Finanças

Ibovespa fecha em alta de 0,6% com veto ao reajuste de servidores; dólar sobe

Na semana, o índice brasileiro tem alta de 0,11%, mas ainda recua 1,40% em agosto

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O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em alta de 0,61% aos 101.467 pontos nesta quinta-feira (20). A bolsa de valores melhorou seu desempenho após o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, reforçar que pretende manter o veto presidencial sobre o reajuste salarial de servidores públicos.

Ontem, o Senado decidiu colocar em pauta novamente o reajuste para algumas categorias de servidores, o que implicaria um gasto de R$ 120 bilhões aos cofres públicos. O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia Paulo Guedes reagiram de forma adversa ao reajuste, reforçando o veto.

No cenário externo, os investidores lidam com o aumento de casos de coronavírus pelo mundo. Na economia americana, repercute a cautela do Federal Reserve (Fed) sobre a retomada econômica. Os pedidos de seguro-desemprego tiveram aumento nos EUA, chegando a 1,1 milhão na semana passada.

Contudo, as bolsas americanas fecharam em alta puxadas pelo desempenho de grandes empresas de tecnologia. O índice Dow Jones fechou em alta de 0,17%, e o S&P 500 avançou 0,32%. Já o Nasdaq subiu 1,06%.

O dólar renovou máxima em 3 meses. O dólar comercial fechou em alta de 0,42%, cotado a R$ 5,554. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,666.

A intervenção do Banco Central, jogando US$ 550 milhões no mercado à vista junto a perspectiva mais positiva sobre a manutenção pela Câmara dos Deputados do veto da Presidência da República, que barra o aumento do salário do funcionalismo público, deixou o dólar mais comportado em seu desempenho frente ao real.

O mercado financeiro está atento também a recuperação da indústria e a evolução de dados econômicos como o resultado das empresas. Além da possibilidade de surgir uma versão confiável da vacina contra a Covid-19, o que também auxiliaria no desempenho das ações de commodities.

Entre as blue chips, as preferenciais da Petrobras (PETR4) caíram 0,70%. E as ordinárias (PETR3) recuaram 1,06%. Os contratos futuros de petróleo encerraram em queda, com temores sobre a demanda novamente pesando, após os Estados Unidos informarem alta nos pedidos de auxílio-desemprego no país.

O petróleo WTI para outubro fechou em baixa de 0,67%, a US$ 42,82 o barril. Enquanto o Brent caiu 1,03%, a US$ 44,90 o barril.

Já as ações da Vale (VALE3) fecharam em alta 0,90%.

Destaques da Bolsa

A maior alta do dia foi da B3 (B3SA3) que avançou 4,65% após divulgar que o número de investidores ativos em ações no mês de julho subiu 129,3% em comparação com o ano passado. O crescimento foi de 6,6% frente a junho.

Entre os destaques positivos estavam também Multiplan (MULT3) e Cyrela (CYRE3) que fecharam em alta de 3,90% e 3,74%, respectivamente.

A maior queda do dia foi da Magazine Luiza (MGLU3) que recuou 2,62%. Seguida da Sabesp (SBSP3) que fechou em queda de 2,39%.

Após o governador paulista João Dória anunciar que empresa fará capitalização para prestar serviços em outros estados, a CVM questionou a Sabesp.

A companhia divulgou em fato relevante que não tinha conhecimento deste plano de reorganização societária anunciado por Dória.

Ainda este os destaques negativos estava a Natura (NTCO3) que recuou 1,91%.

Bolsas americanas

Os mercados acionários tiveram abertura em baixa, ainda com foco na cautela do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sobre a retomada econômica. Os índices, porém, ganharam força ao longo do pregão, com papéis de tecnologia e serviços de comunicação levando o Nasdaq a um fechamento recorde.

O índice Dow Jones fechou em alta de 0,17%, em 27.739,73 pontos, o S&P 500 avançou 0,32%, a 3.385,51 pontos, e o Nasdaq subiu 1,06%, a 11.264,95 pontos.

A cautela dos dirigentes com a retomada, mostrada na ata da tarde da quarta-feira, deu tom negativo aos negócios nas bolsas pela manhã. Ao longo dela ainda, o sentimento começou a melhorar, com o Nasdaq se destacando. Notícias sobre vacinas para a covid-19 também estiveram no radar, embora sem grandes novidades nessa frente.

Entre os setores, além dos dois já citados, papéis ligados ao setor imobiliário se saíram bem. Por outro lado, energia puxou as quedas, em pregão negativo também para bancos. Entre ações importantes, Apple subiu 2,22%, Microsoft avançou 2,33% e Alphabet, 2,05%. Boeing subiu 0,18%, mas Goldman Sachs caiu 0,58% e JPMorgan teve baixa de 1,20%.

O papel da Lyft chegou a recuar, após o aplicativo de compartilhamento anunciar suspensão das operações na Califórnia, mas ainda se recuperou e fechou em alta de 5,76%, em sessão volátil.

*Com Estadão Conteúdo

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