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Finanças

Fala de Campos Neto impulsiona dólar que sobe 1,28% na semana; Ibovespa cai 3%

Presidente do BC disse que as expectativas de inflação têm sido uma má notícia no Brasil

A busca por proteção na reta final desta sexta-feira (24), antes do feriado de segunda-feira nos Estados Unidos, fez o dólar à vista fechar o dia em leve alta de 0,29% ante o real, a R$ 5,1682. Na semana, a divisa acumulou avanço de 1,28%.

O desempenho foi influenciado ainda por comentários sobre a inflação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, enquanto no exterior a divisa norte-americana cedia ante boa parte das demais moedas.

A moeda norte-americana novamente oscilou em margens bastante estreitas durante a maior parte da sessão, com as cotações ora influenciadas pelo exterior, ora reagindo à busca por proteção antes do feriado do Memorial Day nos Estados Unidos, na próxima segunda-feira.

O movimento teve o auxílio ainda, conforme operador ouvido pela Reuters, de declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Campos Neto afirmou que as expectativas de inflação têm sido uma má notícia no Brasil. Além disso, segundo ele, o ambiente externo e a credibilidade do BC podem explicar a desancoragem de expectativas da inflação, além de uma possível piora na percepção sobre o Brasil.

“Mais recentemente, a gente viu que as curvas longas (de juros) norte-americanas voltaram e a taxa terminal até voltou um pouco, mas o Brasil não melhorou quase nada. Então parece que nesse movimento a gente ficou um pouco na contramão do mundo emergente, o que sugere que se adicionou prêmio (de risco) específico de Brasil na curva”, afirmou Campos Neto.

Ibovespa

O Ibovespa fechou em leve baixa de 0,2% nesta sexta-feira (24), aos 124.474,36 pontos ampliando o desempenho negativo na semana de 3%. O volume financeiro somou R$ 15,4 bilhões.

O indicador foi impactado pelos receios de que o Federal Reserve possa postergar ainda mais o primeiro corte de juros na maior economia do mundo, enquanto a Azul foi destaque de alta no dia após acordo de codeshare com a Gol.

Investidores continuam debatendo sobre o início do ciclo de afrouxamento monetário nos Estados Unidos, que por ora segue esperado para setembro, mas com dados recentes e declarações cautelosas de autoridades do banco central norte-americano corroborando um cenário de taxas altas por mais tempo.

De acordo com o economista Michael Gapen, do Bank of America, o discurso recente (de autoridades) do Fed e a ata da última decisão de juros do Fed deixam claro que as surpresas de alta da inflação este ano, juntamente com uma atividade sólida, deverão tirar da mesa, por agora, os cortes nas taxas.

Em relatório enviado a clientes nesta sexta-feira, ele ainda ponderou que também parece haver um forte consenso de que a política se encontra em território restritivo e, portanto, provavelmente também não serão necessários aumentos.

“Numa análise prospectiva, os cortes nas taxas poderão ser desencadeados pelo abrandamento da inflação ou por uma deterioração acentuada da atividade. Por outro lado, os aumentos provavelmente só entrarão em jogo se a inflação – ou as expectativas de inflação – aumentarem consideravelmente.”

Destaques

– AZUL PN disparou 5,18%, após anunciar um acordo de codeshare com a Gol que englobará mais de 150 destinos operados pelas duas companhias aéreas. As rotas envolvidas serão aquelas operadas por uma das companhias e não pela outra. GOL PN, que não faz parte do Ibovespa e está em recuperação judicial nos Estados Unidos, saltou 11,9%.

– MAGAZINE LUIZA ON recuou 7,04%, engatando a quinta sessão consecutiva de queda. No começo da semana, o Citi cortou o preço-alvo das ações de R$ 2,50 para R$ 1,80 e reiterou recomendação “neutra/alto risco”. Apesar de ver vendas melhores em lojas físicas e melhora na rentabilidade, os analistas cortaram previsão das vendas online, bem como de lucro, citando despesas financeiras persistentes entre as razões.

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