Ações da Sequoia sobem 110% após anúncio de fusão com MOVE3

As ações da Sequoia Logística (SEQL3) subiam 110% às 16h17 desta terça-feira (2), cotadas a R$ 0,80, levando seu valor de mercado para R$ 281,4 milhões, ante R$ 133,7 milhões no pregão anterior – o último de 2023. Na quinta-feira (28), os papéis da companhia encerraram cotados a R$ 0,38.

O motivo da alta é devido a companhia ter anunciado que assinou um acordo preliminar com os acionistas do Grupo MOVE3 para uma fusão das empresas. O movimento pode levar a Sequoia a ser uma das maiores – se não a maior – empresa de entregas do país, atrás apenas dos Correios.

A questão é que como os papeis da companhia têm baixa liquidez e são negociados na casa dos centavos (as chamadas penny stocks), qualquer variação, por menor que seja, se transforma em grandes mudanças percentuais.

Listada na B3 em 2020, a companhia teve sua oferta pública inicial (IPO) precificada a R$ 12,40. No entanto, as ações despencaram 97% desde então. Aumento dos juros, mau momento do varejo, saída intencional do segmento de pesados (linha branca e marrom) interrupção das linhas de crédito de risco sacado (após a fraude da Americanas) afetaram o caixa da companhia, segundo a própria vem divulgando nos resultados trimestrais.

No terceiro trimestre de 2023, o segmento de encomendas sofreu a maior queda de receita contra o período anterior, impactado, sobretudo, pela restrição de capital de giro.

Mas apesar da queda da receita total, a companhia aponta que segue operando na estratégia de priorizar contratos e segmentos com maior margem e rentabilidade.

Um exemplo foi a reestruturação de pesados, em que os custos da companhia registraram queda de 59,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Essencialmente, os custos da Sequoia compreendem gastos com frete, combustíveis, pedágios, pessoal e demais custos fixos relacionados à prestação dos serviços de armazenagem e transporte.

A empresa vem em um movimento de reestruturação de dívidas junto aos credores.

Incorporação com MOVE3

Apesar de os detalhes financeiros da transação não terem sido fornecidos pela Sequoia, foi divulgado que a incorporação de MOVE3 fará com que os acionistas dessa última – incluindo o fundo de investimento JGB e a gestora de ativos Newfoundland Capital – detenham uma participação societária “relevante” na futura companhia.

A fusão ainda requer aprovação final de ambas as partes bem como do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).