Finanças

Ibovespa fecha em queda e encerra semana com recuo de 1,04%; dólar sobe

No Brasil, mercado monitorou falas do ministro Fernando Haddad; no exterior, prevaleceu receio de recessão nos EUA.

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O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, encerrou o pregão desta quinta-feira (6) em queda, em meio à volatilidade elevada antes do feriado da Sexta-Feira Santa. O dia foi marcado pela repercussão de dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos e falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O dólar avançou.

No dia, o Ibovespa fechou em queda de 0,15%, aos 100.822 pontos. Já na semana, o indicador recuou 1,04%. O dólar, por sua vez, fechou a quinta-feira em alta de 0,17%, negociado aos R$ 5,0576. No acumulado da semana, a moeda norte-americana recuou 0,23%.

Falas de Haddad

No Brasil, investidores seguiram atentos a possíveis anúncios sobre medidas para aumentar as receitas do governo.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira que a queda da taxa de juros será consequência do novo arcabouço fiscal anunciado na semana passada e da reforma tributária que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer aprovar no Congresso Nacional. A declaração foi feita em entrevista à BandNews TV.

Haddad afirmou ainda que está havendo uma “convergência” entre as políticas fiscal e monetária, e chamou a atenção para elogios do Banco Central aos planos do governo em relação às contas públicas. Na véspera, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que o que foi anunciado até o momento sobre o arcabouço fiscal ameniza preocupações com uma trajetória mais explosiva da dívida pública.

Na entrevista, o Haddad voltou a dizer que a intenção do governo com a reforma tributária é recompor a capacidade de investimento do país e afirmou que aqueles que não pagam imposto têm que arcar com a conta do ajuste fiscal do Brasil.

Dados dos EUA

O mercado repercutiu ainda a notícia de que o número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego caiu na semana passada, mas o quadro do mercado de trabalho não está claro após revisões de dados anteriores depois que o governo atualizou o modelo que usa para ajustar a série para flutuações sazonais.

Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 18.000 na semana encerrada em 1º de abril, para 228.000 em dado com ajuste sazonal, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta. Economistas consultados pela Reuters previam 200.000 reivindicações para a última semana.

Especialistas consideraram as distorções relacionadas à pandemia em fatores sazonais, o modelo que o governo usa para eliminar as flutuações sazonais dos dados, como um dos vários fatores que mantêm as reivindicações baixas, apesar das demissões em massa no setor de tecnologia e em alguns setores sensíveis às taxas de juros.

Em geral, os empregadores relutam em dispensar trabalhadores depois de passarem por dificuldades para encontrar mão de obra após a pandemia de covid-19.

O mercado de trabalho deve afrouxar no segundo trimestre, à medida que as empresas respondem mais à desaceleração da demanda desencadeada pelos aumentos da taxa de juros do Federal Reserve (Fed).

As condições de crédito também se tornaram mais rígidas após a recente falência de dois bancos regionais, o que pode dificultar o acesso de pequenas empresas e famílias a financiamento.

Na sexta-feira, está prevista a publicação do payroll, relatório de emprego com o importante dado de abertura de vagas fora do setor agrícola.

“Esses números são importantes porque, quanto mais forte o mercado de trabalho nos EUA, mais altos os juros que a autoridade monetária tende a propor com o fim de controlar a inflação. Na conjuntura atual, dados que indicam força no mercado de trabalho geralmente causam alta na expectativa de inflação e juros e queda no mercado de bolsas de valores”, diz Celso Pereira, diretor de investimentos da Nomad.

Destaques da bolsa

Vale

Principal peso do Ibovespa, a ação VALE3 fechou com leve recuo de 0,18%, a R$ 76,75, com a queda do minério de ferro na Ásia após dados de demanda por aço mais fracos do que o esperado.

O contrato futuro da commodity para setembro em Dalian encerrou as negociações do dia com perda de 1%, em uma mínima de duas semanas de 793 iuanes (US$ 115,35) a tonelada.

Gol

A ação da Gol (GOLL4) fechou em queda de 0,33%, a R$ 6,06. A empresa informou que registrou alta de 17,2% na demanda por seus voos em março frente a igual período de 2022, enquanto a oferta subiu 13,3%.

A taxa de ocupação total dos aviões da Gol no mês ficou em 82,3%, contra 79,5% no mesmo período do ano anterior, segundo comunicado da Gol.

Bolsas mundiais

Wall Street

Placa em frente à Bolsa de Valores de Nova York sinaliza Wall Street REUTERS/Mike Segar

Os principais índices dos Estados Unidos fecharam em alta nesta quinta-feira, ajudados por uma alta nas ações da Alphabet, enquanto investidores, preocupados com uma desaceleração da economia, aguardavam novos dados de empregos a serem divulgados na sexta.

O índice S&P 500 fechou em alta de 0,36%, a 4.105,02 pontos. O Dow Jones teve variação positiva de 0,01%, a 33.485,29 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite avançou 0,76%, a 12.087,96 pontos.

Na semana, o S&P 500 caiu 0,1%, o Dow Jones subiu 0,6% e o Nasdaq perdeu 1,1%.

Europa

As ações europeias subiram nesta quinta-feira, com as ações imobiliárias e de viagens ajudando a superar as preocupações com a desaceleração econômica dos Estados Unidos.

Depois de um forte início de ano, as ações europeias permaneceram sob pressão de venda desde o mês passado, já que a recente turbulência bancária manteve o sentimento de risco frágil, com investidores preocupados com dados econômicos mistos e uma recessão iminente.

Os mercados ainda esperam que o Banco Central Europeu (BCE) continue a aumentar os juros na próxima reunião de política monetária.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 1,03%, a 7.741,56 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,50%, a 15.597,89 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,12%, a 7.324,75 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 1,29%, a 27.213,86 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,62%, a 9.312,30 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,60%, a 6.118,32 pontos.

Ásia

As ações da China fecharam praticamente inalteradas nesta quinta-feira, com os investidores avaliando novas evidências de recuperação econômica diante de crescentes tensões com os Estados Unidos, enquanto os fabricantes de chips continuaram subindo.

A atividade de serviços da China acelerou em março no ritmo mais rápido em 2 anos e meio com novos pedidos e criação de empregos, além de uma recuperação pós-covid liderada pelo consumo, mostrou uma pesquisa do setor privado nesta quinta-feira.

Mas o otimismo foi neutralizado depois que o presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Kevin McCarthy, recebeu o presidente taiwanês Tsai Ing-wen na Califórnia na quarta-feira e enfatizou a necessidade de acelerar as entregas de armas a Taiwan diante do aumento ameaças da China.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,22%, a 27.472 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,28%, a 20.331 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC ficou estável, a 3.312 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,16%, a 4.096 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 1,44%, a 2.459 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,36%, a 15.810 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,55%, a 3.300 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,25%, a 7.219 pontos.

(*Com informações da Reuters.)

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