Segundo levantamento da Comdinheiro, o fundo imobiliário HTMX11, gerido pelo BTG, é o FII que entregou o maior retorno de cotas e dividendos aos cotistas nos últimos 12 meses. O FII Hotel Maxinvest entregou nada menos que 52,88% quando considerado o desempenho das cotas na B3 e reinvestimento dos proventos no período. No mesmo período, o Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) registrou alta de 5,4%.
As cotas cresceram 31,8% no período; já o dividend yield distribuído foi de 11,28%. Neste mês foi pago aos cotistas um dividendo de R$ 2,85. Para base de comparação, em novembro do ano passado, foram distribuídos R$ 0,91 por cota.
O fundo investe em hotéis localizados na capital paulista, gerando renda com a locação de quartos, cuja taxa de ocupação está em 61,3% contra 38,7% de vacância. Seu valor patrimonial por cota é avaliado em R$ 132. Já a cota era negociada em bolsa por R$ 156,90 na última quinta-feira (26).
Agora no IFIX, uma vez que o Hotel Maxinvest passou a incorporar a carteira dos fundos imobiliários mais negociados da B3 no último rebalanceamento, o fundo colhe os frutos do bom momento hoteleiro, com o mercado voltando aos níveis pré-pandemia quanto à ocupação. Já os preços das locações foram reajustados e estão até maiores que os aplicados em 2019.
Nascido em 2007 com a proposta de surfar a recuperação de mercado e a grande oferta de empreendimentos imobiliários na cidade de São Paulo, o fundo passou um período conturbado na pandemia de covid-19. Se em março de 2019 a taxa de ocupação dos hotéis em que investe estava em 70%, o HTMX11 viu essa taxa cair para 1% em março de 2020. Foram necessários três anos para a ocupação retomar o fôlego e bater os 77%, segundo relatório gerencial.
Mas é no valor da média diária que o fundo deu um salto neste mesmo período: passou de R$ 350 em março de 2019 para R$ 598 em igual período de 2023.
Com isso, a variação de renda distribuída pelos hotéis que integram a carteira do fundo evoluiu. Em valores nominais, a alta foi de 56% na receita de aluguéis apurada em julho de 2023 ante julho de 2019, período anterior à pandemia.
Durante agosto (último relatório gerencial disponível), quatro unidades hoteleiras foram vendidas, gerando uma receita de venda de R$ 1,6 milhão, que após dedução da taxa de performance, resultou em um lucro líquido de R$ 1,4 milhão ou R$ 0,98 por cota. Até por isso a base de cotistas viu crescer os rendimentos distribuídos.
Mas a gestão aponta ainda que, desde que foi iniciado o ciclo de desinvestimento em razão da valorização de suas unidades hoteleiras (agosto de 2011), foram vendidas 463 unidades, gerando assim o valor de R$ 46,13 por cota amortizada.
No entanto, o Maxinvest aponta que entre 2015 e 2017, o mercado imobiliário apresentou uma desaceleração no ritmo das vendas, o que fez a gestão ir às compras e adquirir novos apartamentos em 2016 e 2019, visando valorização e recuperação futura.
A carteira do Maxinvest começou julho deste ano operando 489 unidades hoteleiras em 22 hotéis. A administradora pelo qual o fundo tem mais quartos investidos é a Accor – conhecido no Brasil pelas marcas Ibis, Novotel, Sofitel, Mercury e Grand Mercury.
Último fato relevante reportado ao mercado e aos mais de 28 mil cotistas aponta que foram investidos R$ 20 milhões para aquisição indireta de 50 unidades hoteleiras integrantes do empreendimento Ibis Congonhas.
Os 10 FIIs mais rentáveis em 12 meses
Veja abaixo os 10 fundos imobiliários da carteira do IFIX com o maior retorno de cotas e reinvestimento dos proventos:
Fundo Imobiliário | Retorno em 12 meses (%) |
HTMX11 | 52,88 |
RBVA11 | 29,83 |
BRCO11 | 22,73 |
CACR11 | 21,66 |
MXRF11 | 20,51 |
CYCR11 | 20,46 |
HGBS11 | 19,34 |
PVBI11 | 19,28 |
JSAF11 | 19,1 |
TEPP11 | 18,91 |
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