Finanças

Ibovespa cai mais de 2% e fecha a 101 mil pontos; dólar ultrapassa R$ 5,70

O principal índice da bolsa brasileira terminou em queda acentuada após divulgação da ata da reunião do Fed.

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O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, operou e encerrou o pregão em queda nesta quarta-feira (5), após duas baixas nos primeiros pregões do ano. O recuo do índice ganhou força logo após a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos. Já o dólar, que operava em queda, passou a subir e encerrou em alta.

No dia, o indicador recuou 2,42%, aos 101.005 pontos. Já o dólar subiu 0,47%, negociado a R$ 5,7161.

Ata do Fed

Autoridades do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) disseram no mês passado que o mercado de trabalho estava “muito apertado” e que pode ser preciso que o banco central dos EUA não apenas aumente as taxas de juros antes do esperado, mas também reduza sua carteira geral de ativos para conter a alta inflação, mostrou a ata da reunião de política monetária de 14 a 15 dezembro, divulgada nesta quarta-feira.

Juros mais altos nos Estados Unidos devem motivar uma tendência de alta do dólar, já que a procura pela moeda deve aumentar se o mercado norte-americano ficar mais atraente para os investidores.

Em dezembro, o Fed sinalizou que sua meta de inflação foi cumprida e disse que encerrará em março compras de títulos adotadas durante a pandemia, pavimentando o caminho para três aumentos de 0,25 ponto percentual nas taxas de juros até o fim de 2022.

Segundo Andrey Nousi, CFA e CEO da Nousi Finance, embora os membros do Fed não vissem a variante ômicron como um risco forte para a economia de imediato em dezembro, seria necessário ver seu impacto mais adiante, já que há novas variantes podem atrapalhar a recuperação econômica.

Nousi aponta também que os problemas na cadeia logística devem se estender ainda esse ano, o que poderia trazer mais pressões inflacionárias.

“Diante disso tudo, a mensagem é bastante hawkish (com viés de alta de juros) removendo o Fed como o grande comprador do mercado mais rapidamente do que o esperado. E, assim, deixando o mercado andar com suas próprias pernas”, avalia Nousi.

Cenário interno

No Brasil, agentes do mercado monitoram a manutenção de incertezas fiscais, diante de pressão de servidores por reajustes salariais e após governo federal prorrogar desoneração da folha de pagamentos para alguns setores sem impor compensações.

A mobilização de funcionários públicos de várias categorias “é um problema para o governo, que tem pouca flexibilidade (para negociações), pouco jogo de cintura”, disse Bruno Mori, economista e planejador financeiro pela Planejar, à agência Reuters. “Isso pode gerar pressão de gastos adicional, e, para fechar essa conta, dependerá muito da arrecadação, que pode não aumentar muito em ano de crescimento econômico baixo.”

Destaques da B3

Entre as piores quedas estão os papéis da PetroRio (PRIO3) e da Locaweb (LWSA3), que fecharam com baixa de 12,78% e 10,76%, negociadas em R$ 10,37 e R$ 18,48, respectivamente.

Por outro lado, a BRF (BRFS3) fechou com alta de 1,25%, após elevação de recomendação pelo Credit Suisse, e encerro negociada em R$ 22,7, seguida pela Vale (VALE3), com alta de 0,95%, negociada em R$ 77,81.

Na tarde, as ações de Ecorodovias (ECOR3) também performaram entre as principais altas devido à elevação de recomendação pelo Credit Suisse, no entanto, elas viraram e fecharam em queda de 1%.

  • Confira outros destaques da bolsa, assista ao Boletim InvestNews:

Bolsas mundiais

Wall Street

As ações nos Estados Unidos terminaram em queda acentuada nesta quarta-feira, depois de a ata da reunião de dezembro do banco central norte-americano sinalizar risco de aumento das taxas de juros mais cedo do que o esperado.

Os índices S&P 500 e Nasdaq rapidamente ampliaram suas quedas após a divulgação da ata, que investidores consideraram mais “hawkish” (dura com a inflação) do que o temido. O índice Dow Jones, que havia batido uma máxima recorde mais cedo no dia, reverteu o curso e também fechou em baixa.

De acordo com dados preliminares, o S&P 500 perdeu 1,94%, aos 4.700,49 pontos, enquanto o Nasdaq Composite cedeu 3,36%, para 15.097,83 pontos. O Dow Jones caiu 1,05%, para 36.412,18 pontos.

Europa

Ganhos nos papéis de montadoras levaram as ações europeias a nova máxima recorde nesta quarta-feira, mesmo com o rali de Ano Novo parecendo ter perdido força devido às preocupações com a covid-19 e uma desaceleração do crescimento econômico.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,16%, a 7.516,87 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,74%, a 16.271,75 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,81%, a 7.376,37 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,74%, a 28.162,67 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,06%, a 8.790,80 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,31%, a 5.652,68 pontos.

Ásia e Pacífico

As ações chinesas recuaram nesta quarta-feira diante da fraqueza dos papéis de tecnologia, com o regulador do mercado no país aplicando novas multas a vários nomes importantes de alta tecnologia.

Na quarta-feira o regulador do mercado chinês anunciou multas contra Alibaba, Tencent Holdings Ltd e Bilibili Inc por não terem dado corretamente uma série de acordos.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,10%, a 29.332 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,64%, a 22.907 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 1,02%, a 3,595 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias associadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 1,01%, a 4.868 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 1,18%, a 2.953 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,14%, a 18.499 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,56%, a 3.163 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S & P / ASX 200 recuou 0,32%, a 7.565 pontos.

(* Com informações da Reuters)

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