Em meio à preocupação do mercado sobre como o novo governo poderá interferir nas estatais, a agência de classificação Fitch divulgou nesta quinta-feira (03) relatório sobre como deve ficar a gestão da Petrobras (PETR3 PETR4).
Saverio Minervini, diretor-sênior da Fitch, apontou que “há pouca racionalidade econômica para intervir na Petrobras”, mas que “existem consideráveis benefícios políticos em fazê-lo, como criação de empregos e influenciar políticas públicas”.
A agência reiterou que a estatal agora está “fundamentalmente diferente”, isso porque a companhia se reestruturou com o pagamento de quase US$ 100 bilhões em dívidas, 25% financiadas por meio de desinvestimentos de ativos não essenciais, e se posicionou para aumentar a produção a um custo inferior ao de seus pares.
Além disso, na análise da Fitch há poucos fundamentos econômicos para interferir na petroleira, já que a empresa, de acordo com as estimativas da própria agência, deve gerar fortes fluxos de caixa, mesmo com a expectativa do preço do petróleo passar para US$ 55 o barril a longo prazo – atualmente a commodity é negociada na casa dos US$ 94. Alem disso, o governo se beneficia de significativas receitas fiscais e dividendos da empresa, que podem chegar a quase 1% do PIB.
A agencia reiterou ainda não esperar grandes alterações macroeconômicas, o que se refletiu na revisão da perspectiva do rating soberano ‘BB-’ do Brasil de negativa para estável, em 14 de julho.
“Mudanças na política microeconômica são prováveis, mas devem ser graduais, em vez de uma reversão abrupta da legislação e das regras existentes”, apontou relatório.
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