As ações ligadas ao setor de construção civil operam em baixa nesta quarta-feira (26), em movimento de correção após terem subido com força na véspera, reagindo à notícia de que o Conselho Curador do FGTS elevou em 42% o orçamento para financiamento habitacional este ano.
Em reação à notícia, os papéis de construtoras lideraram os ganhos do Ibovespa na terça-feira (25). Por volta de 10h50 desta manhã, Ezetec (EZTC3) recuava em torno de 0,6%, após ter fechado em alta de 6,21%, a R$ 21,38 no dia anterior. MRV (MRVE3) caía quase 3%, após ter subido 3,75% na véspera. Cyrela (CYRE3), por sua vez, recuava mais de 1% – após alta de 1% no pregão anterior.
O volume destinado para o setor habitacional aumentou para R$ 96,9 bilhões, contra anteriores R$ 68,1 bilhões. Este acréscimo de R$ 28,8 bilhões será voltado para o reforço do programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida de habitação popular e para a linha de crédito habitacional pró-cotista.
Na reunião, o conselho ainda aprovou a distribuição de 99% do lucro obtido pelo Fundo no ano passado, na ordem de R$ 12,7 bilhões, para pessoas com saldo no FGTS em 31 de dezembro de 2022.
Na bolsa, as ações do setor reverberaram o cenário positivo para o setor de construção. Além da decisão do Conselho do FGTS, pesou a favor a perspectiva de queda de juros na reunião do Copom na próxima semana.
Impacto positivo para baixa renda
Em relatório, a equipe de análise do Santander destacou que, embora amplamente esperado, esse aumento no orçamento habitacional do FGTS é positivo para amenizar as possíveis preocupações com o financiamento para a execução do programa, o que, para o banco, seria favorável para as construtoras voltadas para a baixa renda.
“Como um referência, o financiamento total para empréstimos utilizados dentro do programa MCMV somente durante junho de 2023 já atingiu R$ 8 bilhões, o que representa R$ 96 bilhões no ano. Além disso, o impulso na linha de crédito Pró-Cotista também deve ajudar a mitigar o impacto dos altos custos atuais do SPBE hipotecas financiadas”, diz o Santander.
*Com Reuters
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