O dólar fechou em alta nesta quarta-feira (6), após a divulgação de dados de atividade dos Estados Unidos. Já o Ibovespa recuou, também de olho no cenário externo.
O Ibovespa caiu 1,15%, aos 115.985 pontos, e o dólar subiu 0,16%, a R$ 4,9827.
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Desaceleração do crescimento econômico em outras partes do mundo prejudicou o sentimento de risco nos últimos dias, de acordo com analistas.
“Se observarmos o mundo todo, as notícias econômicas da China estão piorando, as notícias macroeconômicas da Europa não são boas. Portanto, em um momento ou outro, essa preocupação com a demanda terá impacto no mercado”, disse Peter Cardillo, economista-chefe de mercado da Spartan Capital Securities.
Um recente aumento nos preços do petróleo também alimentou temores de pressões inflacionárias persistentes que podem obrigar o Federal Reserve a manter os juros altos por mais tempo.
Baixo volume de negociações na véspera de feriado
“Por ser véspera de feriado, os investidores deverão ter cautela em uma sessão morna, ao meu ver, com uma expectativa de força do dólar perante os seus pares”, disse Márcio Riauba, gerente da mesa de operações da StoneX. O volume financeiro nesta sessão, véspera de feriado no Brasil, somava 4,6 bilhões de reais às 11h28.
“O receio global, com a economia global, segue bem forte, fazendo com que os ativos de risco acabam ficando um pouquinho de lado.”
Márcio Riauba, gerente da mesa de operações da StoneX.
Nesta semana, dados fracos sobre o comércio da zona do euro e sobre o setor de serviços da China reacenderam preocupações sobre a possibilidade de uma recessão global.
Além disso, o mercado acompanha nesta quarta-feira a divulgação de uma pesquisa privada sobre o setor de serviços dos EUA, uma vez que sinais de resiliência da economia norte-americana costumam elevar as apostas na manutenção de uma postura de política monetária agressiva por parte do Federal Reserve (Fed).
Juros mais elevados nos EUA tendem a impulsionar os rendimentos dos Treasuries e, consequentemente, manter o dólar em patamares fortes a nível global, conforme investidores migram seus investimentos em renda fixa para a maior economia do mundo.
Dúvidas sobre o cenário fiscal no Brasil
No Brasil, o mercado continuava refletindo dúvidas sobre a capacidade do governo de elevar a arrecadação ao patamar necessário para zerar o déficit do ano que vem. “A gente ainda teme muito pelas incertezas referentes ao campo fiscal“, disse Riauba, da StoneX.
A equipe da corretora Commcor afirma que “é notório que existe um compreensível desconforto de investidores com a capacidade de o governo entregar as metas do novo marco fiscal, com destaque ao déficit zerado em 2024”, de acordo com relatório enviado a clientes mais cedo.
Isso, acrescenta, “penaliza – em segundo momento – a disposição do investidor se considerado o risco de novas manobras do governo federal no âmbito da arrecadação — sem esse aumento de receita o novo marco fiscal não se sustenta”.
Bolsas mundiais
Wall Street
Os três principais índices de Wall Street fecharam em baixa nesta quarta-feira, com o índice de tecnologia Nasdaq na liderança das quedas, após dados mais fortes do que o esperado do setor de serviços alimentarem preocupações de que uma inflação ainda persistente significaria que os juros permaneceriam mais altos por mais tempo.
De acordo com dados preliminares, o S&P 500 perdeu 0,69%, para 4.465,78 pontos. O Nasdaq recuou 1,05%, para 13.873,99 pontos. O Dow Jones caiu 0,58%, para 34.440,36 pontos.
Europa
As ações europeias ampliaram as perdas pela sexta sessão consecutiva nesta quarta-feira, uma vez que preocupações com a desaceleração do crescimento global prejudicaram o apetite por risco, enquanto a alta dos rendimentos dos títulos também pressionou os papéis.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,16%, a 7.426,14 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,19%, a 15.741,37 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,84%, a 7.194,09 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 1,54%, a 28.211,46 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,83%, a 9.314,40 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 1,08%, a 6.082,08 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações da China e de Hong Kong recuperaram parte das perdas iniciais e fecharam com pouca variação nesta quarta-feira, com os investidores aguardando dados da balança comercial para obter pistas sobre a saúde da segunda maior economia do mundo.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,62%, a 33.241 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,04%, a 18.449 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,12%, a 3.158 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,22%, a 3.812 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,73%, a 2.563 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,32%, a 16.738 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,12%, a 3.222 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,78%, a 7.257 pontos.
(* com informações da Reuters)
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