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Finanças

Ibovespa sobe e dólar fecha abaixo de R$ 4,80, menor valor em mais de 1 ano

Boletim Focus trouxe nova redução nas projeções para IPCA e cortou estimativa para juros em 2023.

O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira (19) e o dólar teve dia de queda sobre o real, com o mercado repercutindo um novo recuo das expectativas de inflação no Boletim Focus, além de redução também na projeção para a Selic ao final de 2023, de 12,5% para 12,25%, com expectativa de corte antecipada para agosto.

O Ibovespa subiu 0,93%, aos 119.858 pontos. O dólar caiu 0,9%, a R$ 4,7751, menor valor desde maio de 2022.

Já as taxas dos contratos futuros de juros fecharam próximas da estabilidade. No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2024 estava em 13,02%, ante 13,022% do ajuste anterior. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2026 estava em 10,52%, ante 10,504% do ajuste anterior, e a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,525%, ante 10,507%.

Na visão da equipe da Mirae Asset, as atenções nesta semana no mercado brasileiro estão voltadas para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que terá o resultado conhecido na quarta-feira (21).

A previsão é de “manutenção da taxa, mas mudança no tom para o ciclo de corte da Selic. Dúvida é saber em que intensidade – 0,25 ou 0,50 ponto percentual- e quando, agosto ou setembro”, afirmaram em relatório a clientes, também destacando expectativa para a votação do arcabouço fiscal no Senado nesta semana.

Na última quarta-feira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que a Casa deve votar o projeto do arcabouço fiscal nesta semana.

Focus

Sob olhares atentos do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, as estimativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) voltaram a cair no Boletim Focus, graças a um conjunto de notícias favoráveis à descompressão inflacionária.

Sede do Banco Central, em Brasília 14/02/2023 REUTERS/Adriano Machado

O maior tombo foi da expectativa para o IPCA deste ano na Focus, de 5,42% para 5,12%, uma queda de 0,30 ponto porcentual em apenas uma semana. Um mês antes, a mediana era de 5,80%. Para 2024, foco da política monetária, a projeção cedeu de forma modesta, de 4,04% para 4,00%. Há um mês, era de 4,13%.

Nos horizontes mais longos, a mediana para o IPCA de 2025 também voltou a ceder, de 3,9% para 3,8%. Da mesma forma, houve queda na estimativa para 2026, de 3,88% para 3,8%. Há um mês, ambas as projeções eram de 4%.

Os especialistas também diminuíram as projeções para a Selic. A mediana para os juros básicos no fim de 2023 baixou de 12,5% para 12,25% ao ano. Para o término de 2024, a expectativa também caiu, de 10% para 9,5% após 17 semanas de manutenção.

O que pode mexer com a Selic

As estimativas do Focus divulgado nesta segunda são usadas como variáveis nos modelos do Copom para a inflação. Na reunião de maio, estavam em 5,8% para 2023 e 3,6% para 2024 no cenário de referência.

Recentemente, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, indicou que a inflação deste ano poderia ficar entre 4,5% e 5,0%. Se, oficialmente, a projeção do Copom cair para este nível, poderia ter um efeito, por inércia, em 2024, que é o atual foco da política monetária, aumentando as condições para uma queda de juros em breve.

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As expectativas de inflação têm caído em reação a um conjunto de notícias favoráveis. Os dados correntes mostram que a desinflação está em curso, há deflação nos índices de atacado e a moeda brasileira tem se apreciado.

Além disso, a alteração da perspectiva de rating do Brasil pela S&P reduz o prêmio de risco, assim como a melhora na percepção no debate fiscal e da meta de inflação. Na semana passada, ainda houve outra redução dos preços da gasolina nas refinarias.

Cenário externo

Presidente do banco central dos EUA, Jerome Powell, em Washington 22/06/2021 Graeme Jennings/Pool via REUTERS

Enquanto isso, no exterior, o dólar registrava leves ganhos contra uma cesta de moedas fortes em dia de feriado nos Estados Unidos, com o foco na trajetória de política monetária do Federal Reserve (Fed). Na semana passada, o banco central norte-americano manteve sua taxa básica de juros, mas sinalizou a possibilidade de mais duas altas nos custos dos empréstimos neste ano.

“Todas as expectativas de cortes (de juros nos EUA) foram empurradas para 2024” após o encontro do Fed, destacou Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury.

O chefe do Fed, Jerome Powell, falará ao Congresso dos EUA na quarta e na quinta desta semana, e será acompanhado de perto pelos mercados financeiros, que buscam pistas sobre os próximos passos do Fed.

Bolsas mundiais

Europa

As ações europeias caíram nesta segunda-feira, enquanto investidores aguardam mais medidas de estímulo da China para reanimar a demanda e esperam o pronunciamento de Powell.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,71%, a 7.588,48 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,96%, a 16.201,20 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 1,01%, a 7.314,05 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,39%, a 27.754,18 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,66%, a 9.431,90 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,51%, a 6.045,10 pontos.

Ásia e Pacífico

As ações da China e de Hong Kong caíram nesta segunda-feira, uma vez que a falta de detalhes concretos sobre estímulo na reunião do Conselho de Estado chinês desapontou os investidores.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,00%, a 33.370 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,64%, a 19.912 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,54%, a 3.255 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,82%, a 3.930 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,62%, a 2.609 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,08%, a 17.274 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,58%, a 3.241 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,60%, a 7.294 pontos.

(* com informações de Estadão Conteúdo e Reuters)

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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