Os clientes do Credit Suisse retiraram até 84 bilhões de francos suíços (US$ 88,3 bilhões) do banco durante as primeiras semanas do atual trimestre, em meio a preocupações sobre sua reestruturação após anos de escândalos.
O credor sedeado em Zurique alertou na quarta-feira que amargará uma perda de até 1,5 bilhão de francos nos três últimos meses do ano, em parte por conta dos saques de fundos das áreas de gestão de patrimônio e gestão de recursos, do início de outubro a 11 de novembro. Foi potencialmente o pior êxodo desde a crise financeira.
Os saques representaram 6% dos ativos sob gestão do grupo, e 10% da unidade internacional, disse o banco. “Essas saídas diminuíram substancialmente em relação aos níveis elevados das duas primeiras semanas de outubro de 2022, embora ainda não foram revertidas.”
O Credit Suisse passa por uma ampla reforma que incluirá separar o negócio de banco de investimento e focar mais em private banking, após anos de escândalos e erros administrativos. O credor buscará a aprovação dos acionistas na quarta-feira para um aumento de capital de cerca de 4 bilhões de francos e pretende reduzir o número de funcionários em cerca de 9.000 até 2025.
O banco disse que espera perdas tanto na divisão de gestão de fortunas quanto em sua unidade de banco de investimento devido à “atividade fraca, condições de mercado, saídas de ativos de clientes e venda de negócios não essenciais”.
As enormes saídas líquidas da área de gestão de patrimônio, o principal negócio do banco ao lado do Swiss Bank, são “profundamente preocupantes, ainda mais porque ainda não foram revertidas”, disse Andreas Venditti, analista do Bank Vontobel em Zurique. “O Credit Suisse precisa restaurar a confiança o mais rápido possível, mas é mais fácil falar do que fazer.”
Analistas do JPMorgan disseram que os saques da gestão de fortunas foram muito piores do que o esperado. As saídas de 84 bilhões de francos foram mais do que o triplo da estimativa de 23 bilhões.
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