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Finanças

Cenário externo e Selic puxam queda na Bolsa de 0,5%; dólar chega a R$ 5,704

Taxa de juros teve redução de 0,75 ponto porcentual, menor nível histórico desde 1999.

bolsa de valores

O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em queda de 0,5% aos 79.063 pontos nesta quarta-feira (6). O mercado financeiro teve um clima de alta volatilidade, na espera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que cortou a taxa Selic para 3% ao ano.

Banco Central reduziu em 0,75 ponto percentual a taxa básica de juros. Com isso, a Selic passou de 3,75% ao ano para 3% ao ano, renovando seu menor nível histórico desde 1999, quando passou a valer o regime de metas de inflação no país. Foi a terceira redução da taxa em 2020 e o sétimo corte seguido pelo BC. 

MAIS: Selic em 3%: veja quanto rendem seus investimentos agora

Além do clima de tensão com a Selic, no exterior algumas nações estão cautelosas com a reabertura econômica, especialmente nos EUA. Já no cenário interno, os investidores repercutem a derrota do governo com as mudanças no projeto de lei de socorro a Estados e municípios, aprovado na terça-feira (5) na Câmara, assim como depoimento do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro com acusações de “interferência política” do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal e a piora da perspectiva do rating do Brasil pela Fitch para negativa.

Com tanta novidade, o dólar comercial renovou sua máxima histórica, fechando em alta de 2,03%, cotado a R$ 5,704. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,705.

Destaques da Bolsa

Entre as maiores altas do dia, a B2W Digital (BTOW3) disparou 19,13%, seguida por Magazine Luiza (MGLU3) e Via Varejo (VVAR3) que fecharam em alta de 9,86% e 7,36%. O setor de varejo, reage positivamente à reabertura econômica em alguns estados, e o bom posicionamento do comércio eletrônico.

Já entre os destaques negativos estavam: CVC Brasil (CVCB3) que fechou em queda de 5,89%. E os papéis da Embraer (EMBR3), que recuaram 4,53% e as ações da CMIG (CMIG4) que caíram 4,65%.

No noticiário corporativo, as operadoras Telefônica (VIVT4) e TIM Brasil (TIMP3) divulgaram o balanço do primeiro trimestre. A Vivo teve lucro líquido de R$ 1,15 bilhão, enquanto a concorrente Tim Brasil registrou lucro líquido de R$ 164 milhões, com alta de 8,3%, comparada ao primeiro trimestre de 2019.

Já a Petrobras (PETR4) pesou nas quedas, após rumores de que a estatal teria apoio para reduzir seu controle na Braskem. As ações ordinárias da Petrobras (PETR3) fecharam em queda de 3,91%, enquanto as preferenciais (PETR4) caíram 3,68%.

Taxa Selic

Com os juros na menor taxa histórica, a pergunta é: É bom ou ruim para o investidor?Enquanto o mercado ainda enxerga a Selic a 3% como algo negativo, porque algumas aplicações devem render menos, este seria um padrão de economias desenvolvidas (inflação baixa e dinheiro circulando na economia real).

O analista de investimentos da Easynvest, José Falcão avalia que do ponto de vista estrutural, uma Selic baixa faz com que mais dinheiro seja injetado no mercado, incentivando assim o empreendedorismo de pessoas físicas e os investimentos em projetos por parte das empresas. Este processo também deixaria o crédito mais barato.

Segundo o analista, mais dinheiro circulando é um estímulo importante diante da crise que o país atravessa, contanto que o BC calibre a Selic para gerar uma sintonia com o mercado. “Aumentando o investimento, gera mais empregos, aumenta o consumo e as empresas lucram mais. Todo este fluxo positivo é refletido no preço das ações que beneficiam diretamente os investidores”, afirma Falcão.

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