A Positivo (POSI3) mais do que dobrou sua receita no segundo trimestre, com impulso das vendas para governos e empresas, levando a produtora de dispositivos eletrônicos a elevar a estimativa para 2022.
A companhia anunciou nesta quarta-feira (10) que teve lucro líquido ajustado de R$ 90,5 milhões entre abril e junho, um aumento de 75,6% ante mesma etapa do ano passado.
A receita líquida da Positivo saltou 107,5% ano a ano, para 1,63 bilhão de reais. A expectativa de receita anual bruta de 2022 foi elevada em R$ 500 milhões, para um intervalo entre 5,5 bilhões a 6,5 bilhões.
O presidente-executivo da Positivo, Hélio Rotenberg, disse que o resultado refletiu a mudança de foco da companhia nos últimos anos para diversificar as fontes de receita, o que a ajudou a enfrentar sem maiores sobressaltos a forte queda nas vendas de dispositivos como computadores e celulares no varejo.
“Hoje, mais de dois terços de nossas vendas são para clientes corporativos e com instituições públicas”, disse o executivo à Reuters, acrescentando que ainda não vê retomada das vendas no varejo na segunda metade de 2022, mesmo com o começo da distribuição do Auxílio Brasil de R$ 600.
Segundo Rotenberg, as locomotivas para a receita da companhia na segunda etapa deste ano devem ser entes públicos, com destaque para encomendas de dispositivos como tablets para governos de Santa Catarina, Paraná, Goiás e Minas Gerais, entre outros, na sequência do término da entrega de milhares de urnas eletrônicas para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Além disso, a companhia prevê manter a aceleração de receitas com prestação de serviços, como os para adquirentes de cartões e os de nuvem e de servidores.
No segundo trimestre, as receitas crescentes dessas unidades permitiram compensar com sobras a queda de cerca de 27% nas vendas de dispositivos para o varejo, resultado da combinação de inflação e juros elevados, que pressiona a renda das famílias.
De abril a junho, o resultado operacional da Positivo medido pelo lucro antes de impostos, juros, amortização e depreciação (Ebitda) recorrente somou R$ 185,4 milhões, um salto de 81,7% ano a ano. A margem Ebitda, porém, encolheu 1,6 ponto percentual, para 11,4%.
A companhia teve uma piora de 67,7% no resultado financeiro, para um resultado negativo de R$ 83 milhões, reflexo do aumento da taxa de juros nos últimos meses, que incorreu sobre uma dívida também maior.
A Positivo fechou junho com uma alavancagem financeira medida pela dívida líquida em relação ao Ebitda de 2,1 vezes, contra 1 vez um ano antes.
Segundo Rotenberg, esse avanço resultou entre outros fatores de maiores volumes de vendas, cujas receitas ainda devem ser computadas nos meses seguintes. “A alavancagem deve reduzir nos próximos trimestres”, afirmou.
Veja também
- Tesla e Alphabet desabam em Wall Street após resultados decepcionantes
- Lucro da Tesla cai à medida que Musk liga seu futuro aos robotaxis atrasados
- Lucro da Petrobras cai 38% no 1° tri em desempenho abaixo do esperado
- Cinco assuntos quentes para o Brasil na semana
- Allos planeja desinvestir até R$ 1 bilhão após lucro milionário no 1º tri