Ibovespa acumula alta de 0,83% na semana e dólar fica em R$ 5,23 após payroll

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou em alta nesta sexta-feira (6), enquanto o dólar subiu, com agentes analisando números sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos após a divulgação do payroll, enquanto permanecem preocupações sobre o quadro fiscal e político do Brasil.

O Ibovespa avançou 0,97%, aos 122.810 pontos, após atingir 123.287 pontos na máxima do dia. Na semana, a variação positiva é de 0,83%.Veja a cotação do Ibovespa hoje. Já o dólar avançou 0,42%, negociado a R$ 5,2355, com a máxima em R$ 5,2750. A moeda fechou a semana com alta de 0,50% e no ano a subida chega 0,93%.

Olho no payroll

Foram criados 943 mil postos de trabalho fora do setor agrícola dos EUA no mês passado, após 938 mil em junho, informou o Departamento do Trabalho em seu relatório de empregos nesta sexta-feira. A leitura refletiu demanda por trabalhadores no setor de serviços, sugerindo que a economia manteve seu forte impulso no início do segundo semestre.

“A criação de vagas veio mais forte do que o esperado, a taxa de desemprego caiu (…) e os ganhos médios salariais subiram”, comentou Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos. Segundo ele, todos esses fatores – que apontam para uma economia aquecida – elevam as apostas de que o Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, anunciará redução de seu estímulo à economia já em 2021. Em outras palavras, os dados do payroll elevaram as expectativas por um aumento nos juros dos EUA.

“Acho que (as autoridades do Fed) vão fazer o máximo para separar o ‘tapering’ (redução das compras de títulos) da alta de juros, para não dar uma sensação mais ‘hawkish’ (favorável a alta de juros) para o resto do mundo”, opinou Cruz, ressaltando que a taxa básica de juros norte-americana é importante referência para precificação de ativos em todo o mundo.

Embora a redução da compra de títulos nos Estados Unidos não signifique, necessariamente, um aumento de juros, ela é vista como precursora de custos de empréstimos mais altos no país, o que, por sua vez, tende a fortalecer a moeda norte-americana.

Cenário interno no foco

No Brasil, a política monetária também estava no radar dos investidores, após o Banco Central elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual em encontro que se encerrou na quarta-feira.

“Com a alta de juros, o que se espera a partir daí é o ingresso de mais recursos estrangeiros para aplicação em renda fixa no Brasil. Com a maior oferta de dólares no mercado doméstico, a expectativa é de que a moeda norte-americana caia”, explicou à Reuters Bruno Mori, da Planejar (Associação Brasileira de Planejadores Financeiros).

No entanto, disse ele, os riscos fiscais e políticos têm atrapalhado o desempenho da moeda brasileira nos últimos dias, principalmente em meio a dúvidas sobre a capacidade do governo de pagar precatórios com vencimento em 2022.

Questionado sobre as perspectivas de alívio no cenário fiscal, Mori disse que a situação “depende muito de o governo conseguir criar receita”, e afirmou também que a aproximação das eleições presidenciais de 2022 tende a trazer ruídos.

Destaques

Quem avançou forte foram as ação da Marisa Lojas (AMAR3), após anúncio de uma possível combinação de negócios com a Americanas (AMER3). Entre as companhias que divulgaram seus resultados financeiros, a gestora de shoppings e empreendimentos imobiliários de alto padrão JHSF (JHSF3) encerrou em alta, assim como Eneva (ENEV3).Veja os destaques da bolsa de valores hoje.

Bolsas Mundiais

Wall Street

O S&P 500 e o Dow Jones atingiram máximas recordes nesta sexta-feira, uma vez que ações dos setores ligados à economia saltavam após criação sólida de empregos nos Estados Unidos em julho, ajudando a aliviar temores sobre o impacto da variante delta do coronavírus na recuperação econômica.

• O índice Dow Jones subiu 0,41%, a 35.208 pontos
• S&P 500 ganhou 0,17%, a 4.436 pontos
• O índice de tecnologia Nasdaq, por sua vez, recuou 0,40%, a 14.835 pontos

Europa

As ações europeias fecharam em máxima recorde nesta sexta-feira, marcando sua melhor semana desde meados de março, com fortes balanços corporativos e esperança de uma recuperação econômica mais ampla levando a compras em setores cíclicos.

• Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,04%, a 7.122,95 pontos.
• Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,11%, a 15.761,45 pontos.
• Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,53%, a 6.816,96 pontos.
• Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 1,30%, a 26.000,28 pontos.
• Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,48%, a 8.879,00 pontos.
• Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,05%, a 5.134,38 pontos.

Ásia e Pacífico

As ações chinesas fecharam em baixa nesta sexta-feira por preocupações com o contínuo aumento de novos casos de Covid-19 e aperto das regulações pelo governo, embora tenham registrado o maior ganho semanal em seis semanas.

• Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,33%, a 27.820 pontos.
• Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,10%, a 26.179 pontos.
• Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,24%, a 3.458 pontos.
• O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,55%, a 4.921 pontos.
• Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,18%, a 3.270 pontos.
• Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,44%, a 17.526 pontos.
• Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,07%, a 3.177 pontos.
• Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,36%, a 7.538 pontos.

( * Com informações da Reuters)

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