Finanças
Deu ruim para o Elon Musk: Tesla caiu mais que bitcoin e ethereum em 2022
As ações da montadora performaram pior do que bitcoin e ethereum em pleno bear market.
*ARTIGO
O ano de 2022 foi duro não só para o bitcoin (BTC) e para o ethereum (ETH), mas também para as ações de grandes empresas tech listadas nas bolsas de valores, como as da Tesla (TSLA34), fundada por Elon Musk.
Superando as quedas que assombram o bear market do mundo cripto, as ações Tesla tiveram um recuo maior do que o das duas maiores criptomoedas do mercado, derretendo cerca de 69,20% em 2022, enquanto BTC e ETH caíram 64,24% e 68,14%, respectivamente.
Para se ter uma ideia, segundo dados da Finbold, no quarto trimestre de 2022 a capitalização de mercado da Tesla era de “apenas” US$ 388,87 bilhões, o que representa queda em torno de US$ 436,32 bilhões (ou 52,87%) na empresa do Elon Musk. Enquanto isso, o valor de mercado somado de todos os fabricantes concorrentes de veículos elétricos foi de US$ 280,78 bilhões.
Sendo assim, fica claro que, bem como as criptomoedas, os mercados tradicionais também sofrem com grande volatilidade. Ou seja, faz cada vez menos sentido deixar de incluir ativos digitais no portfólio pelas fortes oscilações de preços que possuem.
Bitcoin e Ethereum estão menos voláteis a cada dia — e se tornarão ainda mais
Existem várias razões pelas quais o BTC e o ETH estão se tornando menos voláteis ao longo do tempo, incluindo a regulação das criptos em diversos países. No entanto, a principal causa se dá pelo aumento da adoção mundial de ativos digitais por parte de instituições financeiras, usuários comuns e empresas.
Por exemplo, quando o bitcoin foi lançado no final de 2008, o preço era bastante volátil, oscilando cerca de 70% — ou mais — em um único dia pelo fato de que ainda era pouco conhecido e havia poucos mercados em que poderia ser comprado e vendido.
Porém, com o tempo, o interesse e o uso do BTC acabou aumentando, ajudando a dar uma estabilidade maior para o preço — apesar de ainda ser considerado um ativo volátil em comparação às moedas tradicionais como dólar ou euro.
Trazendo para um passado mais recente, em meados de 2020, o bitcoin começou a ganhar tração como forma de pagamento em diversos locais do globo, tendo volatilidade menor até mesmo que ações badaladas da bolsa americana como as da Tesla.
Assim como o bitcoin, o ethereum é uma criptomoeda que tem ganhado mais adoção de pessoas físicas e jurídicas, o que pode ter contribuído — e contribuir ainda mais — para aumentar a demanda por ETH e diminuir sua volatilidade.
Performaram mal! Porém…
Nos primeiros anos de sua existência, o valor do bitcoin aumentou lentamente, mas a partir de meados de 2017, o preço do BTC explodiu e alcançou mais de US$ 68.700 em novembro de 2021. Desde então, a moeda tem flutuado bastante, mas ainda está significativamente acima de seus níveis de 2017.
Lançado em 2015 por US$ 0,42 cada moeda, o ethereum também conta com uma série de altos e baixos em seu histórico. Igualmente ao bitcoin, o preço do ETH aumentou lentamente nos primeiros anos, sofrendo um “boom” significativo em meados de 2017.
Após bull market do criptomercado em novembro de 2021, o ethereum alcançou o pico de US$ 4.891 por moeda e, apesar da forte desvalorização atual, ainda está muito acima do seu preço inicial de centavos.
Queda de 70% é muito para alguns, mas não para outros
Anti-frágeis, as tecnologias por trás das duas principais criptomoedas do mercado, bem como as regras e os princípios estabelecidos em seus white papers (manuais) continuam os mesmos, com ou sem volatilidade.
O bitcoin, assim como as altcoins a exemplo do ethereum, funcionam em ciclos de altas e baixas “marcados” pelo halving do BTC, evento quadrienal que reduz pela metade a emissão de novos BTCs na rede.
Saber disso é importante porque, um ano após o halving, cujo próximo deve acontecer em 2024, o mercado “ressurge das cinzas”, cresce e atinge o topo através de uma valorização exponencial.
Por esses motivos, queda de 70% nas ações da Tesla podem ser irrecuperáveis. Já para o bitcoin e ethereum, não.
Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano. |
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
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