O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira (5), tendo Petrobras (PETR3, PETR4) entre os maiores ganhos após a Opep+ aprovar um corte profundo na produção de petróleo, enquanto o segundo turno da eleição presidencial no Brasil permanece no radar. O dólar subiu sustentado por uma disparada da moeda norte-americana no exterior em meio a temores de aperto monetário agressivo nas principais economias.
No dia, o Ibovespa avançou 0,83%, aos 117.197 pontos. Já o dólar avançou 0,32%, negociado a R$ 5,1840.
- Cotação do Ibovespa hoje
- Cotação do dólar hoje
- Cotação de criptomoedas hoje
Cenário externo
Na visão da equipe da Guide Investimentos, “após dois dias de recuperação, o ambiente macro desafiador parece voltar a pesar sobre a confiança, com investidores exercendo uma maior cautela frente à manutenção de uma postura dura dos principais bancos centrais”, conforme nota a clientes, em referência ao rumo das taxas de juros em outros países.
A Opep+ também ocupa os holofotes no exterior, em mais uma sessão de alta do petróleo do tipo Brent. De acordo com três fontes do cartel à Reuters, os principais ministros da organização concordaram com cortes na produção de petróleo de 2 milhões de barris por dia.
Economia dos EUA
O início da semana foi marcado por apetite por risco no mundo inteiro, depois que dados norte-americanos de emprego e indústria sugeriram que a economia dos Estados Unidos estaria perdendo fôlego. Isso levantou esperanças de que o Federal Reserve (Fed) poderia moderar seu ritmo de alta de juros de forma a poupar o crescimento, expectativa que foi alimentada na véspera pela decisão do banco central da Austrália de subir sua taxa de juros em dose menor do que o esperado.
“A impressão de um pretenso topo dos juros americanos criou até ontem a falsa sensação de que o caminho para um maior apetite de prêmio de maior risco estava aberto, o que não se alinha com a realidade dos indicadores econômicos”, avaliou em nota Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.
“O problema é que, assim como na Europa, a inflação nos EUA continua presente, especialmente nos núcleos e sem sinais claros de alívio, portanto há pouco que Fed possa fazer, a não ser persistir com a normalização dos juros.”
Colaborando para a perspectiva de resiliência do mercado de trabalho e, consequentemente, da inflação, dados desta quarta-feira mostraram que foram criados mais postos de trabalho do que o esperado no setor privado dos EUA no mês passado.
Cenário interno
No Brasil, a pauta macroeconômica mostrou que a indústria brasileira voltou a registrar queda em agosto, embora em linha com o esperado, com produção industrial marcando em agosto contração de 0,6%, – o resultado mais fraco para o mês desde 2018.
Da cena política, as campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro seguem se movimentando em busca de apoios, enquanto o mercado busca sinalizações, principalmente de Lula, que venceu o primeiro turno, sobre suas políticas econômicas.
Para economistas do Goldman Sachs, o mercado também busca sinais, em particular do petista, para cargos relevantes como o de ministro da Fazenda, além de um contorno mais preciso para as principais propostas ainda vagamente formuladas, como reforma tributária e a âncora fiscal para substituir o teto dos gastos.
Bolsas Mundiais
Wall Street
As ações de Wall Street fecharam em baixa nesta quarta-feira, após não sustentarem um salto perto do final do pregão, depois de dados mostrarem que a demanda por mão de obra dos Estados Unidos permaneceu forte e que as autoridades do Federal Reserve mantiveram sua mensagem “hawkish” (agressiva contra a inflação) de que a taxa de juros permanecerá mais alta por mais tempo.
De acordo com dados preliminares, o S&P 500 perdeu 0,20%, para 3.783,65 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,27%, para 11.145,81 pontos. O Dow Jones caiu 0,14%, para 30.258,08 pontos.
Europa
As ações europeias caíram nesta quarta-feira e interromperam um rali de três dias, conforme investidores moderaram as expectativas sobre os bancos centrais reduzirem sua postura agressiva na alta de juros contra a inflação, com uma queda na atividade empresarial na região alimentando temores em torno das perspectivas de uma desaceleração econômica.
“(Hoje) é uma percepção de que ainda é muito cedo para concluir que a mudança está chegando”, disse Azad Zangana, economista sênior e estrategista europeu da Schroders.
“Acho que a Europa está entrando em uma recessão bastante acentuada”, disse Patrick Armstrong, diretor de investimentos da Plurimi Wealth. “Você tem um consumidor que está sendo pressionado por contas de serviços públicos e preços da gasolina… A (atividade) industrial vai desacelerar muito à medida que os preços da eletricidade sobem.”
Quase todos os índices setoriais do STOXX 600 perderam, com ações imobiliárias e de varejistas na lanterna. Os papéis de telecomunicações e bancos cederam 2,2% e 2,1%, respectivamente.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,48%, a 7.052,62 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 1,21%, a 12.517,18 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,90%, a 5.985,46 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 1,52%, a 21.360,72 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 1,52%, a 7.579,90 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 1,49%, a 5.444,09 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações asiáticas subiram nesta quarta-feira com os investidores mais esperançosos de que os futuros aumentos das taxas de juros globais podem ser menos agressivos em meio a sinais iniciais de que o aperto da política monetária está trabalhando para amenizar as pressões sobre os preços em algumas das principais economias mundiais.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,48%, a 27.120 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 5,90%, a 18.087 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC permaneceu fechado.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, não teve operações.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,26%, a 2.215 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 1,66%, a 13.801 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,46%, a 3.153 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 1,74%, a 6.815 pontos.
*Com informações da Reuters
Veja também
- Na contramão dos EUA, Ibovespa recua após vitória do Trump
- A bolsa tinha tudo para decolar em 2024, mas a Selic estragou a festa
- Embraer sobe 715% em 4 anos, quase tanto quanto a Nvidia. Entenda as razões
- Ibovespa recua 1,27%, a 125,8 mil pontos; dólar cai 0,44%
- Dólar fecha a R$5,736, alta de 1,43%; Ibovespa cai 0,2%