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Finanças

Empresas que marcaram época e estão na bolsa de valores — mas você não sabia

Companhias famosas que foram praticamente esquecidas pelo mercado têm em comum a baixa liquidez.

Algumas empresas marcaram época, seja por seus produtos ou comerciais. Muitas delas, ainda que distante do brilho que tiveram no passado, seguem vivas na memória dos brasileiros e algumas até na bolsa de valores.

São empresas que, apesar de famosas, foram praticamente esquecidas pelo mercado e provavelmente nem você sabia que tinham ações listadas na bolsa. Além de serem conhecidas, outro fator em comum é sua baixa liquidez, o que se traduz em um investimento mais arriscado.

Bombril

A primeira delas ficou tão famosa que até hoje seu principal produto é chamado pelo nome de sua marca: a Bombril (BOBR4). A empresa, que se consagrou com as propagandas sobre suas 1001 utilidades, se transformou em um verdadeiro ícone para as esponjas de aço.

Apesar de todo seu sucesso no passado, investidores estão cada vez mais preocupados com o futuro da companhia, o que se reflete no preço de suas ações. No ano, as ações da Bombril acumulam cerca de 25% de queda, sendo que a desvalorização nos últimos cinco anos é próxima de 75% até o mês de novembro.

Ainda que vez ou outra a empresa até chegue a dar lucro, sua dívida líquida, hoje acima de R$ 300 milhões, é seu maior desafio. E nem mesmo se a empresa vendesse tudo que tem não conseguiria pagar o que deve, tendo em vista seu patrimônio líquido negativo de 180 milhões de reais.

Estrela

Outra empresa em situação semelhante é a Estrela (ESTR4), fabricante de brinquedos famosos, como o pula pirata, e das versões brasileiras do jogo da vida e do banco imobiliário. Mas ainda que o dinheiro dos jogos da estrela possam ter ajudado a apresentar a educação financeira para crianças, a empresa não conseguiu lidar bem com sua própria situação e hoje tem um patrimônio líquido negativo de quase meio bilhão de reais.

Como se não fosse o bastante a situação delicada das finanças da empresa, a estrela ainda trava uma disputa judicial contra a gigante americana Hasbro pelo direito de comercializar alguns brinquedos no brasil, entre eles, um de seus carros-chefe, o banco imobiliário.

IGB, dona da Gradiente

Em processo de fechamento de capital na bolsa, a IGB (IGBR3), dona da marca Gradiente, está com patrimônio líquido negativo em mais de 1 bilhão de reais.

A Gradiente já foi das principais fabricantes de televisão do país, com seu relativo sucesso durando até o início dos anos 2000. Mas com a chegada de multinacionais no mercado brasileiro, sua relevância foi se tornando cada vez menor, com a empresa passando a buscar seu lugar em outros mercados, mas sem grandes sucessos.

Eucatex

A situação é bem diferente da apresentada pela Eucatex (EUCA4). A empresa de materiais de construção, como tintas e portas ficou bastante conhecida nos anos 80 por seus comerciais, que chegou até a contar com o pugilista Maguila. Mas, ainda que tenha perdido parte de seu glamour dos tempos antigos e suas ações estejam praticamente abonadas por grandes investidores, o balanço da Eucatex segue relativamente saudável.

A Eucatex tem apresentado crescimento de receita nos últimos anos, tendo encerrado 2021 com mais de 2,4 bilhões de faturamento e lucro superior a 400 milhões de reais, sendo que no último trimestre, seu patrimônio líquido encerrou positivo em 2 bilhões de reais. Na bolsa, as ações da Eucatex subiram mais de 80% no acumulado dos últimos cinco anos, mesmo com queda de 10% neste ano.

Cambucci, dona da Penalty

Outra empresa das antigas que tem se valorizado recentemente é a Cambuci (CAMB3), dona da marca Penalty. A fabricante de materiais esportivos já foi uma das líderes do mercado, mas, assim como a gradiente, teve seu sucesso ameaçado pela entrada de grandes multinacionais.

Nos tempos áureos, a companhia chegou a patrocinar alguns dos maiores times da história do futebol brasileiro, como o São Paulo e o Grêmio. A companhia também teve participação relevante no futsal, chegando a patrocinar a seleção brasileira.

Ainda que, hoje, distante dos holofotes dos principais times do brasil, a dona da Penalty tem acumulado forte valorização na bolsa, com alta de mais de 500% desde o início de 2018, o cenário é bem diferente de 2017, quando a ação da companhia chegou a acumular mais de 95% de queda em relação às máximas de 2009. Mas apesar da melhora de momento, os papéis da Cambuci ainda oferecem baixa liquidez na bolsa.

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