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Finanças

Bolsa fecha em queda pressionada por bancos com realização de lucros; dólar cai

Mercado está na expectativa do que acontecerá com a reforma administrativa

bolsa

Após um dia de euforia no mercado financeiro com o governo encaminhando a reforma administrativa ao Congresso, o Ibovespa realizou lucros e fechou em queda de 0,25% aos 101.911 pontos nesta quarta-feira (2). O índice foi na contramão das bolsas americanas que renovaram máximas, apesar da queda na geração de empregos nos EUA.

O índice Dow Jones fechou em alta de 1,59%, enquanto Nasdaq subiu 0,98%. E o S&P 500 termômetro da renda variável avançou 1,54%.

Na primeira semana de setembro, o Ibovespa acumula queda de 0,23%. O índice teve forte pressão dos bancos hoje, os papéis do Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC4) recuaram 0,21% e 011%, respectivamente. Já o Banco do Brasil (BBAS3) fechou estável, com leve alta de 0,12%. O setor bancário corresponde a 14,9% da carteira do índice.

Puxou também o Ibovespa para a queda o desempenho da Vale (VALE3), que recuou 0,71%. A mineradora se viu impactada com temor dos investidores após as unidades de Paracatu e Patrimônio em Minas Gerais iniciar um protocolo de emergência preventivo.

O setor de siderurgia também teve baixa. As ações da Sid Nacional (CSNA3) fecharam em queda de 1,36%, com recomendação reduzida para neutra pelo banco UBS.

Enquanto Gerdau Metalúrgica (GOAU4) e Gerdau (GGBR4) recuaram 1,53% e 1,05%, respectivamente. Apenas Usiminas (USIM5) avançou 0,38% com recomendação elevada para overweigth pelo JPMorgan, e preço-alvo de R$12,50.

Contribuiu para a queda do setor o reajuste do preço do aço em cerca de 10% nos últimos dias, o segundo desde o começo da pandemia.

Entre as blue chips, os papéis preferenciais da Petobras (PETR4) caíram 0,31%, enquanto as ordinárias (PETR3) desvalorizaram 0,26%. Os ajustes foram menores comparados ao dia mais negativo nos preços do petróleo, que teve queda de 2,52% para o barril Brent em novembro.

O dólar comercial fechou em queda de 0,49%, cotado a R$ 5,358. Na máxima do dia a moeda americana chegou a R$ 5,418.

A divisa dos Estados Unidos teve dia de valorização praticamente generalizada no mercado internacional. No mercado doméstico, porém, fechou em queda, em meio às expectativas de avanço das reformas, que cresceram após a aprovação do novo marco legal do setor de gás na Câmara na terça à noite, e as reiteradas promessas de disciplina fiscal pelo governo.

Destaques da Bolsa

O destaque positivo do dia foi da Fleury (FLRY3) que disparou 6,61%. A companhia lançou a unidade tecnológica Saúde ID que fará atendimento de 7 milhões de pessoas na sua fase inicial. Entre as maiores altas também estava a Hypera (HYPE3) e a Totvs (TOTS3) que avançaram 3,42% e 3,47%, respectivamente.

No lado oposto, Suzano (SUZB3) cedeu 4,13%. Caiu também a Cosan (CSAN3) que fechou em queda de 3,16%, seguida da Klabin (KLBN11) com desvalorização de 2,68%.

Outro destaque do mercado foi a Pague Menos (PGMN3) que disparou acima de 20% na sua estreia e fechou cotada a R$ 10,30

Bolsas americanas

As bolsas de Nova York tiveram pregão positivo nesta quarta-feira (2) ganhando força à tarde e com os índices S&P 500 e Nasdaq renovando recordes históricos de fechamento. As giant techs voltaram a se destacar, mas os ganhos prevaleceram na maioria dos setores, em um quadro de dados mistos, mas declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) com promessas de continuar a apoiar o quadro.

O índice Dow Jones fechou em alta de 1,59%, em 29.100,50 pontos, voltando a terminar acima da marca de 29 mil pontos pela primeira vez desde fevereiro. O S&P 500 avançou 1,54%, a 3.580,84 pontos, e o Nasdaq subiu 0,98%, a 12.056,44 pontos.

O apetite por risco voltou a prevalecer nesta quarta, com os índices em alta já no início do dia. Isso mesmo com a geração de vagas abaixo do esperado em agosto, segundo o ADP, com 428 mil novos postos, ante expectativa de 1,17 milhão dos analistas.

Também na agenda, as encomendas à indústria mostraram alta acima da previsão em julho, na comparação com junho. Entre os dirigentes do Fed, continuaram a haver promessas de apoio ao quadro econômico, com a presidente da distrital de Cleveland, Loretta Mester, projetando que a recuperação deve demorar, diante da magnitude do choque da covid-19.

No fim da manhã, o Nasdaq chegou a cair, mas à tarde os três índices receberam novo impulso. Houve perda de fôlego pontual com o Livro Bege do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), após o documento apontar para um quadro de ganhos econômicos “em geral modestos” nos EUA, mas logo o otimismo voltou a prevalecer.

Na imprensa americana, foi divulgada carta do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) que pede a governadores preparações para distribuir vacina contra a covid-19 a partir de 1º de novembro. Não está claro, porém, se haverá vacina eficiente disponível até lá.

Entre os setores nas bolsas, o de serviços de comunicação voltou a mostrar força. Houve também ganhos em concessionárias, saúde e em ações ligadas a consumo.

Entre alguns papéis importantes, Alphabet subiu 3,76%, Facebook avançou 2,39% e Amazon 0,92%, mas Apple caiu 2,07%, com realização de lucros após altas recentes. Boeing registrou alta de 1,56% e, entre os bancos, Goldman Sachs subiu 2,23% e JPMorgan, 1,51%. Também em foco nesta quarta, IBM teve alta de 3,87% e Coca-Cola, de 4,13%, apoiando o índice Dow Jones.

*Com Estadão Conteúdo

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