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Finanças

Ibovespa fecha em queda de mais de 2%, com PEC da Transição e China; dólar sobe

Sessão teve a liquidez novamente afetada, em razão do jogo do Brasil na Copa do Mundo.

O Ibovespa encerrou em baixa nesta segunda-feira (5), em meio a ajustes após uma semana positiva, enquanto agentes financeiros continuaram monitorando as negociações relacionadas à PEC da Transição e a flexibilização na China das restrições para o combate doméstico à covid-19. O dólar subiu frente ao real.

No dia, o Ibovespa recuou 2,25%, aos 109.401 pontos. O dólar avançou 1,28%, negociado a R$ 5,2821.

A sessão teve a liquidez novamente afetada na segunda etapa do dia, em razão de jogo do Brasil na Copa do Mundo.

Cenário interno

Em Brasília, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), colocou a PEC da Transição na pauta da próxima quarta-feira do plenário da Casa, apesar de a proposta ainda estar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Investidores estão atentos sobre o desfecho das negociações em torno do valor e do prazo de exceção ao teto de gastos.

A PEC original protocolada no Congresso cria uma exceção de até R$ 198 bilhões para gastos fora do teto em 2023. Pelo texto, a medida teria validade por quatro anos.

“As atenções seguem voltadas para os próximos passos do futuro governo, especialmente no que diz respeito à formação da equipe econômica e ao quadro fiscal para 2023”, afirmou a equipe de pesquisa macroeconômica do Itaú Unibanco.

No caso da equipe, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva ainda não anunciou membros da equipe econômica, mas tem crescido no mercado a aposta de que a pasta da Fazenda será comanda pelo ex-ministro Fernando Haddad.

Lula afirmou na sexta-feira que só deve anunciar os nomes de seu ministério após a diplomação presidencial em 12 de dezembro, e disse que o nome escolhido para comandar o Ministério da Fazenda terá a cara de seu primeiro mandato.

Cenário externo

Mais cidades chinesas, incluindo Urumqi, no extremo oeste do país, anunciaram uma flexibilização das medidas de restrição ao coronavírus no domingo (4), enquanto a China tenta tornar sua política de covid zero mais direcionada e menos onerosa após uma onda de protestos sem precedentes contra as restrições no último fim de semana.

Urumqi, a capital da região de Xinjiang e onde os primeiros protestos eclodiram, reabrirá shoppings, mercados, restaurantes e outros estabelecimentos a partir desta segunda-feira (5), disseram as autoridades, encerrando meses de lockdowns rígidos.

Não havia sinal de qualquer agitação significativa neste fim de semana, embora a polícia estivesse presente na área de Liangmaqiao, em Pequim, e em Xangai, pela estrada Wulumuqi, cujo nome é a derivação de Urumqi em mandarim. Ambos os locais foram palco de protestos há uma semana.

Bolsas mundiais

Wall Street

Os principais índices de Wall Street caíam nesta segunda-feira, depois que a atividade do setor de serviços melhor do que o esperado alimentou temores de que o Federal Reserve dos Estados Unidos possa manter sua trajetória de alta agressiva dos juros, mesmo em meio a expectativa de uma possível recessão no ano que vem.

Os dados mostraram que a atividade da indústria de serviços dos EUA acelerou inesperadamente em novembro, com recuperação do emprego, oferecendo mais evidências do impulso subjacente da economia.

Os dados vêm na esteira de uma pesquisa da semana passada que mostrou um crescimento de empregos e salários mais forte do que o esperado em novembro, desafiando as esperanças de que o Fed possa desacelerar o ritmo e a intensidade de seus aumentos de juros em meio aos recentes sinais de queda da inflação.

Os investidores veem uma chance de 89% de que o banco central dos EUA aumente as taxas de juros em 50 pontos-base na próxima semana, com o pico das taxas em maio de 2023.

O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que define as taxas, se reúne nos dias 13 e 14 de dezembro, a última reunião de um ano que viu o banco central tentar deter uma inflação nos maiores patamares em décadas com aumentos recordes nos juros.

Por volta de 13h20 (de Brasília), o índice Dow Jones recuava 0,76%, a 34.168,81 pontos. O S&P 500 cedia 1,09%, a 4.027,41 pontos, enquanto o Nasdaq caía 0,83%, a 11.366,24 pontos.

Todos os principais índices de Wall Street registraram uma segunda semana consecutiva de ganhos na semana passada, com o S&P 500 subindo 1,13%, o Dow ganhando 0,24% e o Nasdaq avançando 2,1%.

Europa

As ações europeias caíram nesta segunda-feira depois que dados mostrando um declínio na atividade empresarial da zona do euro alimentaram temores de recessão, enquanto as esperanças de flexibilização das restrições rígidas da covid-19 na China impulsionaram mineradoras e outras ações expostas à segunda maior economia do mundo.

O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,41%, a 441,47 pontos.

O índice registrou ganhos pela sétima semana consecutiva na sexta-feira, ajudado pelo otimismo liderado pela China e um alívio nas preocupações com os aumentos agressivos da taxa de juros.

Dados divulgados nesta segunda-feira mostraram que a atividade empresarial da zona do euro caiu pelo quinto mês em novembro, um indicação de que a economia da região está entrando em uma leve recessão.

O membro do conselho do Banco Central Europeu Gabriel Makhlouf disse que o BCE provavelmente elevará a taxa de juros em 0,50 ponto percentual na próxima semana, a caminho de potencialmente ultrapassar uma taxa de depósito de 3% em meio a preocupações inflacionárias contínuas.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,15%, a 7.567,54 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,56%, a 14.447,61 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,67%, a 6.696,96 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,30%, a 24.547,84 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 ficou estável, a 8.370,10 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,15%, a 5.865,47 pontos.

Ásia e Pacífico

Telão em corretora de Tóquio com informações do mercado financeiro 22/09/2022. REUTERS/Kim Kyung-Hoon

 As ações da China saltaram e o iuan superou o valor de 7 por dólar nesta segunda-feira, ambos atingindo seus níveis mais fortes desde setembro, com os investidores saudando a flexibilização na China das restrições para o combate doméstico à Covid-19.

O clima otimista também levou o iuan chinês, a superar 7 por dólar nos mercados onshore e offshore, com o iuan onshore terminando a sessão doméstica em 6,9561 por dólar, nível mais alto desde 13 de setembro.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,15%, a 27.820 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 4,51%, a 19.518 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 1,76%, a 3.211 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 1,96%, a 3.946 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,62%, a 2.419 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,07%, a 14.980 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,26%, a 3.267 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,33%, a 7.325 pontos.

*Com informações da Reuters.

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