numa contribuição de 0,13 ponto porcentual para a taxa de 0,21% registrada pelo IPCA-15 deste mês.

O custo da alimentação no domicílio subiu 0,74% em abril. As famílias pagaram mais pelo tomate (17,87%), alho (11,60%), cebola (11,31%), frutas (2,59%) e leite longa vida (1,96%). Por outro lado, ficaram mais baratas a batata-inglesa (-8,72%) e as carnes (-1,43%).

A alimentação fora do domicílio aumentou 0,25% em abril. A refeição fora de casa subiu 0,07%, e o lanche aumentou 0,47%.

O Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), presidido pelo ministro Carlo Lupi, aprovou recomendação por mais uma redução do teto dos juros de empréstimos consignados concedidos a beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Pela decisão, o limite para empréstimo com desconto em folha passa de 1,72% para 1,68% ao mês, e as operações feitas com cartão de crédito e cartão consignado de benefício, de 2,55% para 2,49% ao mês.

A resolução está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira, 26, e foi deliberada na quinta-feira em reunião do colegiado. Foram 10 votos a favor, um contra e duas abstenções, segundo informações do Ministério da Previdência Social.

Esta é a sétima queda das taxas desde o início da atual gestão, em 2023.

Segundo a pasta, há atualmente 63.746.598 contratos de consignado ativos, considerando todas as modalidades.

Oito dos nove grupos de produtos e serviços que integram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registraram altas de preços em abril, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Houve deflação apenas em Transportes, queda de 0,49%, o que gerou um alívio de 0,10 ponto porcentual para o IPCA-15 do mês.

Os grupos com aumentos foram Alimentação e Bebidas (0,61%, impacto de 0,13 ponto porcentual), Habitação (0,07%, impacto de 0,01 p.p.), Educação (0,05%, impacto de 0,00 p.p.), Saúde e Cuidados Pessoais (0,78%, impacto de 0,10 p.p.), Vestuário (0,41%, impacto de 0,02 ponto porcentual), Artigos de Residência (0,03%, impacto de 0,00 p.p.) Despesas Pessoais (0,40%, impacto de 0,04 p.p.) e Comunicação (0,17%, impacto de 0,01 p.p.).

O resultado geral do IPCA-15 em abril foi decorrente de altas de preços em nove das 11 regiões pesquisadas.

A taxa mais baixa ocorreu em Fortaleza (-0,02%), enquanto a mais acentuada foi registrada no Recife (0,57%).

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse, referindo-se ao cenário de juros dos Estados Unidos, que é difícil precisar a tendência para o dólar nos próximos meses. "Não existe relação mecânica entre moeda e diferencial de juros. Mas com os juros mais fortes [nos EUA] por mais tempo, a tendência é de que o dólar fique mais forte", disse ele, durante palestra no evento Cenário e Perspectivas para o Brasil, promovido pelo Young Presidents Organization (YPO).

Campos Neto reforçou que o cenário dos Estados Unidos não tem uma relação mecânica com o Brasil, mas que é preciso avaliar como isso vai ter impacto no País.

Ele citou como exemplo como o real poderá trabalhar mais desvalorizado e o custo de crédito por causa dos juros norte-americanos mais elevados. É o derramamento do juro alto nos Estados Unidos que atrai a atenção, segundo o presidente do BC.

"O que a gente pode falar é que a incerteza aumentou", disse Campos Neto.

Ele voltou a mencionar a convergência da inflação e o mercado de trabalho aquecido nos Estados Unidos e também o cenário geopolítico, com os conflitos envolvendo Israel e Ucrânia afetando os preços de energia. Todo esse cenário tornará o trabalho dos Bancos Centrais em todo o mundo mais difícil daqui em diante, segundo ele.

Questionado sobre a possibilidade de uma nova moeda global, ele disse que gasta-se muito tempo para discutir a viabilidade de uma nova dominância quando a tecnologia já superou isso e permite operações com conversões cambiais instantâneas e eficientes.

"Acredito mais que a tecnologia vai superar esse debate de zonas de comércio, digamos assim. Estamos tecnologicamente muito perto de integrar sistemas", comentou o presidente do BC.

Os gastos das famílias brasileiras com saúde e cuidados pessoais passaram de uma elevação de 0,61% em março para uma alta de 0,78% em abril, gerando uma contribuição positiva de 0,10 ponto porcentual para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) deste mês, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa geral do IPCA-15 foi de 0,21% em abril, o que representou uma desaceleração ante a taxa de 0,36% de março. No IPCA-15 de março, a alta de 0,61% do grupo Saúde e Cuidados Pessoais havia gerado uma contribuição positiva de 0,08 ponto porcentual no resultado geral da inflação.

O movimento em abril foi impulsionado pelos aumentos no plano de saúde e nos produtos farmacêuticos.

Os produtos farmacêuticos subiram 1,36% em abril, resultando numa contribuição conjunta de 0,05 ponto porcentual para o IPCA-15, após a autorização do reajuste de até 4,50% nos preços dos medicamentos, a partir de 31 de março.

Já o plano de saúde encareceu 0,77%, incorporando as frações mensais dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2023 a 2024.

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou para manter a decisão do ministro Cristiano Zanin que suspendeu a desoneração da folha dos municípios e de setores produtivos até 2027. Ele apenas acompanhou o colega e não publicou seu voto.

A liminar foi proferida na quinta-feira, e, nesta sexta-feira, foi levada ao plenário virtual para análise dos demais ministros. A previsão é que o julgamento ocorra até o dia 6 de maio.

Zanin atendeu a um pedido do governo, que argumentou que a lei que prorrogou a desoneração é inconstitucional porque não demonstrou o impacto financeiro da medida.

O ministro considerou que, sem essa indicação, poderá ocorrer "um desajuste significativo nas contas públicas e um esvaziamento do regime fiscal constitucionalizado".

"Na linha do que reiteradamente vem decidindo este STF, observo que essa necessária compatibilização das leis com o novo regime fiscal decorre de uma opção legislativa. Não cabe ao STF fazer juízo de conveniência e oportunidade sobre o conteúdo do ato normativo, mas apenas atuar em seu papel de judicial review, ou seja, de verificar se a lei editada é compatível com a Constituição Federal", afirmou Zanin na decisão.

O diretor técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), Mahatma Ramos dos Santos, afirmou em nota que a Petrobras cedeu a pressões do mercado para distribuir R$ 94,3 bilhões em dividendos no exercício de 2023. De acordo com Santos, esse é o terceiro maior volume de dividendos da história da companhia, e só fica atrás dos mega dividendos distribuídos pela estatal durante o governo Bolsonaro, no biênio 2021 e 2022, quando a média anual de dividendos pagos foi de R$ 155,7 bilhões, praticamente todo o lucro da companhia, inflado pela venda de ativos na gestão anterior.

"A decisão da Petrobras e de seu acionista controlador, a União, de aprovarem a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários de 2023 não está alinhada com os interesses de longo prazo da companhia e da sociedade brasileira, tais como novos investimentos em transição energética, abastecimento e segurança nacional", disse o diretor após a Assembleia Geral Ordinária (AGO), que decidiu pelo pagamento dos dividendos extraordinários na quinta-feira, 25.

FUP

Também a Federação Única dos Petroleiros (FUP) lamentou que tenha prevalecido a política de distribuição de mega dividendos da Petrobras, com pagamento de ganhos extraordinários, implementada pelo governo passado. "Na visão da FUP, a Petrobras precisa rever as regras que o mercado financeiro impôs à empresa e que acarretam um desequilíbrio de poder na condução da companhia e nas necessidades de investimentos", afirmou em nota.

Na quinta-feira, os acionistas da Petrobras, liderados pela União, aprovaram a distribuição de metade dos dividendos extras referentes a 2023, que estavam retidos, no valor de R$ 21,9 bilhões, que se somam aos R$ 72,4 bilhões de dividendos ordinários referentes ao exercício.

O pagamento do valor restante será avaliado até o final do ano, o que pode elevar a distribuição de proventos referentes a 2023 para R$ 116,2 bilhões.

Os gastos das famílias brasileiras com Habitação passaram de uma elevação de 0,19% em março para aumento de 0,07% em abril, gerando uma contribuição positiva de 0,01 ponto porcentual para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) deste mês. A informação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa geral do IPCA-15 foi de 0,21% em abril, o que representou uma desaceleração ante a taxa de 0,36% de março. No IPCA-15 de março, a alta de 0,19% do grupo Habitação havia gerado uma contribuição positiva de 0,03 ponto porcentual no resultado geral da inflação.

No IPCA-15 de abril, a energia elétrica residencial recuou 0,07%, a despeito dos reajustes de 3,84%, a partir de 15 de março, e de 2,76%, a partir de 19 de março, aplicados nas duas concessionárias pesquisadas no Rio de Janeiro.

A taxa de água e esgoto subiu 0,05%, devido ao reajuste de 1,95% em Goiânia a partir de 1º de abril.

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 15 de março a 15 de abril de 2024 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 16 de fevereiro a 14 de março de 2024 (base).

O presidente da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), Joaquim Passarinho (PL-PA), afirmou que o governo Lula tensiona a relação com o Legislativo ao judicializar a desoneração. Na quinta-feira, 25, o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) e suspendeu trechos da lei que prorrogou a desoneração da folha de 17 setores da economia e de municípios até 2027.

"Não há dúvidas de que o movimento do Poder Executivo contribuirá para prolongar o tensionamento nas relações com o Legislativo, que fez valer em cada um dos votos no Congresso Nacional o anseio da sociedade civil organizada, que procura segurança jurídica e redução do Custo Brasil para gerar empregos e renda. Nesse sentido, a judicialização da política simboliza um retrocesso em termos sociais e econômicos", disse o deputado, em nota divulgada na noite de quinta-feira.

Passarinho afirmou que era esperado que o Palácio do Planalto questionasse judicialmente a lei porque não conseguiu conquistar o que queria no plenário. "Não foi vitorioso na primeira votação, como também foi derrotado na apreciação dos vetos presidenciais e, por fim, no insucesso da Medida Provisória 1.202/24", emendou o presidente da FPE.

O deputado ainda disse confiar que o STF referendará a "decisão soberana" do Congresso, que decidiu pela manutenção da política de desoneração.

Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a manutenção da desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia nos moldes atuais, como sinalizou a relatora do projeto na Câmara, deputada Any Ortiz (Cidadania-RS), vai custar R$ 50 bilhões ao governo até 2027. A parlamentar só quer discutir uma política de reoneração gradual da folha, como proposto pelo governo, a partir de 2028

A proposta de reoneração gradual da folha de pagamento era mais um movimento de contenção de danos para enxugar o gasto tributário no País, meta da Fazenda, que de quebra contribuiria para o atingimento das metas fiscais. A desoneração dos setores acabaria em 2023, mas foi prorrogada pelo Legislativo. A lei que deputados e senadores aprovaram foi vetada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os parlamentares derrubaram o veto, mas o governo tentou reverter essa decisão com uma Medida Provisória, que acabou virando projeto de lei.

Na quinta, após a decisão de Zanin, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que o governo errava ao judicializar a desoneração. Nesta sexta-feira, 26, ele se reúne com líderes partidários da Casa para discutir o assunto.

As taxas de juros negociadas no mercado futuro operam em alta firme na manhã desta sexta-feira, 26, refletindo uma conjunção de fatores. No exterior, a inflação dos Estados Unidos, de 0,3%, pelo índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) veio dentro do esperado, embora ainda forte, promovendo leve aceleração da queda dos juros dos Treasuries.

Na avaliação de analistas, a reação dos mercados foi comedida porque ontem houve avanço significativo das taxas em resposta ao resultado trimestral do índice, o preferido do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

Por aqui, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) de abril (0,21%) abaixo da mediana das estimativas (0,29%) contribui para os ajustes. Eduardo Velho, estrategista-chefe da JF Trust, cita a fala "dovish" de Roberto Campos Neto agora pela manhã, com a percepção do mercado de que neste momento ele não se preocupa com a inflação de curto prazo, mas principalmente com a convergência das estimativas para as metas de 2025 e 2026. O profissional ainda cita avanços pontuais do governo no campo fiscal, que desde ontem favoreceram algum alívio na curva de juros.

Uma evidência do efeito da fala de Campos Neto, segundo Eduardo Velho, é a queda mais forte na ponta curta da curva de juros.

Às 11h28, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2025 tinha taxa de 10,215%, contra 10,328% do ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2026 projetava 10,44%, na mínima do dia, ante 10,616% do ajuste de ontem. A taxa do DI para janeiro de 2027 estava em 10,78%, de 10,957%. E a taxa de janeiro de 2029 era de 11,32%, de 11,44%.

A necessidade líquida de financiamento do Governo Geral (que inclui Governo Central, Estados e municípios) avançou 3,6 pontos porcentuais no ano passado, passando de 4% do PIB em 2022 para 7,6% do PIB em 2023. Segundo o Tesouro, isso é explicado pelo aumento nominal de 12,7% da despesa em relação ao ano anterior, contra um aumento menor, de 3,1%, da receita no mesmo período.

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 26, pela Fazenda no Boletim de Estatísticas Fiscais do Governo Geral de 2023, que aponta que o valor de necessidade de financiamento das esferas públicas se concentra majoritariamente no Governo Central, com 6,9% do PIB, e uma parcela de 0,9% dos governos estaduais - conta que é compensada pela capacidade de financiamento dos governos municipais, de 0,2% do PIB.

No caso do Governo Central, o resultado reflete um aumento nominal de 11,5% da despesa e de 2,3% da receita, enquanto, nos governos estaduais, esses números tiveram avanço de 6,3% e 1%, respectivamente. "Já a capacidade líquida de financiamento da ordem de 0,2% do PIB dos governos municipais é derivada de um aumento nominal de 13,5% na despesa e de 7,2% na receita em relação a 2022", apontou a Fazenda.

O total da receita geral caiu no ano passado, de 39,5% do PIB em 2022 para 37,8% do PIB em 2023, sendo 2,6% do PIB referente a receita com juros. Essa diminuição de 1,68 ponto do PIB reflete uma redução na receita de impostos (0,77 ponto do PIB), bem como na arrecadação de contribuições sociais e de outras receitas (0,06 e 0,85 ponto do PIB, respectivamente), aponta o Boletim.

Em relação à arrecadação de impostos pelo Governo Central, a redução foi impulsionada pela diminuição em impostos sobre a renda, lucro e ganhos de capital, que passou de 9,0% para 8,7% do PIB, explicado principalmente pela queda na arrecadação do Governo Central com IRPJ e CSLL. Na esfera estadual a redução da receita deveu-se basicamente à diminuição de 0,44 ponto do PIB do ICMS no ano de 2023, influenciada por medidas implementadas ainda em 2022, como a lei que estabeleceu limites para as alíquotas de ICMS para bens e consumo como de combustíveis e energia elétrica.

"Essa redução na arrecadação do imposto persistiu em 2023, apesar do ajuste promovido por algumas unidades federadas em suas alíquotas de ICMS, com a entrada em vigor da alíquota ad rem para combustíveis, com valores fixos por unidade de medida e uniformes em todo o território nacional", observou o Tesouro.

Já no caso das despesas do Governo Geral, o avanço foi de 43,4% do PIB no ano anterior para 45,4% do PIB em 2023. Os gastos, por sua vez, passaram de 43,0% do PIB em 2022 para 45,0% do PIB em 2023. O Boletim ressaltou o crescimento de 1,24 ponto do PIB do gasto com benefícios previdenciários e assistenciais. Esse comportamento foi influenciado, sobretudo, pelo aumento nos pagamentos de sentenças judiciais e precatórios em 2023 pelo Governo Central - com o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que liberou o Executivo a pagar essas dívidas com crédito extraordinário.

Além disso, outros fatores que influenciaram o aumento da despesa com benefícios previdenciários foram o aumento de 2,8% no número de beneficiários do RGPS entre novembro de 2022 e novembro de 2023, e o crescimento real de 1,4% do salário mínimo no ano passado.

O Tesouro ainda deu destaque para o dado de investimento líquido do Governo Geral - resultado da diferença entre aquisição de ativos fixos e das vendas e do consumo de capital fixo -, que se manteve estável em 0,4% do PIB em 2023. Segundo o órgão, esse resultado marca o segundo ano consecutivo em que o investimento líquido do Governo Geral registrou um valor positivo, o que antes de 2022 não ocorria desde 2015.

Após abrir aos 124.650,92 pontos, o Ibovespa segue renovando máxima na faixa dos 126 mil pontos na manhã desta sexta-feira, 26. A alta na carteira é quase generalizada. Perto das 11 horas, só uma ação cedia, de um total de 86. Assim, o principal indicador já sobe cerca de 1,00% na semana, evitando, por ora, registrar um quarto recuo semanal.

Ações mais sensíveis ao ciclo econômico são destaque de alta, dados os sinais de arrefecimento da inflação brasileira e de algum alívio na dos EUA. Os juros futuros e o dólar à vista têm quedas consistentes, seguindo os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, que caem com um pouco menos de ímpeto.

Após a cautela da véspera nos mercados, a sexta-feira é de alívio, mas o quadro ainda requer cautela, avalia Rodrigo Ashikawa, economista da Principal Claritas.

"Ontem, mesmo o PIB do primeiro trimestre americano com uma alta menor do que a esperada, indicava um consumo forte, e mostrava um primeiro cheiro para cima na inflação do país. Só que hoje o PCE mensal veio dentro do esperado. Claro que ainda mostra uma inflação elevada e pressionada nos EUA, não muda o pano de fundo da preocupações, mas pelo menos tem essa descompressão nos ativos", avalia Ashikawa.

Nesta sexta, saiu nos EUA o índice de preços de gastos com consumo, o PCE, do país de março, que ficou em 0,3%. O número veio em linha com a previsão de analistas.

No Brasil, após a divulgação do IPCA-15 abaixo da mediana do mercado, vários departamentos econômicos passaram a reduzir suas projeções para o dado fechado de abril, com muitos salientando que há espaço para corte da Selic de meio ponto porcentual no Copom de maio, como é o caso da B. Side Investimentos. "Dá pra pensar em corte de 0,50 ponto da Selic por conta da inflação, mas temos de acompanha o fiscal e o quadro externo", disse a economista-chefe da B. Side, Helena Veronese.

O IPCA-15 desacelerou 0,21% em abril, ante 0,36%, em março, aquém da mediana das estimativas de 0,29%. Após a divulgação do IPCA-15, a Ativa Investimentos reduziu sua projeção para a taxa de inflação fechada de abril. "Preliminarmente, e considerando apenas a variação dos subitens cujos movimentos se repetem do IPCA-15 para o índice fechado, revisamos nossa projeção do IPCA de abril de 0,36% para 0,32%", cita em nota o economista-chefe Étore Sanchez.

Luan Alves, analista chefe da VG Research, diz que sua projeção é que a inflação em 2024 fique dentro do intervalo de convergência do Banco Central e que a política de juros possa encontrar a taxa terminal Selic de 9,5%.

A agenda corporativa também é destaque na B3, com os balanços da Cielo e da Multiplan, além do foco nas blue chips do setor de commodities.

Os papéis da Vale sobem, após o recuo recuo da véspera após o balanço trimestral considerado fraco e em meio à oferta feita pela BHP à Anglo American, proposta essa que foi rejeitada pela gigante de mineração. Hoje, em Dalian, na China, o minério de ferro subiu apenas 0,06%, a US$ 122,17 a tonelada.

Os papéis da Petrobras também avançam ainda em reação à aprovação, ontem, de parte dos dividendos extras retidos pela empresa e à informação de que o pagamento do restante dos recursos ocorrerá no segundo semestre.

Ontem, o Índice Bovespa fechou com queda de 0,08%, aos 124.645,58 pontos. Às 11h06, subia 1,26%, aos 126.212,76 pontos, ante avanço de 1,47%, na máxima aos 126.475,49 pontos. Só Cielo ON (-0,54%) caía.

O índice de sentimento do consumidor nos Estados Unidos recuou de 79,4 em março para 77,2 na leitura final de abril, informou nesta sexta-feira, 26, a Universidade de Michigan. Analistas ouvidos pela FactSet previam 77,9.

As expectativas de inflação em 1 ano nos EUA subiram de 2,9% em março a 3,2% em abril.

Já as expectativas de inflação em 5 anos avançaram de 2,8% a 3,0%, na mesma comparação nessa pesquisa.

Os preços do grupo Transportes caíram 0,49% em abril, após alta de 0,43% em março. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), divulgado nesta sexta-feira, 26, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O grupo deu uma contribuição negativa de 0,10 ponto porcentual para o IPCA-15, que subiu 0,21% no mês.

Os preços de combustíveis tiveram queda de 0,03% em abril, após avanço de 2,41% no mês anterior.

A gasolina caiu 0,11%, após ter registrado alta de 2,39% em março, enquanto o etanol avançou 0,87% nesta leitura, após alta de 4,27% na última.

O Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) calcula o impacto de cada grupo no IPCA-15 com base na variação mensal e no peso mensal disponíveis no Sistema IBGE de Recuperação Automática (Sidra).

O resultado pode ter divergências pontuais com o impacto divulgado pelo IBGE, que considera mais casas decimais do que as disponibilizadas publicamente na taxa de cada item.

A possibilidade de o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) cortar os juros nos Estados Unidos até setembro crescia um pouco, após a publicação de alguns indicadores do país na manhã desta sexta-feira, 26, entre eles o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), medida de inflação preferida do Fed. No monitoramento do CME Group, esta chance avançava a 61,4%, com 38,6% de possibilidade de manutenção.

Detalhando-se as faixas para setembro, havia 38,6% de chance de manutenção na faixa atual (5,25% a 5,50%); 45,6% por corte de 25 pontos-base; 14,5% por redução de 50 pb; e 1,3% de corte de 75 pb.

Já para julho, a chance de manutenção estava em 63,5% e a de relaxamento, em 36,5%. Também neste caso houve leve avanço na possibilidade de algum corte.

Para dezembro, o monitoramento do CME ainda mostrava como cenário mais provável (38,4%) um corte de apenas 25 pontos-base em todo este ano; seguido (30,8%) por redução de 50 pb; por manutenção na faixa atual (17,6%); e por corte de 75 pb (11,2%), com chances bem menores de relaxamento ainda maior.

Os preços do grupo Alimentação e Bebidas aumentaram 0,61% em abril, após alta de 0,91% em março. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), divulgado nesta sexta-feira, 26, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O grupo deu uma contribuição positiva de 0,13 ponto porcentual para o IPCA-15, que subiu 0,21% no mês.

Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve alta de 0,74% em abril, após ter avançado 1,04% no mês anterior.

A alimentação fora do domicílio subiu 0,25%, ante alta de 0,59% em março.

O Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) calcula o impacto de cada grupo no IPCA-15 com base na variação mensal e no peso mensal disponíveis no Sistema IBGE de Recuperação Automática (Sidra).

O resultado pode ter divergências pontuais com o impacto divulgado pelo IBGE, que considera mais casas decimais do que as disponibilizadas publicamente na taxa de cada item.

A renda pessoal nos Estados Unidos subiu 0,5% em março ante fevereiro, segundo dados publicados nesta sexta-feira, 26, pelo Departamento do Comércio do país. O resultado veio em linha com a previsão de analistas consultados pela FactSet.

Os gastos com consumo nos EUA, por sua vez, avançaram 0,8% no mesmo período, superando o consenso da FactSet, de alta de 0,5%.

A alta de 0,21% registrada em abril pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi a mais branda desde outubro de 2023, quando o índice também subiu 0,21%. Considerando apenas meses de abril, o IPCA-15 foi o mais baixo desde 2020, quando caiu 0,01%.

O resultado de abril de 2024 fez a taxa acumulada em 12 meses voltar a desacelerar, segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em abril de 2023, o IPCA-15 tinha registrado alta de 0,57%.

Como resultado, a taxa do IPCA-15 acumulada em 12 meses arrefeceu de 4,14% em março de 2024 para 3,77% em abril de 2024, a mais baixa desde julho de 2023, quando estava em 3,19%.

O índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos EUA avançou 0,3% em março ante fevereiro, segundo dados publicados nesta sexta-feira, 26, pelo Departamento do Comércio do país. O número veio em linha com a previsão de analistas consultados pela FactSet.

Já o núcleo do PCE, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, subiu 0,3% no mesmo período, também em linha com a projeção da FactSet.

Na comparação anual, o PCE subiu 2,7% em março, acelerando ante o acréscimo de 2,5% visto em fevereiro, enquanto o núcleo avançou 2,8%, estável em relação ao desempenho do mês anterior. Ambos vieram acima das previsões da FactSet, de altas de 2,6% e 2,7%, respectivamente.

O PCE é a medida preferida de inflação do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, avaliou que a taxa de juro real no Brasil é mais alta, e que isso é uma realidade histórica, mas que ela vem diminuindo. Ele criticou comparações feitas entre as taxas de juros do Brasil e de outros Países, como o Chile, dizendo que é preciso comparar o esforço monetário, não só as taxas de juros, porque o juro real pode levar a conclusões enganosas.

"Essa narrativa de que os juros estão absurdamente altas não é verdade. Quando a gente olha o histórico dos juros e o esforço monetário, vemos que isso não é real", disse Campos Neto, durante palestra no evento "Cenário e Perspectivas para o Brasil", promovido pelo Young Presidents Organization (YPO).

Ele ainda destacou que o Brasil precisa avançar com as reformas e não retroceder de forma nenhuma das que foram feitas.

Atenção ao quadro externo

O presidente do Banco Centra comentou sobre a inflação global durante a palestra. "A grande pergunta que a gente se faz é de onde virá a desinflação daqui para frente", afirmou durante a apresentação.

Ele comentou sobre núcleos de inflação e disse que a inflação de serviços não está caindo mais. Também observou que, historicamente, não há desinflação em período de pleno emprego por tempo longo.

"Os Estados Unidos hoje concentram toda a atenção. Temos números importantes para acompanhar hoje, e lá a inflação caiu e depois voltou a subir", disse Campos Neto.

Ele ainda analisou que o cenário dos Estados Unidos, com incerteza, mudou a precificação do mercado. Como a curva norte-americana não mostra mais queda de juros, há efeitos em todo o mundo. Como exemplo, ele citou a diminuição da expectativa de corte de juros na Europa e em países emergentes, como o Brasil e México.

Um dado apresentado por Campos Neto era de expectativas do mercado para a política monetária, que estão menos otimistas para o corte de juros. "Estou falando mais do externo do que o normal porque é mais importante para nós agora. Se os juros nos Estados Unidos ficarem mais altos por mais tempo, significa que vai custar mais caro rolar a dívida por mais tempo", disse.

Ele afirmou que os dados da economia norte-americana melhoraram, mas disse que, se o país tiver de aumentar os juros, ficaria em uma situação complicada e que traz implicações para a política fiscal.

"Se tenho juros mais altos por mais tempo, vou gastar mais e a dívida americana subiu muito. A situação confortável para o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) não significa que seja mais confortável para o resto do mundo", disse o presidente do BC do Brasil.

Mais cedo, Campos Neto relembrou que, no período da pandemia, houve um movimento de organização das políticas monetária e fiscal para o enfrentamento da crise sanitária. Foi feito um plano muito ambicioso - em termos de gastos fiscais, gastou-se três vezes mais do que em 2008, mas depois vieram as cicatrizes, entre elas a inflação. A isso somou-se a guerra da Ucrânia, que pressionou os preços de energia.

O dólar opera em baixa nesta sexta-feira, 26, em meio ao recuo das taxas intermediárias e longas dos Treasuries e à alta de minério de ferro e petróleo no exterior. Investidores analisam o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15). Também monitoram palestra do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que disse há pouco que a curva de juros norte-americana não mostra mais queda de juros do Fed e isso faz diferença para o mundo.

O IPCA-15 registrou alta de 0,21% em abril, após ter subido 0,36% em março, informou há pouco o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou abaixo da mediana das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que apontava aumento de 0,29%. As estimativas iam de alta de 0,16% a 0,38%. Com o resultado anunciado hoje, o IPCA-15 acumula um aumento de 1,67% no ano. A taxa em 12 meses ficou em 3,77%. As projeções neste caso iam de avanço de 3,71% a 4,49%, com mediana de 3,85%.

Contudo, o rumo dos mercados em geral nesta sexta-feira deve ser dado pela leitura de março do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.

O resultado do indicador de inflação deve mexer com as apostas para a política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

Ontem, a inflação PCE do 1º trimestre veio acima das previsões dos analistas e renovou a expectativa pela manutenção de juros restritivos nos EUA por mais tempo.

Às 9h25, o dólar à vista caía 0,24%, a R$ 5,1501. O dólar para maio recuava 0,27%, a R$ 5,1515.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, definiu por meio de portaria que as instituições financeiras, com exceção das cooperativas de crédito e das administradoras de consórcio, poderão usufruir do crédito presumido previsto no Programa Acredita "para operações que estiverem inadimplidas há mais de noventa dias da data de vigência da Medida Provisória Nº 1.213, de 22 de abril de 2024".

Essa MP foi editada no início desta semana e traz pacote de ações do governo federal para ampliar acesso ao crédito por empreendedores donos de pequenos negócios. A portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta regulamenta artigo da MP que cria estímulo aos bancos para renegociarem dívidas desse público dentro do 'Desenrola Pequenos Negócios', um braço do Programa Acredita.

O dispositivo autoriza que o valor renegociado até o fim deste ano, das dívidas inadimplentes até a publicação da MP, possa ser contabilizado para a apuração do crédito presumido dos bancos nos exercícios de 2025 a 2029. "Isso significa que os bancos poderão elevar seu nível de capital para a concessão de empréstimos", afirmou a Fazenda em nota. "Será criado um mecanismo de incentivo aos bancos para renegociarem as dívidas de pequenas empresas, e as empresas ganham a oportunidade de pagarem suas dívidas em melhores condições, com maiores descontos, prazos, entre outras que podem ser negociadas junto aos bancos", acrescentou.

A Fazenda explicou que esse incentivo não gera nenhum gasto para 2024, e nos próximos anos o custo máximo estimado em renúncia fiscal é muito baixo, da ordem de R$ 18 milhões em 2025, apenas 3 milhões em 2026, e sem nenhum custo para o governo em 2027.

A MP estabeleceu que os bancos que renegociarem, até 31 de dezembro de 2024, dívidas de empresas com faturamento igual ou inferior a R$ 4,8 milhões poderão ter direito à apuração de crédito presumido em montante total limitado ao menor dos seguintes valores: o saldo contábil bruto das operações de crédito para renegociação de dívidas ou o saldo contábil dos créditos decorrentes de diferenças temporárias.

Faltava a Fazenda definir a regra de elegibilidade de quais dívidas os bancos poderiam considerar para usufruir do benefício, o que está formalizado na portaria desta sexta, ou seja, o estímulo alcançará "operações que estiverem inadimplidas há mais de noventa dias", contados do último dia 23 de abril, data da entrada em vigor da MP do Programa Acredita.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) subiu 0,21% em abril, após ter avançado 0,36% em março, informou nesta sexta-feira, 26, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado do IPCA-15 de abril veio abaixo da mediana de 0,29% das previsões dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast. Eles esperavam inflação entre 0,16% a 0,38%, conforme o levantamento.

Em abril de 2023, o IPCA-15 foi de 0,57%.

Com o resultado anunciado nesta sexta, o IPCA-15 registrou um aumento de 1,67% no acumulado de 2024.

Em 12 meses até abril, a alta foi de 3,77%, ante taxa de 4,14% até março.

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) avançou 0,3 ponto em abril, para 96,8 pontos, informa a Fundação Getulio Vargas (FGV). O índice, porém, recuou 0,2 ponto, em médias móveis trimestrais, para 96,9 pontos.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (Nuci) subiu 1,1 ponto porcentual no período, para 82,4%.

"Após um primeiro trimestre positivo, a confiança da indústria segue avançando, mas com sinais distintos entre indicadores de situação atual e sobre o futuro dos negócios", escreve o economista Stéfano Pacini, do Ibre/FGV, em nota. "Apesar da melhora gradual da demanda presente, os empresários observam o nível de estoques aumentar novamente."

Houve alta em oito dos 19 segmentos industriais pesquisados pela sondagem. O Índice de Expectativas (IE) avançou 1,4 ponto, para 97,8 pontos, maior nível desde setembro de 2022 (97,9 pontos). O Índice de Situação Atual (ISA), porém, caiu 0,6 ponto, para 96,0 pontos.

Entre os componentes do IE, o indicador que mede a tendência dos negócios nos seis meses seguintes avançou 3,0 pontos, para 98,0 pontos. O índice que mensura o ímpeto sobre as contratações subiu 2,4 pontos, para 102,0 pontos, maior patamar desde setembro de 2022 (104,0 pontos). Já o indicador que mede a produção nos três meses seguintes caiu 1,4 pontos, para 93,4 pontos, terceira queda consecutiva.

Nas aberturas do ISA, o nível de estoques foi o que mais influenciou a queda, ao piorar 3,0 pontos no mês, indo a 105,3 pontos - acima de 100 pontos esse indicador sinaliza que a indústria opera com estoques excessivos. A situação atual dos negócios caiu 0,7 ponto, para 97,8 pontos, enquanto o nível de demanda avançou 1,8 ponto, para 95,7 pontos, melhor resultado desde outubro de 2022 (96,9 pontos).

A Chevron teve lucro líquido de US$ 5,5 bilhões no primeiro trimestre de 2024, menor do que o ganho de US$ 6,57 bilhões apurado em igual período de 2023, segundo balanço divulgado nesta sexta-feira. Com ajustes, a segunda maior petrolífera dos EUA registrou lucro por ação de US$ 2,93 entre janeiro e março, ligeiramente acima da projeção de analistas consultados pela FactSet, de US$ 2,92.

Já a receita da Chevron teve queda anual de 4,1% no trimestre, a US$ 48,72 bilhões, e ficou abaixo do consenso da FactSet, de US$ 48,42 bilhões.

No balanço, a Chevron informou também que ampliou sua produção mundial em 12% no trimestre, com avanço de 35% apenas nos EUA, graças em parte à aquisição da PDC Energy.

O Banco Central da Rússia decidiu manter sua taxa básica de juros pela terceira vez consecutiva, em 16%, após concluir reunião de política monetária nesta sexta-feira, 26. Contudo, o BC russo alertou que a trajetória de queda da inflação está mais lenta do que o projetado em fevereiro, o que exigirá manutenção do aperto monetário "por um período mais longo do que o previsto anteriormente".

Em nota, o BC da Rússia aumentou projeções para os juros, prevendo que as taxas devem ficar entre 15% a 16% em 2024, antes de cair para a faixa de 10% a 12% em 2025. Já a inflação deve cair para o intervalo de 4,3% a 4,8% em 2024 e retornar para a meta de 4% em 2025.

Segundo a autoridade monetária, a demanda doméstica continua elevada e limita a capacidade de expandir a oferta, o que dificulta o arrefecimento da inflação. O BC também destacou que os riscos seguem elevados, especialmente em termos de comércio, com os efeitos de tensões geopolíticas.

"A política monetária do Banco da Rússia está determinada a solidificar o processo de desinflação da economia", concluiu o banco central. A próxima reunião de juros do BC russo está marcada para 7 de junho.

A ExxonMobil teve lucro líquido de US$ 8,22 bilhões no primeiro trimestre de 2024, 28% menor do que o ganho de US$ 11,43 bilhões apurado em igual período de 2023, segundo balanço divulgado nesta sexta-feira, 26. Com ajustes, a maior petrolífera dos EUA registrou lucro por ação de US$ 2,06 entre janeiro e março, abaixo da projeção de analistas consultados pela FactSet, de US$ 2,19.

Já a receita da Exxon teve queda anual de 4% no trimestre, a US$ 83,08 bilhões, mas superou o consenso da FactSet, de US$ 79,7 bilhões.

No balanço, a Exxon informou também que ampliou sua produção mundial em 2,5% no trimestre, com quedas de 0,5% nos EUA e de 5% na Ásia compensadas por um salto de 15,2% no Canadá e em outras partes do continente americano e um aumento de 1,8% na África.

Às 7h50 (de Brasília), a ação da Exxon tinha queda de 3,2% nos negócios do pré-mercado em Nova York.

A Petrobras informou na noite da quinta-feira, 25, que assinou contratos para a cessão da totalidade de sua participação nos campos de Cherne e Bagre, localizados em águas rasas na Bacia de Campos, para a Perenco Petróleo e Gás do Brasil. A estatal receberá US$ 10 milhões com a operação, sendo US$ 1 milhão pagos na quinta e o restante no fechamento da transação, sujeito aos ajustes previstos no contrato. A produção dos dois campos foi interrompida em março de 2020 e as respectivas plataformas estão hibernadas desde então.

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa informa que a transferência desses campos para a Perenco traz a perspectiva de retomada da produção pelo novo operador, configurando alternativa mais vantajosa para a Petrobras em comparação à opção de descomissionamento das instalações e devolução das concessões à ANP. "Ao mesmo tempo, essa transação possibilita que a Petrobras direcione seus investimentos no segmento de E&P para ativos mais aderentes à estratégia da companhia, que envolve, entre outros fatores, a descarbonização crescente das operações", diz.

Segundo a empresa, não haverá prejuízo ou transferência de qualquer empregado da Petrobras em decorrência da cessão dos ativos, uma vez que a maior parte dos trabalhadores que atuavam na operação já foi realocada para outras atividades da companhia. O efetivo mínimo mantido para manutenção dos ativos hibernados integrará outras operações após a conclusão da transferência dos campos.

Os campos de Cherne e Bagre foram adquiridos por meio da Rodada Zero da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Os campos estão situados na Bacia de Campos, a 73 km da costa do estado do Rio de Janeiro, em profundidade d'água que varia de 108 a 150 m. Até a interrupção da produção, em março de 2020, os campos de Cherne e Bagre produziam por meio das plataformas PCH-1 e PCH-2, que estão atualmente hibernadas.

Em maio de 2022, foi iniciado junto à ANP o processo para devolução das concessões de Cherne e Bagre, tendo a Petrobras iniciado o planejamento para o descomissionamento das instalações de produção associadas a esses campos.

O presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Kazuo Ueda, afirmou nesta sexta-feira, 26, que manterá as condições monetárias do país frouxas "por enquanto". A declaração foi dada após o anúncio da decisão de manter a taxa de depósitos na faixa entre 0% e 0,1%.

Ueda afirmou, no entanto, que o BoJ poderá elevar as taxas de juros caso a inflação subjacente aumente.

O presidente da instituição afirmou ainda que a política monetária não tem como objetivo direto controlar a taxa de câmbio - tema recorrente nas discussões sobre as decisões de juros no Japão -, mas esclareceu que o iene mais fraco poderá afetar as próximas decisões caso afete a inflação, o que, segundo Ueda, ainda não aconteceu.

*Com informações da Dow Jones Newswires.