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Finanças

Ibovespa afunda 3,78% e fecha aos 113 mil pontos, menor patamar desde março

Dólar disparou quase 3%; mercado reagiu mal aos desdobramentos políticos das manifestações de 7 de Setembro.

imagem ilustrativa ibovespa b3

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou em forte queda nesta quarta-feira (08), enquanto o dólar disparou, adotando um viés negativo no retorno do feriado, com agentes repercutindo os potenciais desdobramentos de manifestações no país na véspera e ajustando posições ao comportamento de Wall Street na terça-feira (7), quando não houve pregão no Brasil.

O Ibovespa fechou em queda de 3,78%, aos 113.413 pontos, menor nível desde o dia 24 de março. Na mínima do dia, chegou a 113.325 pontos. Foi a maior queda diária desde o pregão do dia 8 de março de 2021, quando o indicador afundou 3,98%.

O dólar subiu 2,93%, comercializado a R$ 5,3276, fechando na máxima do dia.

Cenário interno

O mercado reaiu mal aos protestos da véspera, no feriado do Dia da Independência, quando o presidente Jair Bolsonaro participou de atos em Brasília e São Paulo. Operadores elevaram a cautela após novos ataques de Bolsonaro aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta tarde que a Constituição brasileira jamais será rasgada e, ao fazer um apelo pela superação dos radicalismos, destacou que o único compromisso inquestionável que os brasileiros têm é com o voto nas urnas eletrônicas em outubro de 2022.

Lira mandou um recado para Bolsonaro ao dizer que não vai admitir questionamentos a questões superadas, como o caso do voto impresso. Sem falar em encaminhamento de pedidos de impeachment de Bolsonaro, Lira disse que a Câmara atuará como um elo na pacificação entre o Supremo Tribunal Federal e o governo.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), suspendeu as sessões deliberativas do plenário e das comissões na Casa previstas para esta quarta e para a quinta-feira, após os discursos da véspera do presidente.

Um possível impeachment de Bolsonaro já passou a ser discutido por diversos partidos que até o momento não fazem oposição sistemática ao governo, mas que condenaram os discursos de Bolsonaro no dia 7 de Setembro.

A retórica ainda mais dura de Bolsonaro está arrastando os ativos locais ao pior desempenho global. No mercado, as conversas são de que o patamar de risco de base agora é mais alto, com reformas “decentes” praticamente inviáveis, chance mais alta de a “bomba” dos precatórios explodir e a preservação do teto de gastos se tornando a única meta econômica crível do governo Bolsonaro.

O comportamento da moeda estrangeira refletiu avaliação de boa parte dos mercados de que o discurso inflamado de Bolsonaro colabora para o agravamento da tensão institucional no Brasil, o que pode repercutir negativamente sobre o desempenho econômico.

Prejudicando ainda mais o desempenho da moeda brasileira, o clima no exterior também foi cauteloso em meio a temores de desaceleração do crescimento econômico, enquanto os investidores monitoravam as perspectivas para o estímulo do Federal Reserve, do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco do Povo da China.

Destaques da bolsa

Em meio à forte queda do Ibovespa nesta quarta-feira (8), apenas 5 das 91 ações negociadas no principal índice da bolsa fecharam em alta. Os desdobramentos das manifestações do feriado de 7 de setembro repercutiram de forma negativa e contaminaram as ações da Petrobras e da Vale, cuja forte queda influenciou o índice para baixo.

Na contramão, Localiza e Unidas tiveram valorização em meio à recomendação positiva do Cade para a combinação dos negócios. Fora do Ibovespa, a Ambipar, que mais cedo registrava após anunciar sua 9ª aquisição na América do Norte, virou para queda. Saiba mais sobre os destaques da bolsa.

Bolsas Mundiais

Wall Street

Os principais índices de Wall Street abriram estáveis nesta quarta-feira diante de preocupações de que a disseminação da variante Delta do coronavírus possa desacelerar o crescimento econômico e com incertezas sobre a redução de estímulo pelo Fed.

O Dow Jones Industrial Average perdia 0,04% na abertura, a 35.087,45 pontos.

O S&P 500 recuava 0,04%, a 4.518,09 pontos, enquanto o Nasdaq Composite tinha variação negativa de 0,09%, a 15.360,35 pontos.

Europa

As ações europeias sofreram sua maior queda em três semanas nesta quarta, um dia antes de uma reunião do Banco Central Europeu (BCE) na qual diretores vão debater um corte em seu programa de estímulo da era pandêmica.

O índice pan-europeu STOXX 600 caiu 1,1%, com papéis de automóveis liderando as perdas ao recuarem 2,2%.

A fabricante finlandesa de pneus Nokian Tyres teve o pior desempenho no setor, com queda de 4,4%, em meio à decepção de investidores com as novas metas de margem da empresa.

Ações de companhias de serviços financeiros, petróleo e gás e bancos –todos setores sensíveis à economia– caíram cerca de 1,3%, já que investidores temem qualquer mudança no grande programa de estímulo do BCE devido ao recente aumento da inflação.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,75%, a 7.095,53 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 1,47%, a 15.610,28 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,85%, a 6.668,89 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,75%, a 25.876,89 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,63%, a 8.838,70 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 1,15%, a 5.363,45 pontos.

Ásia e Pacífico

As ações de blue-chips da China caíram nesta quarta-feira, com autoridades do banco central do país prometendo manter uma política monetária prudente, enquanto a mídia estatal disse que a política econômica de longo prazo do país permanece inalterada.

Autoridades do Banco do Povo da China disseram que a oferta e a demanda de liquidez permanecerão equilibradas nos próximos meses, e que a China vai manter uma política monetária prudente sem recorrer a estímulos abundantes.

Com base nessa mensagem, o Nomura reduziu a probabilidade de um corte de compulsório em setembro-outubro para 50%, de 70% anteriormente.

Enquanto isso, o estatal People’s Daily disse nesta quarta-feira que a política econômica de longo prazo da China permanece inalterada e os regulamentos sobre suas indústrias são para promover seu desenvolvimento saudável.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,89%, a 30.181 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,12%, a 26.320 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,04%, a 3.675 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,41%, a 4.972 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,77%, a 3.162 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,91%, a 17.270 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 1,27%, a 3.068 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,24%, a 7.512 pontos.

(Com informações da Reuters)

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