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Finanças

Bolsa fecha estável com veto de Renda Brasil ofuscando exterior; dólar sobe

Política rouba os holofotes e afeta câmbio; cautela com risco fiscal permanece

bolsa de valores

O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em leve alta de 0,02% aos 100.297 pontos nesta terça-feira (15). O cenário político teve forte impacto no desempenho do mercado, após o presidente Jair Bolsonaro anunciar que desistiu do Renda Brasil. E reforçar que no governo dele está proibido falar do programa. Contudo, o Bolsa Família permanece até 2022.

Bolsonaro também deu cartão vermelho as ideias da equipe econômica de congelar aposentadorias e auxílios de idosos e pessoas com deficiência. Ele alegou que isso seria um devaneio de alguém que está desconectado da realidade. O Ibovespa, chegou a atingir a mínima de 99 mil pontos com esse cartão vermelho. Mas, o ministro da economia Paulo Guedes acalmou os ânimos afirmando que o recado não era para ele.

A pauta política ofuscou ganhos maiores com recuperação em Wall Street. As bolsas americanas fecharam em alta com dados positivos da economia chinesa e produtos anunciados pela Apple. O índice Dow Jones avançou 0,01% e o S&P 500 fechou em alta de 0,49%. Enquanto o Nasdaq subiu 1,21%.

A China divulgou que teve um crescimento de 5,6% na produção industrial em agosto em comparação com o mesmo período em 2019. O dado superou a expectativa do mercado que apostava em uma alta de apenas 5,1%.

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O dólar voltou a subir com os ruídos na política. O dólar comercial fechou em alta de 0,271%, cotado a R$ 5,289. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,291.

A polêmica de Bolsonaro com o Renda Brasil e o cartão vermelho influenciou o mercado de câmbio após um período de certa calmaria em Brasília. Guedes até conseguiu acalmar as mesas de operação em seguida, e o dólar passou parte da tarde operando perto da estabilidade, mas a cautela com a deteriorada situação fiscal do Brasil permanece.

Os investidores aguardam também os desdobramentos da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Tudo indica que a Selic deve se manter estável em 2% ao ano.

Entre as commodities, as ações da Vale (VALE3) fecharam em alta de 1,11%. A despeito dos dados chineses reforçando recuperação, o minério de ferro teve queda de 1,27% no porto de Qindgao, a US$ 128,52 a tonelada, num processo de correção, limitando um pouco os ganhos de Vale.

As ações ordinárias da Petrobras (PETR3) valorizaram 0,23%, enquanto as ações preferenciais (PETR4) recuaram 0,05%.

Destaques da Bolsa

O destaque positivo do dia foi da Suzano (SUZB3), a ação subiu 6,01%. Houve forte alta também nas siderúrgicas como Gerdau (GGBR4) e Gerdau Metalúrgica (GOAU4) que fecharam em alta de 5,77% e 5,25%. Todas estas companhias subiram repercutindo o crescimento econômico na China.

Entre as maiores altas também estavam os frigoríficos Minerva (BEEF3) e BRF (BRFS3) com valorização de 4,30% e 4,19%, respectivamente.

No lado oposto, os papéis da Eletrobras (ELET3) fecharam em queda de 3,70%. A companhia ainda reage ao adiamento da privatização. Recuaram também o IRB Brasil (IRBR3) que cedeu 3,27%. Além da Cielo (CIEL3) , com queda de 3,16% e a Hering (HGTX3) desvalorizou 3,11%.

Bolsas americanas

As bolsas de Nova York fecharam am alta nesta terça-feira (15), com sinais de recuperação das economias chinesa e alemã, expectativa pela decisão de amanhã de política monetária do Federal Reserve (Fed) e recuperação parcial das ações de tecnologia, após o que chegou a ser chamado de “Techxit” na última semana.

O índice Dow Jones fechou em alta de 0,01%, em 27.995,60 pontos, o S&P 500 avançou 0,52%, a 3.401,20 pontos, e o Nasdaq subiu 1,21%, a 11.190,32 pontos.

As bolsas americanas operaram no positivo durante todo o pregão, mas o ritmo de alta perdeu força no fim da tarde, quando as ações do setor bancário intensificaram as perdas, puxadas pela queda de quase 7% nos papéis do Citigroup. As ações do banco deram continuidade à forte valorização vista ontem, reagindo a relatos que a instituição pretende retomar cortes de empregos para reduzir custos e investir fortemente em seus sistemas de gerenciamento de riscos em meio a expectativas de que seja advertido publicamente por reguladores federais dos EUA.

As ações da Apple (+0,16%) também contribuíram para a contenção da alta em Nova York, depois que a empresa frustrou as expectativas de investidores que esperavam a apresentação de um novo iPhone hoje, durante evento de lançamento de produtos da companhia.

“As ações de tecnologia estão lutando para compensar as perdas”, diz o Commerzbank, que chamou a onda vendedora da última semana de “Techxit”, quando o Nasdaq sofreu a maior queda semanal consecutiva desde março. A Oracle avançou 2,50%, com as notícias de que a aprovação para ser a parceira do TikTok nos EUA virá em breve.

O Facebook chegou a desacelerar alta depois que a influenciadora Kim Kardashian informou que fará uma campanha para pressionar a rede social a lidar com discurso de ódio. Mas ao fim do pregão, retomou impulso, fechando com alta de 2,36%.

Já as ações da Fiat Chrysler se fortaleceram 7,38% com uma revisão dos planos de sua fusão com a PSA, fabricante da Peugeot.

“No momento, parece que a economia vai melhorar. As taxas de juros baixas e ainda é um ambiente favorável para ações, especialmente empresas em crescimento”, disse Tom Plumb, gerente de portfólio da Plumb Funds.

Pela manhã, os dados da economia chinesa melhores que o esperado pelos analistas deram fôlego aos negócios. Para o Julius Baer, os dados demonstram que a retomada está sendo mais balanceada, com o setor provado ganhando impulso, na visão do banco. Os números da economia chinesa levaram o Commerzbank a revisar para cima sua projeção de crescimento neste ano.

O mercado ainda aguarda a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed), que sai nesta quarta-feira. Analistas esperam detalhes sobre as mudanças na meta de inflação que foram anunciadas pelo presidente da instituição, Jerome Powell, em agosto, e não descartam alterações no programa de relaxamento quantitativo.

*Com Estadão Conteúdo

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