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Finanças

Ibovespa fecha em queda de mais de 5% na semana; dólar dispara, de olho em EUA

Dados de inflação nos EUA aumentaram apostas de que o Fed poderá subir os juros com mais força.

Mulher faz compra em mercado nos EUA
Woman hoarding food during coronavirus pandemic

O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira (10), tanto para o pregão do dia quanto para o resultado acumulado semanal. Nesta sessão, o índice caiu pressionado por preocupações sobre os próximos passos do banco central norte-americano, enquanto Eletrobras (ELET3) recuou após precificar oferta de ações que privatiza a maior empresa de geração e transmissão de energia da América Latina. Ja o dólar fechou em alta, após chegar a passar de R$ 5 na máxima do dia.

No dia, o Ibovespa recuou 1,51%, aos 105.481 pontos, na semana, caiu em 5,06%. Nesta sessão, o dólar teve alta de 1,44%, para R$ 4,36, na semana, a moeda teve ganhos de 4,36%.

Índice de preços ao consumidor dos EUA

Cliente abastece carro em posto de gasolina da Califórnia, EUA 10/03/2022. REUTERS/Bing Guan

O índice de preços ao consumidor dos EUA saltou 1% em maio, puxado pelo avanço de alimentos e gasolina, após avanço de 0,3% em abril, disse o Departamento do Trabalho do país. Economistas consultados pela Reuters projetavam aumento mensal de 0,7%.

“Isso é um indicador bem ruim. Deixa na cara o quão descontrolada a inflação está e ainda deve permanecer nos Estados Unidos”, disse à Reuters Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital.

Número altíssimo. Padrão brasileiro… O grande risco para o mercado é exatamente esse: a inflação surpreender ainda mais negativamente e os BCs serem obrigados a acelerar a alta de juros”, vê o gestor Alexandre Póvoa, da Meta Asset Management. “Os mercados sofrerão enquanto esse processo de ajuste não ficar definido”, acrescentou em comentário a clientes.

De olho nos juros

Os dados que mostram a inflação em alta foram divulgados na sequência de outros números que mostram que o mercado de trabalho nos Estados Unidos continua forte. Com isso, aumentaram as apostas de que o Federal Reserve (Fed), banco central do país, poderá subir os juros com mais força para controlar a inflação, já que a economia mostra sinais de resiliência.

Juros mais altos nos EUA tendem a puxar o dólar para cima em relação a moedas com o real. Isso porque os títulos do governo norte-americano, considerados os investimentos mais seguros do mercado, tornam-se mais atraentes. Assim, investidores passam a buscar mais dólares, e esse aumento de demanda acaba elevando seu preço em relação a outras moedas.

Para o sócio e economista-chefe do Modal, Felipe Sichel, o resultado da inflação nos EUA “mostra um cenário complicado para a convergência da inflação”. Ele estima pelo menos mais três altas de 0,5 ponto nos juros dos EUA, seguidas de aumentos de 0,25 pontos.

Desde março, o Fed já elevou a taxa básica em 0,75 ponto percentual e a expectativa antes dos dados de inflação era de que ele promovesse pelo menos mais um aumento de 0,5 ponto na próxima semana e elevasse novamente em 0,5 ponto em julho.

Mais um fator de risco

Ao mesmo tempo, a perspectiva de alta de juros “deixa mais aflorado o sentimento de que a economia (dos EUA) pode entrar num cenário de recessão“, explicou Izac, já que taxas mais altas tendem a esfriar a demanda dos consumidores e, com isso, reduzir o crescimento da economia.

Perspectivas de dificuldade para a economia dos EUA tendem a azedar o apetite por risco dos investidores e levar a fugas de capital de ativos mais arriscados, como moedas de países emergentes – incluindo o real. Essa, portanto, seria mais uma pressão de alta para o dólar.

Bolsas mundiais

Wall Street

As ações dos Estados Unidos fecharam em forte queda nesta sexta-feira e registraram suas maiores perdas percentuais semanais desde janeiro.

De acordo com dados preliminares, o S&P 500 perdeu 2,91%, para 3.900,77 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 3,53%, para 11.339,16 pontos. O Dow Jones cedeu 2,73%, para 31.395,72 pontos.

Europa

As ações europeias caíram com força, atingindo os menores patamares em três semanas, também de olho na inflação dos EUA. O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 2,69%, a 422,71 pontos.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 2,12%, a 7.317,52 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 3,08%, a 13.761,83 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 2,69%, a 6.187,23 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 5,17%, a 22.547,48 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 3,68%, a 8.390,60 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 3,39%, a 6.087,96 pontos.

Ásia e Pacífico

As ações da China subiram nesta sexta-feira, terminando a semana mais forte em quase 16 meses devido ao aumento nas compras por investidores estrangeiros, enquanto as empresas de tecnologia em Hong Kong superaram a fraqueza do mercado acionário mais amplo por expectativas de alívio na pressão regulatória.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,49%, a 27.824 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,29%, a 21.806 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 1,42%, a 3.284 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 1,52%, a 4.238 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 1,13%, a 2.595 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,97%, a 16.460 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,87%, a 3.181 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 1,25%, a 6.932 pontos.

*Com informações da Reuters.

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