Após dias marcados por alta do dólar e anúncio sobre reajuste de preços da celulose, a ação da Suzano (SUZB3) terminou a semana como destaque positivo do Ibovespa. A alta foi de 5,43%, destoando da queda de 2,33% do principal indicador da bolsa. No setor, Klabin (KLBN11) subiu 3,98% na semana.
Na quarta-feira (20), a Suzano anunciou uma elevação dos preços de celulose em todos os seus mercados. Para a Ásia, o aumento será de US$ 30 por tonelada. Para Europa e Estados Unidos, de US$ 50 por tonelada. Os novos valores começam a valer a partir de outubro.
“Isso puxou os papéis da empresa ao longo da semana”, afirma Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.
“Como é um mercado muito mais concentrado no mundo, a gente vê que tem um poder bem grande quando eles anunciam reajustes”, complementa Gustavo Cruz, estrategista chefe da RB Investimentos.
Os especialistas também destacam o efeito do câmbio, que teve semana de alta em meio às expectativas de que o Federal Reserve (Fed) deve manter os juros mais altos por mais tempo que o esperado pelo mercado inicialmente. “Por ser uma empresa que exporta muito, a alta do dólar também beneficia a companhia”, explica Bruna Sene, analista da Nova Futura Investimentos.
Ela acrescenta que “é uma companhia que exporta muito para a Ásia, e anúncios de estímulos à economia chinesa também podem continuar beneficiando o papel”.
Perspectivas para a ação
A ação da Suzano acumula ganhos de quase 15% em 2023 até agora. Para especialistas, as perspectivas são positivas para a empresa.
“Suzano segue em tendência de alta, é uma companhia que está nas nossas carteiras recomendadas semanal e mensal, e se romper os R$ 57,20 ainda há expectativa de continuidade dessa tendência de alta”, diz Sene, da Nova Futura. Atualmente, a Suzano é negociada no patamar dos R$ 55.
Gabriel Bassotto, analista chefe de ações do Simpla Club, comenta as projeções de médio e longo prazo, o ciclo para empresa e aponta que o cenário à frente indica uma situação saudável.
“Apesar de ainda não estar no seu melhor momento, ele começou a dar uma leve desafogada, uma leve arrefecida, considerando que o preço da celulose está em caminho de ascensão”
Gabriel Bassotto, analista chefe de ações do Simpla Club
“Além do mais, a gente que está faltando madeira no Brasil para novos projetos. Então, sabendo que a Suzano já tem suas florestas e que essas florestas estão perto das indústrias que a empresa mantém operação, então a gente percebe que a madeira, subindo de preço, ela vai conseguir repassar isso ao longo da cadeia, enquanto outros competidores talvez vão sofrer mais. Então, para Suzano a gente enxerga um ambiente mais saudável”, finaliza.
No setor, a Klabin também tem alta acumulada no ano. O avanço até agora é de mais de 26%.
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