Finanças

Ação do Assaí perde indicações em outubro; Vale volta a ser a mais recomendada

Levantamento feito pelo InvestNews acompanha 14 carteiras de bancos e corretoras.

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A ação da Vale (VALE3) voltou a liderar os ativos mais recomendados por analistas em outubro, após ter sido desbancada pelo papel do Assaí (ASAI3) em setembro. É o que aponta levantamento feito pelo InvestNews com 14 carteiras recomendadas por bancos e corretoras.

Para outubro, a mineradora recebeu 10 recomendações, quatro a mais que o total do mês passado, quando ficou em segundo lugar na lista de ações mais indicadas para setembro, de acordo com o levantamento.

A ação do Itaú Unibanco (ITUB3, ITUB4) aparece na sequência, como o segundo ativo mais recomendado para outubro, com sete indicações. No mês passado, o papel recebeu seis sugestões e também ficou em segundo lugar no ranking.

Posteriormente, presentes em seis das 14 carteiras consultadas pelo InvestNews, estão Assaí (ASAI3), Ambev (ABEV3) e Lojas Renner (LREN3). No mês passado, a ação da atacadista ficou em primeiro lugar, com sete recomendações. Já os papeis da fabricante de bebidas e da varejista de moda ficaram na terceira colocação do ranking, com cinco indicações.

As ações da Sabesp (SBSP3) e Itaúsa (ITSA4), por sua vez, ficaram em quarto lugar no ranking das mais indicadas para outubro, com cinco recomendações. 

O ranking do InvestNews considera a somatória das ações mais recomendadas pelos especialistas e acompanha mensalmente as recomendações dos seguintes bancos e corretoras:

  • Ágora
  • Ativa
  • BB Investimentos
  • BTG Pactual
  • Genial
  • Guide
  • Inter Research
  • Mirae Corretora
  • ModalMais
  • Nova Futura
  • NuInvest *
  • Órama
  • Toro
  • Terra

*A partir de junho, o levantamento passou a considerar a lista de recomendações de dividendos da NuInvest, nova referência de indicações da corretora.

Ações mais recomendadas para outubro de 2022, segundo 14 carteiras de bancos e corretoras:

Vale

Logo da mineradora brasileira Vale no edifício-sede da companhia no Rio de Janeiro. Crédito: REUTERS/Pilar Olivares/File Photo

A Vale é uma das maiores empresas mineradoras do mundo. A companhia produz e comercializa minério de ferro, níquel, pelotas, minério de manganês, ferroligas, carvão cobre e outros metais.

A ação da empresa é recomendada para o mês de outubro pela Guide Investimentos, Ativa Investimentos, NuInvest, Nova Futura Investimentos, Terra Investimentos, BB Investimentos, Inter Research, Mirae Asset, Órama e BTG Pactual.

Segundo o analista Murilo Breder, da NuINvest, a Vale tem como trunfo a sua enorme geração de caixa, que a permite distribuir muitos dividendos, transformando a companhia em uma das maiores pagadoras de proventos da bolsa de valores brasileira.

“Ainda que as ações VALE3 oscilem diariamente com a variação do preço do minério de ferro, na prática, ainda que a commodity negocie a patamares mais baixos, a companhia deve seguir gerando bastante caixa, nos trazendo conforto para o longo prazo. Negociando a um patamar de preço que julgamos atrativo, recomendamos a compra dos papéis”, explica Breder em relatório.

Já a Guide Investimentos pontuou que a Vale reportou uma receita no segundo trimestre de 2022 de US$ 11,1 bilhões, queda de 32,4% ante mesmo período do ano passado; custo caixa de US$ 24,2 por tonelada, um aumento de US$ 3 por tonelada comparado ao primeiro trimestre deste ano e custo do frete marítimo de US$ 21,3 por tonelada de abril a junho, US$ 3,2 por tonelada maior ante o trimestre anterior, refletindo o aumento dos preços do petróleo brent globalmente. 

“Apesar de números mais fracos no segundo trimestre de 2022, em virtude dos menores preços realizados no período, os volumes parcialmente compensaram o efeito, o que se refletiu em um lucro líquido acima do esperado. A pressão de custos e despesas fizeram com que as margens encolhessem também, entretanto, esperamos uma descompressão no médio prazo”, afirmou a Guide em relatório.

De acordo com a Guide, entre os principais riscos à mineradora estão: desaceleração da demanda mundial de minério, principalmente com arrefecimento de planos de desenvolvimento, como dos Estados Unidos; variação da taxa de câmbio dólar/real; riscos ambientais, como rompimento de barragens e poluição ambiental e risco de paralisação causada por chuvas.

 A Terra Investimentos, por sua vez, destacou em relatório que o minério de ferro na China deve manter o cenário volátil, enquanto o governo do país asiático continua analisando políticas de estímulo que tendem a aumentar a demanda pelo produto, mas que, ainda sim, há expectativas  para a retomada para níveis históricos da demanda do aço.

“A empresa continua apresentando resultados operacionais fortes, apesar das últimas revisões de produção. Outro fator de longo prazo é a guerra entre Rússia e Ucrânia, que, no longo prazo, deve gerar maior demanda por metais para a reposição de armamento bélico”, avaliou a  corretora.

Itaú

Para outubro, a ação do banco foi recomendada pela Guide Investimentos, Ativa Investimentos, Nova Futura,  BTG Pactual, Genial Investimentos e BB Investimentos.

Para o BTG Pactual, o Itaú continua sendo a principal escolha entre os bancos do Brasil, por estar apresentando forte crescimento nos últimos 18 meses, impulsionado por uma transformação cultural. 

Para 2023, os analistas do BTG projetam que o lucro líquido do Itaú cresça 15% ao ano, após crescer, aproximadamente, 20% em 2022.

“O ‘modo de ataque’ do Itaú tem conseguido manter, junto com seu maior apetite de crescimento, justificativa de negociação em um múltiplo maior do que seu média histórica”, avaliou o BTG.

Já a Guide Investimentos destacou que a melhora relevante do Itaú no segundo trimestre de 2022 em diversos segmentos, desde crédito até seguros, foi capaz de sobrepor parcialmente o aumento sutil da inadimplência da instituição financeira e seu nível de créditos baixados.

“Acreditamos que o Itaú entregou números bons, porém, com aumento sutil da inadimplência, sobreposta por suas linhas fora de negócios principais, como asset management e corretora”, pontuou a Guide Investimentos.

Ambev

Foto: Divulgação

A ação da fabricante de bebidas é recomendada para outubro pela Toro Investimentos, Guide Investimentos, Mirae Corretora, Nova Futura, BB Investimentos e BTG Pactual.

A Toro Investimentos avalia que, enquanto o Brasil está entre os 30 países que mais consomem cerveja no mundo, a Ambev se beneficia do ambiente nacional propício para o consumo de bebidas geladas e da grande demanda potencial dada a demografia brasileira. 

Além disso, a Toro aponta ainda que a empresa vem se expandindo por novas geografias, aproveitando de sua expertise para se estabelecer em novos mercados mundiais.

“No segundo trimestre de 2022, a Ambev apresentou um volume recorde de vendas de cerveja. O aumento dos custos de commodities, que impactou negativamente nos custos da companhia, tem se reduzido, o que poderá aliviar parte destas pressões. Além disso, a Ambev tem apresentado significativas melhorias operacionais, com o investimento em suas plataformas digitais e ainda conta com o ‘efeito Copa’, que pode acelerar a venda de bebidas nesse final de ano”, destacou a Toro.

A Guide Investimentos recomenda a ação da Ambev avaliando que, com o forte impacto sofrido pela pandemia e aumento da concorrência, a companhia mostrou toda sua capacidade em termos de execução comercial, estratégias de marketing, inovação e adaptação às novas tendências de consumo, ampliando não só seu portfólio de produtos, mas também canais de vendas.

Assaí

O papel da empresa de atacado de autosserviço foi recomendado para este mês pela Toro Investimentos, Guide Investimentos, Ativa Investimentos, Ágora, Nova Futura e Mirae.

A Ágora Investimentos destaca que a companhia apresenta uma combinação de perfil defensivo e oportunidades de crescimento, com uma taxa média de crescimento anual do lucro de cerca de 40% no período de 2022 a 2025 e um valuation atraente, com múltiplo preço/lucro estimado para 2023 de cerca de 12 vezes.

 Ainda de acordo com a Ágora, o Assaí é o único player de atacarejo ‘puro’, segmento de alto crescimento no varejo de alimentos e com histórico comprovado de execução. 

“O principal fator por trás das ações serão as conversões das lojas Extra adquiridas, com inaugurações ao longo do 3º trimestre e 4º trimestre, para as quais não incluímos totalmente a orientação da administração em nossas estimativas. Como resultado, vemos possíveis revisões para cima, se as metas de conversão forem atingidas”, destacou em relatório a corretora.

Na avaliação da Toro Investimentos, os resultados da empresa seguem evoluindo e a companhia tem perspectivas positivas para o mês de outubro. 

“Com a expectativa de que os dados de inflação referentes a setembro apontem, mais uma vez, deflação, poderemos observar maiores gastos com bens não-discricionários por parte das famílias. Além disso, é uma empresa que se distancia de forma bem interessante do degradado cenário macroeconômico internacional”, avalia a Toro.

Para a Guide Investimentos, a empresa possui forte geração de caixa, sendo um destaque de crescimento no setor, possui estratégia e execução bem definidas para expansão e dirigentes com vasta experiência no setor de varejo alimentar, além da companhia ser destaque ESG em seu setor.

Lojas Renner 

Vista de unidade da Lojas Renner. Crédito: Marcos Gouveia/Divulgação.

A ação da varejista de moda foi recomendada para outubro pela Guide Investimentos, BTG Pactual, Modal, Nova Futura e Terra Investimentos.

Para o BTG Pactual, a companhia está bem posicionada para ganhar participação de mercado dada sua estrutura de cadeia de suprimentos de última geração, execução do prêmio, iniciativas de integração de canais de comunicação, em conjunto com uma melhoria gradual da rentabilidade e uma confortável posição de caixa líquido.

Ainda de acordo com o BTG, apesar de preocupações estruturais com a concorrência de nativos digitais, como Shein, que vem com força crescente no setor de varejo de vestuário brasileiro, as companhias locais também têm aumentado seus esforços para se tornar mais digital, além de haver o fator local, já que as empresas nacionais se beneficiam de uma vasta base para reduzir os prazos e custos de entrega.

A Guide Investimentos, por sua vez, destaca que, a partir dos resultados da empresa no segundo trimestre, a Lojas Renner mostrou que sua estratégia de integração entre canais físico e digital está rendendo bons frutos. 

Ainda de acordo com a corretora, outro ponto bastante positivo foi o retorno da margem bruta do varejo para patamares muito próximos daqueles que eram reportados antes da pandemia, chegando a 56,1% no segundo trimestre, reflexo direto do mix de vendas do período, ainda mais impulsionadas pelo frio um pouco antes do esperado que houve de abril a junho.



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