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Finanças

As 7 armadilhas do cartão de crédito que você deve evitar

Como fugir dos perigos que levam ao superendividamento? Samy Dana mostra as ciladas do dinheiro de plástico.

ccompras cartão de crédito

Apesar dos juros exorbitantes, o cartão de crédito é um dos meios de pagamento preferidos do brasileiro, não só pela praticidade das compras online, mas também pela segurança. As vantagens são reais, mas o uso indiscriminado desta ferramenta pode levar a armadilhas que, se ignoradas, fazem o consumidor cair no temido descontrole financeiro. O alerta é do economista, professor da FGV e especialista em finanças pessoais e investimentos do InvestNews Samy Dana.

MAIS: Entenda a regra para compras internacionais no cartão de crédito

Um mês de juros cobrados no rotativo do cartão equivalem a nada menos que 9 anos de retorno na poupança atual, se considerarmos a taxa média cobrada pela linha nos bancos. O rendimento da caderneta ao mês é de 0,11%, enquanto os juros do cartão ficaram na faixa dos 12,24% mensais (o que equivale a 300% ao ano).

O mau uso do dinheiro de plástico pode ser evitado com o controle do orçamento doméstico, mas apenas 5% da população possuem este hábito, segundo Samy Dana. “O ideal é reservar 50% dos recursos para sua sobrevivência (aluguel, financiamento, alimentação), 30% com para seu patrimônio (bens, aposentadoria e aplicações) e 20% para os gastos não essenciais (entretenimento e roupas)”, observa.

As compras com cartões de crédito somaram R$ 323,2 bilhões em transações no primeiro semestre deste ano, um aumento de 5,7%, de acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).

Samy Dana selecionou os sinais de alerta que fazem do cartão de crédito um inimigo das finanças em dia. Confira as principais armadilhas que você deve evitar sempre que possível para evitar o superendividamento e fazer desta ferramenta um aliado do seu dinheiro:

1 – Atrasar a fatura sem necessidade

Parcelar as compras no cartão ou atrasar a fatura para o mês seguinte sem necessidade é o primeiro passo para o descontrole financeiro. O dinheiro de plástico deve ser usado preferencialmente em emergências, ou quando não é possível recorrer a linhas de crédito mais baratas, como o consignado, que cobra juros menores por descontar as prestações da folha de pagamento. O mesmo cuidado vale para o cheque especial, outra das modalidades mais caras no mercado.

2 – Esquecer dos custos embutidos

Muita gente se esquece que o custo total de uma dívida vai além dos juros cobrados. Por isso é sempre bom ler as entrelinhas da fatura atrasada. Entram na conta despesas nem sempre fáceis de identificar (os bancos não costumam ser tão legais assim), como a taxa de abertura de crédito e seguros embutidos. Por essa razão, antes de contratar uma linha de crédito no cartão ou outra modalidade, é recomendável conhecer as cláusulas contratuais, para saber quais as cobranças previstas ao contrair a dívida.

3 – Pagar após o vencimento

É melhor ficar de olho na data de vencimento da fatura para fazer o melhor uso do crédito. Se a compra foi feita à vista no início do mês e a fatura do cartão vence no dia 30, considere a oportunidade de pagar antes do vencimento e sem pagar juros. “Se você pagar a fatura até esta data, o cartão será seu amigo”, aponta Samy Dana.

4 – Parcelar quando se pode pagar à vista

A facilidade de parcelar as compras no cartão pode ser uma armadilha. A taxa zero dos produtos vendidos a prazo pode esconder uma armadilha de preços. De modo geral, os juros costumam ficar escondidos no valor total de um produto parcelado. Somadas as parcelas, é preciso ver quanto custaria o bem à vista. Normalmente, o consumidor negocia um desconto com o vendedor para comprar, porque lojas que vendem a prazo costumam embutir os juros no preço total do produto.

5 – Desconhecer as taxas cobradas

Uma dívida em que o consumidor desconhece os juros cobrados é a mais perigosa e passível de abusos. Ter noção das taxas praticadas em outras linhas de crédito e mostrar esse conhecimento ao gerente do banco facilita uma negociação para baixar os juros do cartão se você se endividou. Se você demonstra que pretende migrar a dívida para outro banco pela portabilidade de crédito, é um bom começo.

6 – Ignorar o prazo da dívida

Não olhar apenas o valor da parcela. Se o prazo do pagamento for muito longo, os juros serão bem maiores. “É importante olhar não apenas os juros, mas o valor total da dívida”, recomenda Samy Dana. Assim, vale comparar se o preço final do bem adquirido é mais baixo com juro maior e um prazo mais curto.

7 – Obsessão por pontos e milhas

Juntar pontos no cartão de crédito para trocar por benefícios ou passagens aéreas é uma estratégia para fisgar o uso desse tipo de pagamento. Afinal, quanto mais se gasta, mais milhas você acumula. A “gamificação” do consumo pode levar a vícios e facilmente desencadear o consumo desnecessário. Outro risco é que os destinos turísticos aos quais as milhas se aplicam muitas vezes são mais caros sem as milhas, e a troca pode não compensar.

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