Entre todos os Exchange Traded Funds (ETFs) listados na B3, bolsa de valores brasileira, os que tiveram os melhores desempenhos nos três primeiros trimestres do ano foram It Now IFNC (FIND11), It Now DIVO (DIVO11) e It Now Ibovespa (BOVV11), todos geridos pelo Itaú Unibanco. Na sequência, vieram o iShare Ibovespa (BOVA11), da BlackRock, e o It Now PIBB (PIBB11), também do Itaú, de acordo com dados apurados pela Economatica.
O levantamento feito pela provedora de dados financeiros é referente aos resultados obtidos entre 31 de dezembro de 2021 e 30 de setembro de 2022. Foram considerados apenas ETFs que tiveram ao menos uma negociação a cada sessão em que a bolsa de valores brasileira atuou no período.
Por outro lado, após o 1º turno das eleições no Brasil, a ordem dos ETFs com os melhores desempenhos no acumulado do ano foi alterada. Passou a ser FIND11, DIVO11, PIBB11, BOVV11 e BOVA11.
5 ETFs com maior alta nos três primeiros trimestres
1 – It Now IFNC (FIND11)
O It Now IFNC (FIND11), do Itaú Unibanco, foi o principal destaque entre todos os ETFs listados na B3 nos três primeiros trimestres de 2022, com alta de 25,93%. O fundo, deduzidas suas taxas e despesas, replica a performance do Índice Financeiro (IFNC), que teve alta de 18,97% no mesmo período. A composição do ETF se divide em 95% do patrimônio em ações ligadas ao índice e os outros 5% em ativos permitidos pelo regulamento da gestora.
Até o dia 10 de outubro esse fundo acumulava alta de 24,65% no ano, queda de 0,97% em relação ao ciclo demonstrado no gráfico. No entanto, o fundo ainda está em 1º colocado entre os ETFs com os melhores desempenhos da B3 no acumulado de 2022.
2 – It Now DIVO (DIVO11)
O It Now DIVO (DIVO11), do Itaú Unibanco, teve a segunda melhor performance entre todos os ETFs listados na B3 nos três primeiros trimestres de 2022, com alta de 9,96%. O fundo, antes das taxas e despesas, busca refletir os resultados do Índice Dividendos (IDIV), que teve alta de 10,43% no mesmo período. A composição do ETF se divide em 95% do patrimônio em ações ligadas ao índice e os outros 5% em ativos permitidos pelo regulamento da gestora.
Até o dia 10 de outubro esse fundo acumulava alta de 14,86% no ano, elevação de 4,9% em relação ao ciclo demonstrado no gráfico. O fundo ainda se manteve em 2º colocado entre os ETFs com os melhores desempenhos da B3.
3 – It Now Ibovespa (BOVV11)
O It Now Ibovespa (BOVV11), do Itaú Unibanco, ficou na terceira posição entre os ETFs melhores colocados na B3 dentro dos três primeiros trimestres de 2022, com alta de 5,62%. O fundo, deduzidas suas taxas e despesas, replica a performance do Índice Bovespa (IBOV), que teve alta de 5,88% no mesmo período. Assim como os outros ETFs da instituição gestora, a composição do BOVV11 se divide em 95% do patrimônio em ações ligadas ao índice e os outros 5% em ativos permitidos pelo regulamento da gestora.
Até o dia 10 de outubro esse fundo acumulava alta de 11,29% no ano, elevação de 5,67% em relação ao ciclo demonstrado no gráfico. Mesmo com a alta, o índice se tornou o 4º colocado entre os ETFs com os melhores desempenhos da B3 no período.
4 – iShare Ibovespa (BOVA11)
O iShare Ibovespa (BOVA11), da BlackRock, também busca obter retornos de investimentos que correspondam, de forma geral, à performance do Índice Bovespa (IBOV). Nos três primeiros trimestres de 2022, o fundo teve alta de 5,62%, ou seja, ficou empatado em terceiro lugar com o BOVV11, do Itaú Unibanco, entre os ETFs melhores colocados na B3 no período.
Até o dia 10 de outubro esse fundo acumulava alta de 11,19% no ano, elevação de 5,57% em relação ao ciclo demonstrado no gráfico. Mesmo com a alta, o índice se tornou o 5º colocado entre os ETFs com os melhores desempenhos da B3.
5 – It Now PIBB (PIBB11)
O It Now PIBB (PIBB11), do Itaú Unibanco, garantiu a quinta colocação das melhores performances entre todos os ETFs listados na B3 nos três primeiros trimestres de 2022, com alta de 5,5%. O fundo, antes das taxas e despesas, busca refletir os resultados do Índice Brasil 50 (IBXL), que teve alta de 5,8%. A composição do ETF se divide em 95% do patrimônio em ações ligadas ao índice e os outros 5% em ativos permitidos pelo regulamento da gestora.
Até o dia 10 de outubro esse fundo acumulava alta de 11,64% no ano, elevação de 6,14% em relação ao ciclo demonstrado no gráfico. Com isso, o índice se tornou o 3º colocado entre os ETFs com os melhores desempenhos da B3 no acumulado do ano.
O que esperar após o 2º turno?
O mercado financeiro passou por dias de forte alta após o resultado do 1º turno das eleições presidenciais de 2022, em um movimento de volatilidade que atingiu também os ETFs. Agora, o foco está voltado para as expectativas em relação ao 2º turno.
Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil, explica que muito do que pode acontecer nos investimentos de renda variável após as eleições “já está no preço”. Ou seja, os investidores fazem uma precificação dos ativos já prevendo as possibilidades do cenário.
Para ele, sendo em um contexto positivo ou negativo aos olhos do mercado financeiro, haverá uma euforia no dia seguinte após o resultado e, consequentemente, um ajuste de expectativas.
“Como há uma incerteza muito grande em relação a quem será eleito, o mercado literalmente não está ‘pagando para ver’, o que também deve contribuir para o movimento de manada no pós-eleição. Hoje, a reeleição [de Jair Bolsonaro] representaria a continuidade e o que o mercado gosta – alguma ‘previsibilidade’ –, enquanto que a oposição traria o ‘novo’, com uma política provavelmente de expansão fiscal… e como em toda eleição no Brasil, com um novo programa quase do zero para os próximos quatro anos”, acrescenta.
O sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil ainda sugere que é preciso continuar tendo “disciplina e robustez para aproveitar as oportunidades”, além de que é importante fazer diversificação internacional para diminuir o risco Brasil.
Em relação aos fundos de índice, Fabio Fares, especialista em análise macro da Quantzed, acredita que o mercado vai crescer independente do presidente que for eleito. “A diferença é que para um governo Lula precisamos pensar em ETFs mais amplos – que sejam menos concentrados em estatais –, como no setor de educação, varejo e construtora. Já se o Bolsonaro ganhar, é preciso pensar que o Brasil vai dar continuação para mais do mesmo…”, opina.
“O principal ponto é que as gestoras precisam caprichar mais nos ETFs de renda variável, desvincular só do Índice Bovespa e ‘abrasileirar’ mais o que a gente pode ter de perfil do consumidor brasileiro, para o mercado de fundos de índice se desenvolver no Brasil, para a maturidade do investidor melhorar…”, acrescenta o especialista.
Reação ao 1º turno das eleições
Como mencionado, após o 1º turno das eleições no país, o mercado se movimentou com força – principalmente com tendências de alta. Os especialistas entrevistados apontaram visões distintas para esse movimento.
Para Alves, da Ação Brasil, o movimento dos ativos da bolsa de valores se deu “em razão do mercado financeiro ter visto com bons olhos a formação de um Congresso Nacional mais liberal e alinhado com pautas pró-economia”.
Fares, da Quantzed, apresenta outro ponto de vista. Para ele, a oscilação de alta de aplicações em renda variável surgiu porque “tinha muita proteção para muita aposta. Então, nos primeiros dias após o 1º turno das eleições, teve muito desmonte disso, para ajustar para o cenário novo, além de que tinha muita gente esperando o resultado da eleição para montar posição”.
Números da disputa
O 1º turno das eleições no Brasil terminou praticamente com um embate entre dois dos candidatos à presidência. Quem ficou à frente do mais elevado posto do Executivo foi Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), com 48,05% dos votos. E, na sequência, veio Jair Bolsonaro, do Partido Liberal (PL), com 43,53% dos votos.
Outro destaque que chamou atenção do mercado foi que o PL garantiu a maior bancada no Senado Federal para os próximos anos, com 14 senadores eleitos.
No primeiro dia de pregão após as eleições, o Ibovespa disparou, fechando em alta de 5,54%, aos 116.134 pontos. Na semana, o indicador subiu 5,76%.
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