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Finanças

Balanços do 1º tri: Temporada mostrou crescimento de receita, Ebtida e lucro

Tanto empresas domésticas como as que atuam com commodities registraram avanço nos números, segundo o BTG.

Balanços do 4º trimestre (foto:Pixabay)
Balanços do 4º trimestre (foto:Pixabay)

A temporada de balanços referente ao primeiro trimestre de 2022 chegou ao fim, mas o que os números evidenciaram sobre a saúde financeira das empresas?

Dados do BTG Pactual, levando em conta companhias que compõem o principal indicador da B3, o Ibovespa, apontam que as empresas de commodities tiveram avanço de receita, Ebitda e lucro, na comparação com o mesmo intervalo do ano passado. Por outro lado, os números reportados por elas ficaram abaixo do projetado pelo banco.

Já aquelas com atuação no cenário doméstico se destacaram nos dois recortes: além de reportaram balanços acima do estimado, os números superaram os registrados no mesmo intervalo de 2021.

A casa mostrou ainda que os setores de alimentos, bebidas, agronegócio e varejo foram os que mais contribuíram para o crescimento das receitas das empresas no período, enquanto os setores de papel e celulose, companhias aéreas, bancos e utilities se destacaram no quesito lucros.

O banco Inter, por sua vez, apontou que os setores de construção, mineração, saúde e seguradoras, apresentaram números negativos no período; bancos, elétricas e saneamento, siderurgia, tecnologia e varejo/consumo ficaram estáveis; enquanto frigorífico, papel e celulose e shoppings tiveram uma performance positiva.

Comparativo anual

Ao levar em conta os resultados do primeiro trimestre deste ano em comparação ao mesmo intervalo do ano passado, a recuperação foi forte, na avaliação do BTG, já que no primeiro trimestre de 2021 o Brasil ainda enfrentava lockdowns e restrições de mobilidade.

A receita consolidada das empresas (sem considerar Petrobras e Vale) cresceu 23% ante janeiro e março do ano passado, o Ebitda avançou 9,2% e o lucro líquido subiu 38%.

A margem Ebitda, por sua vez, caiu 200 pontos, “devido às margens mais baixas dos exportadores de commodities, enquanto as margens das empresas domésticas ficaram estáveis”, pontuou o BTG.

No recorte entre empresas nacionais e internacionais, as receitas, o Ebitda e os lucros das empresas domésticas cresceram 17%, 15% e 24%, respectivamente. Os exportadores de commodities, por sua vez, se saíram ainda melhor, com crescimento na receita em 32% no comparativo anual, lucro 104,7% maior, enquanto o Ebitda cresceu 12,6%.

Ao analisar os resultados com a participação da Petrobras, a receita das empresas cresceu em R$ 100 bilhões no comparativo anual, o Ebitda avançou R$ 29 bilhões e o lucro R$ 45 bilhões. Por outro lado, os indicadores do setor de Metais e Mineração (incluindo a Vale) caíram. .

Nesse sentido, Gabriela Joubert, analista do banco Inter, apontou como destaque positivo o fato de que as empresas com maior exposição ao mercado externo puderam se beneficiar de um cenário ainda aquecido, “o que permitiu avanço de receitas, compensando custos e, consequentemente, segurando margens”.

Como contraponto, a temporada foi bastante afetada por custos mais elevados e receitas limitadas, “em razão de um mercado interno mais pressionado pela inflação que segue corroendo o poder de compra do consumidor”, explicou.

Expectativa x realidade

Ao pontuar que à primeira vista os resultados do primeiro trimestre parecem “sólidos”, o BTG mostrou que as receitas das empresas no geral (sem levar em conta o desempenho de Petrobras e Vale) ficaram 3,1% acima de suas previsões, enquanto o Ebitda superou o projetado em 2,9%. Por outro lado, os lucros consolidados vieram 10,6% abaixo das estimativas do banco de investimento, uma vez “que os exportadores de commodities decepcionaram”, avaliou a casa.

No recorte entre companhias nacionais e internacionais, o BTG pontuou que as receitas das empresas domésticas superaram em 2,3% o previsto pelo banco, enquanto o Ebitda superou em 3% e o lucro surpreendeu em 8,7%.

Os exportadores de commodities, por outro lado, relataram resultados mais fracos do que o esperado, com receita 1,3% menor em comparação ao previsto pelo banco, Ebitda 3,4% abaixo e lucro 16,7%, inferior.

Destaques por setor

Alimentos e Bebidas, Agronegócio e Varejo foram os principais impulsionadores do crescimento da receita consolidadas da empresas, segundo o BTG. Já os setores de papel e celulose (em razão do forte preço das commodities e ganhos cambiais); companhias aéreas (devido a reabertura econômica e ganhos cambiais); bancos (Banco do Brasil, principalmente, e Itaú) e utilities contribuíram para a alta nos lucros.

O setor de bens de capital também teve um trimestre forte, com resultados (receita, Ebitda e lucro) superando as estimativas. “Mas Healthcare (e principalmente Hapvida) decepcionou, com Ebitda e lucros abaixo de nossas projeções em 10% e 20%, respectivamente”, pontuou o BTG.

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