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Finanças

Dólar cai quase 2% e fecha em R$ 5,14, menor patamar desde julho

Moeda americana perdeu força em dia de otimismo com a retomada global e de olho no progresso com as vacinas.

dólar

O dólar sofreu nesta quinta-feira (3) mais uma forte queda ante o real, renovando mínimas em mais de quatro meses em meio a um movimento generalizado de vendas da divisa norte-americana, ditado pela confiança na retomada da economia global num ambiente de farta liquidez. Já o principal índice da B3, o Ibovespa, alcançou os 113 mil pontos.

O dólar comercial caiu 1,93%, a R$ 5,1401, menor patamar para um fechamento desde 22 de julho passado.

Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no terceiro trimestre, que vieram aquém do esperado, nem de longe impediram nova rodada de alívio no câmbio, uma vez que, de toda forma, indicaram que a atividade seguiu em recuperação e em ritmo superior a vários de seus pares emergentes.

Segundo Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho, principalmente fatores externos pressionaram a moeda norte-americana frente ao real nesta quinta-feira.

“Há expectativa de taxas de juros baixas em todo o mundo, esperanças em relação a um pacote de ajuda (fiscal) nos EUA e otimismo em relação a vacinas... Isso acaba contribuindo para o bom humor dos mercados”, afirmou.

Na quarta-feira, o secretário do Tesouro dos EUA afirmou que o presidente Donald Trump sancionará o projeto de lei em resposta ao coronavírus proposto pelo líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell.

O líder da maioria na Câmara dos EUA, Steny Hoyer, expressou esperança de que um acordo de estímulo fiscal possa ser alcançado “nos próximos dias”, e qualquer legislação provavelmente precisará ser complementada com mais ajuda no próximo ano.

As esperanças de mais apoio para empresas e cidadãos da maior economia do mundo se somavam ao otimismo em torno da distribuição de vacinas para a Covid-19, depois que o Reino Unido aprovou nesta semana o imunizante da Pfizer e da BioNTech. A vacina poderá começar a ser aplicada aos mais vulneráveis já na semana que vem.

No Brasil, apesar do ritmo de recuperação da economia no terceiro trimestre, os dados ficaram abaixo das expectativas dos mercados e foram insuficientes para recuperar as perdas vistas no ápice da pandemia no país.

Rostagno diz que o número aquém do esperado limita os ganhos do real, que poderia ter “alta um pouco mais expressiva” no caso de um relatório mais robusto.

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia avaliou nesta quinta-feira que o crescimento econômico do terceiro trimestre, embora abaixo do esperado pelo mercado, confirma a retomada em V da atividade, quadro que dispensa a necessidade de auxílios do governo para o próximo ano.

Mauriciano Cavalcante, diretor de câmbio da Ourominas, alertou que “ainda existe preocupação em relação às contas públicas”, mas disse haver esperança nos mercados de que o governo não furará o teto de gastos e encontrará maneiras de cobrir despesas.

O dólar acumula alta nominal de 29% contra o real em 2020. Na véspera, a moeda norte-americana à vista teve valorização de 0,27%, a R$ 5,2422 na venda. O Banco Central fará neste pregão leilão de swap tradicional para rolagem de até 16 mil contratos com vencimento em abril e agosto de 2021.

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