Engatando forte valorização desde o último trimestre do ano passado, o bitcoin (BTC) ultrapassou a casa dos US$ 68 mil, valorizando 64% apenas em 2024. Como resultado, 100% dos endereços de blockchain que possuem BTC estão no lucro, segundo dados da plataforma IntoTheBlock.

Um endereço que contém bitcoin está “no lucro” quando a taxa de mercado atual do BTC está acima do custo médio de aquisição da criptomoeda no endereço.

Várias moedas douradas de Bitcoin empilhadas, com o símbolo 'B' brilhando sob luz intensa.
Representação física de bitcoins
24/10/2023
REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração

Ainda de acordo com a IntoTheBlock, a taxa é a maior desde de novembro de 2021, reforçando as semelhanças entre o ciclo de alta daquele ano e o atual.

Por outro lado, como cada pessoa pode ter quantos endereços quiser, não é possível determinar quantos donos dos endereços efetivamente estão com lucros não realizados.

Essa alta está associada a dois fatores. O primeiro se refere ao sucesso dos ETFs de bitcoin à vista nos Estados Unidos, algo inédito até então. O segundo – e mais importante –, às expectativas em torno do próximo halving da criptomoeda, previsto para 19 de abril.

O bitcoin foi matematicamente pré-programado para que exista apenas 21 milhões de unidades. O halving é um evento que ocorre aproximadamente a cada quatro anos e resulta na redução em 50% da taxa de emissão de novas moedas na rede. Assim, torna a moeda mais escassa e, historicamente, precede novas máximas históricas do BTC.

Para se ter uma ideia, em 2012, o bitcoin experimentou um crescimento explosivo, valorizando 100x em relação à sua máxima anterior durante o halving. Quatro anos depois, em 2016, a moeda subiu 30x em relação à máxima anterior ao evento. Já, em 2020, a criptomoeda subiu 8x em relação à máxima anterior ao halving, onde atingiu seu pico histórico de 69 mil dólares. 

‘Hodler’ de bitcoin

Outros dados da IntoTheBlock apontam que o número de ‘hodler’ de bitcoin merece atenção: há 35,79 milhões de endereços mantendo seus BTC há mais de um ano – ou seja, são investidores de longo prazo, sem venda da criptomoeda no período. Juntos, esses endereços detém 13,62 milhões de bitcoin do total de 19,65 milhões unidades emitidas até agora. 

Gráfico de linhas: Endereços de cripto por tempo de retenção (Hodlers, Cruisers, Traders) e preço (2009-2024).
Descrição: Dados apontam que investidores de Bitcoin de longo prazo (em azul) são a maioria, representando a confiança que depositam na criptomoeda. 
Fonte:IntoTheBlock

Em paralelo, o bitcoin está deixando as exchanges no ritmo mais rápido em anos à medida que beira sua máxima histórica de US$ 69 mil. 

Segundo a publicação de James Van Straten, analista da CryptoSlate, na plataforma X, somente em 1º de março as retiradas de BTC das corretoras foram de cerca de US$ 2,3 bilhões, uma das maiores em 5 anos. 

A saída de bitcoin das exchanges é um forte indicativo da expectativa de holder. Afinal, quando os investidores retiram BTCs das plataformas de negociação e optam por armazená-los em suas próprias carteiras, entende-se que confiam no potencial a longo prazo da maior criptomoeda do mercado.

Ao que tudo indica, os investidores holders compreendem a segurança da tecnologia descentralizada por trás do bitcoin e sua característica deflacionária; eles sabem que seu potencial de valorização a longo prazo, tal como o ouro, tende ao infinito.