A Eletrobras (ELET3) conseguiu a aprovação necessária dos debenturistas para voltar com a venda pública de participação na ISA Cteep, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.
A transação pode acontecer a qualquer momento e levantaria cerca de R$ 4 bilhões, disseram as pessoas, que pediram para não ser identificadas ao discutir informações que não são públicas. O momento exato da venda dependerá das condições do mercado, disseram as pessoas.
Em 31 de outubro, a Eletrobras anunciou que seu conselho autorizou a “estruturação de potencial oferta pública de distribuição secundária de ações preferenciais de emissão da Cteep,” e a contratação do Citi, do Itaú BBA, do Banco Safra e da XP como líderes na transação. Mas, menos de uma semana depois, a empresa suspendeu a oferta porque “foi constatado que o volume de ações que a Eletrobras teria disponível para ser ofertado no momento estaria muito aquém do esperado.”
A Eletrobras não comentou.
As ações da Cteep (TRPL3) ampliaram perdas após a notícia e bateram a mínima do dia, enquanto que os papéis da Eletrobras reduziram a queda.
Logo após anunciar a venda, a Eletrobras descobriu que precisaria de autorização de debenturistas para poder vender todas as ações que pretendia, disseram as pessoas. Agora, em conversas informais privadas, a Eletrobras já obteve o apoio de que necessita dos detentores desses títulos, e já estão ocorrendo assembleias para aprovar formalmente a mudança nas cláusulas restritivas desses papéis, disseram as pessoas. A última aconteceu na sexta-feira passada, disse uma das pessoas.
A Eletrobras detém 9,73% das ações com direito a voto da ISA Cteep e 52,48% das ações preferenciais da empresa. A venda faz parte da estratégia da Eletrobras definida após sua privatização, em junho de 2022, de reduzir o número de participações minoritárias e não estratégicas, além de simplificar e otimizar seu portfólio.
Em setembro, a Eletrobras já tinha vendido sua participação na Companhia Paranaense de Energia, conhecida como Copel, por R$ 125,3 milhões.
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