Finanças
Bolsa recua mais de 1% com cenário político no radar; dólar fecha a R$ 5,21
Lula deve anunciar novos ministros na sexta-feira (9) pela manhã.
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou em queda nesta quinta-feira (8), com o mercado de olho no anúncio de novos ministros no dia seguinte. Investidores também repercutiram a aprovação da PEC da Transição pelo Senado e da decisão do Conselho de Política Monetária (Copom) de manter a taxa de juros em 13,75% na véspera.
O Ibovespa recuou 1,67%, aos 107.249 pontos. Já o dólar subiu 0,22%, negociado a R$ 5,2160.
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Anúncio de ministros e transição
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva decidiu antecipar para sexta-feira (9) pela manhã o anúncio de alguns ministros de seu governo cujos nomes ele já definiu, informou a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, nesta quinta-feira (8).
O presidente eleito falará com a imprensa às 10h15. A diplomação de Lula será na segunda. A seleção brasileira joga às 12h contra a Croácia pelas quartas de final da Copa do Catar.
De acordo com fonte ouvida pela Reuters, os nomes que devem ser anunciados por Lula são aqueles dados já como certos: Fernando Haddad na Fazenda; Flávio Dino na Justiça e Segurança Pública; José Múcio Monteiro na Defesa; e Rui Costa na Casa Civil. Lula já teria conversado com os quatro, e almoçou com Haddad e Dino nesta quinta.
Encontro de Guedes e Haddad
O atual ministro da Economia, Paulo Guedes, disse pela manhã que conversou com a equipe de transição sobre a necessidade de aprimorar o teto de gastos. Mais cedo, Guedes se reuniu com o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, um dos nomes mais cotados para ser seu sucessor.
Haddad (PT) defendeu nesta manhã o conceito de neutralidade fiscal. “Ou seja, a despesa em proporção ao PIB de 2023 não pode ser menor que a despesa em proporção ao PIB de 2022, para que não chegue em dezembro do ano que vem com problemas de dezembro deste ano”, afirmou o ex-ministro da Educação após reunião com Guedes.
Haddad afirmou que a reunião tratou de um “plano geral de voo”. “Falamos sobre muitos assuntos importantes”, disse o ex-prefeito.
O Ministério da Economia será desmembrado em três: Fazenda, Planejamento e Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).
Copom e PEC
Segundo Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital, há algum desconforto de investidores com o cenário doméstico, depois que o Senado aprovou na quarta-feira (07) em dois turnos e por ampla margem de votos a PEC da Transição, que expande por dois anos o teto de gastos em R$ 145 bilhões para o pagamento do Bolsa Família de R$ 600.
O texto, que agora segue para a Câmara, foi reduzido em relação à proposta inicial do governo eleito, mas ainda embute um valor visto por participantes do mercado como exagerado e provavelmente danoso para a credibilidade fiscal do país.
Colaborava para o clima de cautela o alerta do Banco Central emitido em seu comunicado de política monetária na véspera, quando a autarquia disse que há elevada incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e ressaltou que acompanhará com atenção o quadro das contas públicas.
“O impacto da expansão de gastos propostos na PEC ainda em tramitação pode resultar em inflação mais persistente e acima da meta por mais tempo, impedindo o início do afrouxamento monetário nos próximos meses”, disse em relatório Rafaela Vitoria, economista-chefe do Banco Inter, em resposta à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom).
“A ausência de uma proposta de novo arcabouço fiscal deixa mais incerteza no cenário e pode desancorar as expectativas de inflação no médio e longo prazo. O BC deve seguir com cautela no atual cenário, e sua autonomia pode significar que a resposta para uma política fiscal mais expansionista implique em maior restrição monetária para contrabalancear.”
Em seu último encontro, o BC manteve a taxa Selic no atual patamar de 13,75%. Embora juros altos sejam vistos como possível fator de apoio para o real, também tendem a restringir o crescimento econômico do país, um fator que é levado em consideração para decisões de investimento de agentes estrangeiros, assim como o nível de ancoragem das expectativas de inflação.
Bolsas mundiais
Wall Street
Os principais índices de Wall Street abriram em alta nesta quinta-feira, após uma recente liquidação provocada por temores renovados de que aumentos agressivos dos juros pelo Federal Reserve possam levar a maior economia do mundo à recessão.
O Dow Jones Industrial Average subia 0,29%, para 33.695,97 pontos, logo após a abertura.
O S&P 500 tinha alta de 0,35%, a 3.947,79 pontos, enquanto o Nasdaq Composite avançava 0,48%, para 11.011,33 pontos.
Europa
As ações europeias caíram pela quinta sessão consecutiva nesta quinta-feira, pressionadas pela fraqueza de bancos e produtos básicos de consumo em meio a crescentes temores de uma recessão iminente.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,17%, a 435,47 pontos, com investidores nervosos antes de uma série de decisões de política monetária dos principais bancos centrais, como o Federal Reserve e o Banco Central Europeu, na próxima semana.
Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,23%, a 7.472,17 pontos.
Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,02%, a 14.264,56 pontos.
Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,20%, a 6.647,31 pontos.
Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,14%, a 24.207,42 pontos.
Em MADRI, o índice Ibex-35 fechou estável, a 8.225,20 pontos.
Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,93%, a 5.745,57 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações de Hong Kong saltaram nesta quinta-feira enquanto as ações da China apontaram fraqueza, depois que a emissora pública RTHK informou que o governo de Hong Kong pode afrouxar ainda mais suas restrições de combate à Covid-19.
O salto vem depois de alguns investidores terem realizado lucro na sessão anterior, após as mudanças mais radicais da China em seu regime de Covid zero desde que a pandemia começou há três anos.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,40%, a 27.574 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 3,38%, a 19.450 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,07%, a 3.197 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,02%, a 3.959 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,49%, a 2.371 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,53%, a 14.553 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,33%, a 3.236 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,75%, a 7.175 pontos.
*Com informações da Reuters.
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