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Finanças

Bolsa bate o maior nível em quase 3 meses com reaberturas e alívio político

Ibovespa fechou aos 91.046 pontos, maior nível desde 10 de março de 2020

bolsa

O Ibovespa, principal índice da B3, retomou o ritmo que tinha antes da pandemia começar e fechou em alta de 2,74% aos 91.046 pontos nesta terça-feira (2). Esta foi o maior nível desde 10 de março, antes da quarentena, quando a bolsa de valores fechou cotada a 92.214 pontos.

O Ibovespa registrou alta após otimismo dos investidores com a reabertura econômica e também um alívio político no Brasil, com o presidente Bolsonaro tentando se reaproximar do centrão. Apesar das tensões entre EUA e China, a notícia de que a China continua comprando soja chegou em boa hora. Já os protestos pela morte do George Floyd, homem negro e desarmado, assassinado pela polícia de Minneapolis, tem deixado de alerta os investidores americanos, contudo, os efeitos parecem ser mais perceptíveis na política americana a longo prazo do que nos mercados.

Já o dólar fechou em queda de 3,23%, cotado a R$ 5,210. Na máxima do dia a moeda americana chegou a R$ 5,337. Além de refletir o otimismo com a reabertura econômica, o Banco Central teve atuação nesta terça-feira (2), vendendo US$ 530 milhões em reservas para segurar o câmbio. Na segunda-feira (1), o real chegou a ser a moeda mais desvalorizada do mercado emergente.

Na tentativa de conter a valorização do dólar, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF) arquivou o pedido de apreensão dos celulares de Bolsonaro e o seu filho Carlos Bolsonaro.

Entre as ações mais negociadas do dia subiram: Via Varejo (VVAR3) com alta de de 8,55% e as ações do Itau Unibanco (ITUB4), que avançaram 6,72%.

Subiram também as preferencias da Petrobras (PETR4), com alta de 5,24%. A companhia foi influenciada pela alta do preço do petróleo, após negociações entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia avançarem em favor de um novo corte da produção mundial da commoditie.

Ainda entre as mais negociadas caíram as ações da Magazine Luiza (MGLU3), que recuaram 2,98%. E a Vale (VALE3) zerou os ganhos.

Destaques da Bolsa

Entre os destaques positivos dispararam as ações da Gol (GOLL4), que teve forte valorização de 15,70%, fechando cotada a R$ 15,11. A aérea seguiu o otimismo com a reabertura econômica. Outra companhia que se beneficia com um possível fim da quarentena é a CVC (CVCB3), que explodiu com alta de 28,12%, cotada R$ 18,45.

Outro setor que se beneficiou foi educação, com a Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3), avançando 13,68% e 12,51%, respectivamente.

Seguindo as expectativas de reabertura das economias globais, os maiores ganhos na bolsa estão justamente nos setores que sofreram as maiores quedas. Setor aéreo e de turismo têm altas de até 20%, retornando os ganhos para quem apostou nas baixas.

Entre os destaques negativos estavam o setor de varejo e frigoríficos. As ações da Magazine Luiza (MGLU3) e B2W (BTOW3) caíram 2,98% e 2,42%, respectivamente. Recuaram ainda Marfrig (MRFG3), com queda de 0,61% e Minerva (BEEF3), que caiu 1,53%.

Dólar

O dólar teve um dia de forte queda, ajudado pelo cenário externo mais positivo, diante da retomada das economias e certo alívio na política doméstica, com profissionais das mesas de câmbio relatando que a busca pelo presidente Jair Bolsonaro de alianças no Congresso traz otimismo sobre sua governabilidade e chance de aprovar reformas. Nesse ambiente, o real teve o melhor desempenho nesta terça-feira, 2, ante o dólar no mercado internacional, considerando uma cesta de 34 moedas, dia em que o risco-País, medido pelo Credit Default Swap (CDS) de cinco anos caiu para 245 pontos, o menor valor desde 26 de março e o Ibovespa superou os 90 mil pontos.

No mercado à vista, o dólar fechou com queda de 3,34%, a maior desde 8 de junho de 2018. O dólar terminou a sessão de hoje cotado em R$ 5,2086, o patamar mais baixo desde 14 de abril. No mercado futuro, o dólar para julho era negociado em baixa de 3%, a R$ 5,2130, às 17h, em dia marcado por maior volume de negócios.

EUA x China

Quando os mercados da Ásia e do Pacífico já haviam encerrado os negócios, o jornal chinês “Global Times” noticiou que a China continua comprando soja dos EUA, ao contrário do que a “Bloomberg” relatou ontem.

Nas últimas semanas, tensões entre EUA e China relacionadas à autonomia de Hong Kong geraram temores de que o acordo comercial de “fase 1” assinado pelas duas potências no começo do ano pudesse ser prejudicado.

Bolsas da Ásia e Oceania

As bolsas asiáticas fecharam em alta nesta terça-feira, sustentadas por expectativas de que a economia global se recupere em meio a gradual reversão de medidas de quarentena em vários países, após o choque da pandemia de coronavírus.

O índice acionário japonês Nikkei subiu 1,19% em Tóquio hoje, a 22.325,61 pontos, enquanto o chinês Xangai Composto avançou 0,20%, a 2.921,40 pontos, e o Hang Seng se valorizou 1,11% em Hong Kong, a 23.995,94 pontos.

Investidores monitoram sinais de recuperação econômica em meio aos esforços globais de retomar a atividade após os bloqueios motivados pela covid-19. Dados da IHS Markit mostraram ontem que o setor manufatureiro da China voltou a se expandir em maio, enquanto o da zona do euro e do Reino Unido se contraíram em ritmo menor.

Em outras partes da Ásia, o Shenzhen Composto – índice chinês de menor abrangência – teve alta de 0,20% nesta terça, a 1.846,66 pontos, o sul-coreano Kospi subiu 1,07% em Seul, a 2.087,19 pontos, e o Taiex registrou ganho de 0,44% em Taiwan, a 11.127,93 pontos.

Hoje, o Banco Central da Austrália (RBA, pela sigla em inglês) avaliou que “é possível que a profundidade da crise econômica (do país) seja menor do que se estimava anteriormente”, ao manter seu juro básico na mínima histórica de 0,25% pelo terceiro mês consecutivo.

Na Oceania, a bolsa australiana também ficou no azul, na esteira da avaliação econômica mais positiva do RBA. O S&P/ASX avançou 0,27% em Sydney, a 5.835,10 pontos.

*Com Estadão Conteúdo

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