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Finanças

Após 2 anos de retração, startups nacionais projetam retorno de investimentos

Movimento de investidores ainda deve se manter distante de 2021, conhecido como o “ano de ouro”, quando havia abundância de recursos no mercado.

Após dois anos de forte retração, demissões e encerramento de atividades, o setor de startups projeta uma recuperação neste ano, com a volta gradual de investimentos e de rodadas de captação. O movimento de investidores, porém, ainda se manterá muito distante do “ano de ouro”, em 2021, quando havia abundância de recursos no mercado e as captações mais que triplicaram em relação ao ano anterior – que já tinha sido bom – e atingiram US$ 11 bilhões (por volta de R$ 54,2 bilhões).

O melhor ano para o segmento veio acompanhado de recordes de rodadas – 948 ao todo – e de 11 empresas que se tornaram unicórnios, segundo a Sling Hub, uma plataforma de dados sobre o mercado de startups. O apelido, uma alusão a algo raro, especial e mítico, é dado às empresas iniciantes avaliadas em US$ 1 bilhão (R$ 4,9 bilhões) antes de abrirem capital em bolsas de valores.

Em 2022, apenas duas startups do Brasil passaram a ter o “título”, a Dock (de tecnologia para serviços financeiros) e a Neon (instituição financeira de pagamentos). No ano passado, apenas uma – a Pismo, desenvolvedora de tecnologia bancária e de pagamentos – recebeu o título em junho, ao ser comprada pela Visa.

O Brasil tem atualmente 26 unicórnios, de acordo com a Sling Hub. A primeira a entrar para essa categoria especial foi a 99, em 2018, seguida por Nubank e iFood. Ao todo, há cerca de 14 mil startups no País, segundo a Associação Brasileira de Startups (ABStartups).

Com as expectativas de um aumento nas captações, ainda que discreto, há seis startups na lista de apostas de analistas para se tornarem unicórnios neste ano ou no próximo. Quatro são fintechs, ligadas ao segmento financeiro – Asaas, idwall, Parfin e QI Tech. Uma é a agtech Agrotools, da área de agronegócios, e a outra a eureciclo, do segmento ambiental.

João Ventura, fundador e CEO da Sling Hub, avalia que as captações brasileiras de 2023 devem ficar próximas das de 2020, que foram de US$ 3,3 bilhões. Também uma startup, a plataforma monitora 32 mil empresas de 21 países da América Latina e mantém um banco de dados sobre todo o ecossistema do segmento.

Até 10 de dezembro, último levantamento feito pela empresa, as captações estavam em US$ 3,2 bilhões, 40% abaixo do montante de 2022 que, por sua vez, foi 50% menor em relação ao ano anterior.

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