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Finanças

BRF vai discutir retirada de poison pill em assembleia extraordinária; entenda

Follow-on vai aumentar a participação da Marfrig – que já detém 33,2% da BRF – no negócio.

A BRF (BRFS3), controladora das marcas Sadia e Perdigão, comunicou em fato relevante à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que convocou uma reunião extraordinária com seu conselho marcada para o dia 3 de julho sobre a retirada da poison pill. Este é um mecanismo previsto no estatuto da companhia que condiciona acionistas com mais de 33% do capital social a fazerem uma oferta pública de aquisição.

A medida é necessária para que o follow-on de R$ 4,5 bilhões divulgado nesta semana seja concretizado, uma vez que a Marfrig (MRFG3), que preside o Conselho de Administração da BRF e controla hoje 33,27% da companhia, deve ter seu limite ultrapassado devido essa regra.

Analistas do Goldman já tinham sinalizado essa necessidade da retirada do poison pill, dizendo que “o atual estatuto social da BRF estabelece que qualquer acionista disposto uma participação de 33,33% precisaria lançar uma oferta pública e pagar pelo menos um prêmio de 40% ao valor médio de negociação dos últimos 120 pregões (o que renderia RS$ 9,90 por ação)”.

Logo da BRF em tela de celular
Crédito: Adobe Stock

As ações da BRF (BRFS3) chegaram a disparar mais de 15,6% na quarta-feira (31) após a saudita Salic e a Marfrig se comprometeram com investimento de até R$ 4,5 bilhões na companhia através da emissão de 500 milhões de ações por até R$ 9 por papel.

Segundo Bradesco BBI, o aumento de capital é positivo para a BRF, uma vez que reduziria a alta alavancagem financeira da companhia. A métrica dívida líquida/Ebitda migraria para 2,4 vezes ante 3,3 vezes no primeiro trimestre.

Somado a isso, o fato de o fundo de investimentos da Arábia Saudita ter anunciado um compromisso relevante relacionado à oferta, podendo terminar com 15% a 16% de participação na BRF se subscrever integralmente seu compromisso, também foi visto como positivo.

“A Arábia Saudita tem sido o maior importador de frango da BRF nos últimos anos (cerca de 7% das vendas totais da BRF), e, portanto, esse investimento pode reduzir as preocupações dos investidores de que casos recentes de gripe aviária – até agora apenas em aves selvagens – no Brasil possam em algum momento resultar em restrições à exportação”

Relatório do Bradesco BBI

Os analistas também destacaram o fato de a Arábia Saudita ser o maior importador de frango da BRF nos últimos anos, representando 7% das vendas totais da companhia.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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