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Finanças

Copom sem surpresas não tem ‘impacto significativo’ sobre taxas do Tesouro

Com corte da Selic dentro do esperado pelo mercado, títulos públicos não sofrem grandes oscilações.

As taxas dos Títulos do Tesouro Direto pré e pós-fixados não têm grande variação nesta quinta-feira (21), um dia após o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, anunciar a redução da taxa Selic de 13,25% para 12,75% ao ano, em um movimento em linha com o esperado pelo mercado. 

Sede do Banco Central em Brasília (Foto: Divulgação/BC)
Sede do Banco Central em Brasília (Foto: Divulgação/BC)

No comunicado, o Copom afirmou sinalizou mais cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. Além da Selic ter ficado dentro do esperado, o Federal Reserve (FED) manteve a política monetária dos Estados Unidos, também como esperado, mas sinalizou uma condução mais restritiva, provavelmente com novo aumento da taxa de juros norte-americana.

Para Vicente Guimarães, CEO da VG Research, o tamanho do corte efetivo da Selic não tem “impacto significativo” na renda variável nem no comportamento dos títulos do Tesouro.

“O mercado já esperava um corte de 0,5 p.p, a curva estava relativamente precificada até o fim de 2023. Não teve grandes novidades quanto ao rumo da política de juros em 2023 e o Copom se mantém ‘dependente dos dados’ quando olhamos 2024”

Vicente Guimarães, CEO da VG Research

Guimarães ressalta, porém, que o investidor deve estar atento à perspectiva de continuidade de redução da taxa básica de juros. “Um corte de 0,25 ou 0,5 ponto percentual não muda o cenário atual, mas sim a percepção de qual será o teto para a seleção no médio longo prazo.”

Já o estrategista de renda fixa da BGC Liquidez, Daniel Leal, disse que a política monetária do exterior tem sido a principal causa dos movimentos no mercado.

“O que mais impactou os juros foi o comunicado do FED. Logo após a price conference, as taxas já começaram a abrir e até em antecipação ao que poderia vir no Copom o mercado esperava de fato o corte de 0,50 p.p, mas estava ainda apreensivo do que poderia vir das sinalizações para as próximas reuniões. Foi muito mais por isso que as taxas [Tesouro] não reagiram ao comunicado, porque ela já tinha reagido após o comunicado do FED.”

estrategista de renda fixa da BGC Liquidez, Daniel Leal

Taxas do Tesouro Direto

No fim desta manhã, o Tesouro Selic 2026 tinha rentabilidade de 0,7%, ante 0,057% do dia anterior. Já o Tesouro Selic 2029 tinha rentabilidade de 0,06% contra 0,1725% do último fechamento.

Tesouro Prefixado 2026 estava em 10,28%, contra 10,3% do dia anterior. O Tesouro Prefixado 2029 estava com rentabilidade de 11,11%, contra 11,13%.

Os papéis com retorno atrelado à inflação mais uma taxa extra (o chamado IPCA+) também não tiveram grande impacto. O título com vencimento em 2029 tinha rentabilidade de inflação mais 5,38%, contra 5,43% da fechamento anterior. Para 2035, a taxa passou de 5,61% para 5,53%. E de 2045 caiu de 5,87% para 5,80%.

Já o Tesouro Prefixado com juros semestrais 2033 caiu de 11,41% para 11,36% nesta manhã.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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