*ARTIGO
Recentemente, o bitcoin (BTC) deu mais um susto nos investidores. Pela primeira vez na história, o moeda digital caiu abaixo da máxima histórica de um ciclo anterior, alcançando valores de US$ 17 mil.
Fonte da imagem: TradingView.
Esse foi um dos raros momentos em que o fundo de um ciclo ficou abaixo da alta de um ciclo anterior…, mas será que realmente algo está diferente?
O que está rolando?
Com a inflação mais alta e os investimentos em renda fixa se tornando cada vez mais atrativos, é normal que os investidores recorram a ativos mais seguros.
À medida que o Federal Reserve (banco central norte-americano) aumenta as taxas de juros da economia americana em um ritmo mais rápido em décadas, os ativos percebidos como mais arriscados, entre eles o bitcoin e empresas de tecnologia tradicionais, sofrem um efeito “bola de neve ladeira abaixo”.
No entanto, temos uma memória ruim e esquecemos que, no passado, já vivemos vários ciclos econômicos de baixa.
Em meados da década de 1980, por exemplo, o petróleo ajudou a desencadear uma crise global que fez o S&P 500, um dos principais índices do mercado financeiro mundial, cair quase 30%. Todavia, subiu 226% nos 5 anos posteriores.
Mas não é preciso ir tão longe: a crise econômica de 2008 levou mais de dois anos para parar de refletir. Muitas ações de empresas despencaram mais de 50% nas principais economias do mundo. Porém, vieram seguidos de 10 anos de otimismo.
Do pânico aos fundamentos
Em momentos de desespero e pânico generalizado, é preciso recorrer aos fundamentos de um ativo. E, dessa perspectiva, a segurança da rede do bitcoin continua mais sólida do que nunca, e a infraestrutura que foi construída, também.
Ademais, tem a capacidade de ser fundido, dividido e transferido com facilidade, além da posse dele ser facilmente atestada.
É indispensável saber que o bitcoin possui uma oferta matematicamente limitada de apenas 21 milhões de unidades, o que, no fim das contas, garante uma escassez que nem mesmo o ouro possui, muito menos o dinheiro estatal. Por esse motivo, a tese mais sólida para a maioria dos investidores da moeda é a sua utilização como uma reserva de valor, algo como um ouro 2.0.
A bolha do bitcoin estourou?
Assim como o mercado financeiro tradicional, o bitcoin já passou por vários ciclos de baixa no passado e sempre se recuperou.
Além disso, o número de endereços de carteiras digitais (wallets) com saldo diferente de zero bitcoin apresenta crescimento anual de dois dígitos. Ou seja, conforme mostra o gráfico abaixo, apesar da queda generalizada do ciptomercado em 2022, houve um crescimento de 18,2% de tais wallets com saldos em bitcoin.
A média anual de endereços bitcoin com saldos diferentes de zero continua a crescer.
Além disso, apesar da alta desvalorização desde seu topo histórico, a “bolha do bitcoin” parece estar muito longe de ter estourado pois, usando um modelo de previsão de tendências simples e conservador, os endereços de saldo diferente de zero quase dobrarão até 2026 nesse ritmo.
Em momentos de medo, é preciso ter calma e cabeça fria. De fato, o bitcoin conta com 13 anos de funcionamento de rede ininterruptos e, na história, 100% das pessoas que compraram e esperaram 4 anos ou mais viram seu investimento na moeda crescer.
*Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano. |
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
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