O terceiro trimestre de 2020 foi ótimo para Gerdau, a companhia registrou o melhor ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em um trimestre desde 2008. Tudo isso graças ao maior volume de vendas no mercado brasileiro e da América do Sul, além de um câmbio favorável.
O Ebitda ajustado foi de R$ 2,139 bilhões no terceiro trimestre, alta de 46% em relação ao mesmo período de 2019. E um crescimento de 62% frente ao segundo trimestre de 2020.
Apesar do ótimo resultado, os papéis da companhia estão no vermelho acompanhando o dia de mau humor nos mercados. Por volta das 13h28, a ação da Gerdau (GGBR4) recuava 4,74%. No acumulado de 2020, a companhia avança mais de 12%.
Para Tasso Vasconcellos, analista da Eleven Financial, a queda das ações da Gerdau hoje acompanha o estresse generalizado do mercado. Ele destaca que o resultado da companhia foi excelente acima das projeções e há espaço para a ação continuar performando nos próximos meses. “A Gerdau está focada na venda de aços longos, no setor de construção civil, ambos estão performando bem durante a pandemia. O balanço é um sinal de recuperação que deve se manter até 2021”, afirma.
Em teleconferência Gustavo Werneck, CEO da Gerdau, afirmou que a demanda deve se manter no quarto trimestre. A companhia espera um aumento desta em 6% para 2021.
Apenas como ponto de atenção Vasconcellos reforça que o setor de siderurgia é cíclico, com altas e quedas constantes.
Em 2014, por exemplo, o setor estava em alta acompanhando a forte demanda em construção civil em função da Copa do Mundo. Desde então o setor teve algumas quedas até que a pandemia favoreceu para inverter a dinâmica. Com as pessoas valorizando mais o ambiente familiar a construção civil retomou.
No lado positivo ele destaca o preço do aço que oscila bastante. “Nos últimos meses a Gerdau implementou o reajuste de preços o que auxiliou na performance positiva”, aponta
Balanço
A Gerdau (GGBR4) apresentou seu balanço nesta quarta-feira (28), a companhia teve lucro líquido de R$ 795 milhões, um salto de 175% sobre o mesmo período em 2019. E em comparação com o trimestre anterior o lucro da Gerdau cresceu 152%.
Segundo a empresa, o lucro líquido do terceiro trimestre teve um aumento considerável por causa do Ebitda maior além da variação cambial.
A receita líquida da Gerdau no terceiro trimestre foi de R$ 12,2 bilhões, um crescimento de 23% comparado ao segundo trimestre de 2019. E em relação ao segundo trimestre desta ano a alta foi de 40%.
A Gerdau informou em relatório que a receita líquida do terceiro trimestre acompanhou o crescimento do volume de vendas e foi influenciada pela depreciação do real de 36% nos últimos doze meses. “Isso teve um impacto positivo especialmente pela conversão das receitas das nossas operações na América do Norte”, afirmou.
Produção
No terceiro trimestre a produção de aço bruto da Gerdau cresceu na base anual e trimestral por causa da retomada das atividades nos países onde a companhia atua. A empresa produziu 3,2 milhões de toneladas de aço bruto, um aumento de 17% comparado ao mesmo período em 2019, quando produziu 2,733 milhões de toneladas.
Segundo a empresa no segundo trimestre de 2020 algumas unidades industriais paralisaram por causa da Covid-19. As vendas do terceiro trimestre tiveram alta de 32% sobre o segundo trimestre, puxadas pelo mercado interno brasileiro onde houve uma retomada do setor de construção civil.
De janeiro até setembro de 2020, a produção de aço bruto da Gerdau foi de 8,820 milhões de toneladas.
Dividendos
Em nota, a Gerdau anunciou que vai pagar dividendos de R$0,12 por ação no dia 18 de novembro.
Acionistas que tenham posição nas ações até 6 de novembro de 2020 devem receber o recurso.
O total aprovado pelo Conselho de Administração da empresa foi de R$ 204,1 milhões, com base no resultado do terceiro trimestre.
Alavancagem
A dívida líquida da companhia teve uma redução, no terceiro trimestre é de R$ 12,3 bilhões enquanto no segundo trimestre era de R$14,4 bilhões. A alavancagem financeira da companhia (dívida líquida/ebitda) também caiu, de 2,78X para 2,07x em setembro por causa das amortizações e maior geração de caixa no período.
Em relação a dívida bruta, 11% desta está no curto prazo e 88,9% da dívida está alocada no longo prazo.