Finanças

BRF fecha em queda superior a 12%; Positivo dispara 10%

A construtora MRV também recuou após queda na margem bruta.

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Em meio à divulgação do balanço, as ações da empresa de alimentos BRF terminaram o pregão desta quinta-feira (11) à frente das maiores quedas do principal indicador da B3, o Ibovespa, depois que a companhia reportou um aumento do prejuízo no segundo trimestre deste ano.

A construtora MRV e a varejista de animais para estimação Petz também despencaram.

Em contrapartida, a empresa de tecnologia Positivo e o frigorífico Minerva finalizaram o dia no topo das maiores altas do indicador.

O Banco do Brasil também teve desempenho positivo com resultados acima das previsões do mercado.

Confira os destaques registrados no dia:

Positivo

Positivo (POSI3) disparou 10,26%, para R$ 9,35, liderando os ganhos do Ibovespa após registrar lucro líquido ajustado de R$ 90,5 milhões no segundo trimestre, um aumento de 75,6% ante mesma etapa do ano passado.

A receita líquida saltou 107,5% ano a ano, para R$ 1,63 bilhão. Além disso, expectativa de receita anual bruta de 2022 foi elevada em R$ 500 milhões, para um intervalo entre R$ 5,5 bilhões e R$ 6,5 bilhões.

Minerva

Minerva Foods (BEEF3) avançou 7,33%, para R$ 13,77, a segunda maior alta do Ibovespa, após reportar lucro líquido de R$ 424,7 milhões no segundo trimestre de 2022, alta de 264% ante o mesmo intervalo do ano passado. A receita líquida cresceu 34,7%, para R$ 8,471 bilhões.

Em relatório, Gustavo Troyano, analista do Itaú BBA, afirmou que o Ebitda da empresa ficou 6% acima das estimativas do banco e destacou “os sólidos aumentos de preços em geral após o forte impulso das exportações”.

O analista pontuou que divisão brasileira foi o principal destaque, com aumento de 46% na receita bruta (4% acima da estimativa do banco) devido a sólidas melhorias nos volumes de exportação.

A divisão internacional também apresentou resultados sólidos, reiterou Troyano, com aumentos significativos de preços na Argentina e Uruguai, enquanto o Paraguai apresentou um aumento sequencial de volumes.

Banco do Brasil

O Banco do Brasil (BBSA3também firmou alta de 4,43%, negociado a R$ 41,74, após terminar o segundo trimestre deste ano com lucro líquido ajustado de R$ 7,803 bilhões, um aumento de 54,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

Para Sergio Berruezo e Pedro Dietrich, da Ativa Investimentos, o Banco do Brasil apresentou um bom resultado, acima das projeções da casa. O forte desempenho, avaliaram os analistas, se deu pelo custo de crédito ainda baixo, já que o banco optou por não elevar o custo no trimestre e usar seu alto índice de cobertura.

“Além disso, a empresa divulgou um sólido crescimento em sua carteira de crédito, que, por sua vez, impulsionou o resultado da margem financeira. Por fim, destaca-se também o ganho de eficiência da companhia, conseguindo manter suas despesas operacionais controladas”, disse a dupla.

BRF

Na contramão, a BRF (BRFS3) desabou 12,65%, para R$ 14,99, à frente das maiores perdas do Ibovespa. A empresa teve prejuízo líquido de R$ 468 milhões no segundo trimestre deste ano, avanço em relação ao desempenho negativo de R$ 240 milhões obtido um ano antes.

Em relatório, Isabella Simonato, Guilherme Palhares e Fernando Olvera, do BofA, afirmaram que a empresa reportou um segundo trimestre melhor do que o esperado, com uma forte recuperação de um primeiro trimestre muito fraco, porém mais tímido na base anual.

“A BRF apresentou resultados melhores do que o esperado no segundo trimestre, com um Ebitda 5% acima, impulsionado pelo melhor desempenho internacional. As margens se recuperaram de um primeiro trimestre muito fraco, mas ficaram abaixo das previsões do BofA, com queda no volume de alimentos processados”, escreveram os analistas.

Petz

Quem também teve desempenho negativo após o balanço foi a rede de pet shops Petz (PETZ3), que caiu 9,03%, a R$ 10,28. A empresa informou lucro líquido ajustado de R$ 32,8 milhões no segundo trimestre, alta de 35,7% sobre o desempenho obtido um ano antes.

A receita líquida da Petz somou R$ 674,3 milhões, uma alta de 33,3% em relação ao mesmo período de 2021

MRV

Na lista das mais desvalorizadas também esteve a MRV (MRVE3), que caiu 11%, para R$ 10,11. depois de informar lucro líquido R$ 58 milhões, queda de 71,4% ano a ano, número que refletiu forte piora do resultado financeiro na esteira de perdas com swaps (troca) com ações e títulos de dívida da companhia.

O lucro antes de impostos, juros, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) cresceu 48,9%, a R$ 441 milhões.

Sergio Berruezo, da Ativa investimentos, pontuou em relatório que a receita, a margem bruta e o lucro líquido da MVR ficaram abaixo de suas estimativas. “O preço elevado dos principais insumos pressionou a margem bruta da construtora no segmento Casa Verde Amarela, causando uma queda de 6 pontos percentuais na margem bruta no comparativo anual e de 32% no lucro bruto”.

Do lado positivo, os analistas apontaram que a operação da Resia (braço da empresa nos Estados Unidos) continuou a demonstrar bom resultado e garantiu sólida geração de caixa para a MRV no trimestre, revertendo consumo de caixa do trimestre anterior.

Avião da Azul no aeroporto internacional de Guarulhos (SP) 11/07/2018 REUTERS/Leonardo Benassatto

Azul

A companhia aérea Azul (AZUL4) terminou a sessão com ganhos de 1,98%, negociada a R$ 14,91, depois de reportar prejuízo líquido de R$ 2,6 bilhões no segundo trimestre, após lucro de R$ 1,1 bilhão um ano antes. A receita líquida da Azul foi de R$ 3,9 bilhões, salto de 130,5% na base anual.

SLC Agrícola

SLC Agrícola (SLCE3) encerrou o dia praticamente estável, negociada a R$ 44,05, após reportar lucro líquido de R$ 485,58 milhões no segundo trimestre, alta de 15,3% ante igual período do ano anterior.

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