Finanças

Ibovespa fecha 6ª alta seguida, com commodities e aval externo; dólar cai

Dados do volume de vendas do comércio varejistas no país e da inflação ficaram no radar de investidores.

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O Ibovespa fechou alta nesta quarta-feira (11), a 6ª seguida, com um ambiente otimista no mercado externo e avanço de preços de commodities e dos mercados norte-americanos. No cenário interno, Brasília permaneceu no radar dos agentes financeiros e investidores também repercutiram os dados de vendas no varejo de novembro. O dólar, por sua vez, encerrou em queda.

No dia, o Ibovespa subiu 1,53%, aos 112.517 pontos. Já o dólar caiu 0,41%, a R$ 5,1807.

Indicadores no Brasil

Foi divulgado nesta quarta o volume de vendas do comércio varejista no país. Houve um recuo de 0,6% em novembro após três meses de alta, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a primeira vez que o varejo teve desempenho negativo desde julho de 2022 (-0,2%). No acumulado de janeiro a novembro, o varejo avançou 1,1% e, nos últimos 12 meses, 0,6%.

“O mercado esperava por dados melhores e, com a divulgação abaixo do esperado, é normal que haja um movimento de venda nos papeis do setor”, diz Elcio Cardozo, sócio da Matriz Capital.

Na véspera, foram divulgados os dados da inflação, que encerrou mais um ano acima da meta do Banco Central. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 5,79% em 2022, acima do teto de 5% da meta. Em carta ao governo divulgada na terça, o BC pontuou que continuará ajustando a Selic, taxa básica de juros, a fim de cumprir as metas, “embora não de forma integral, em virtude das diferenças temporais entre os impactos dos choques, de prazo mais curto, e os efeitos da política monetária, mais concentrados no médio prazo”.

“Nesse cenário, em 2023, a inflação ainda se mantém superior à meta, em virtude principalmente da hipótese do retorno da tributação federal sobre combustíveis nesse ano e dos efeitos inerciais da inflação de 2022″, ainda justificou o texto.

De olho em Brasília

Já sobre o ataque ocorrido no último domingo (8) aos 3 Poderes, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que autoridades federais e estaduais adotem medidas para impedir o bloqueio de vias e rodovias e a invasão de prédios públicos conforme convocação feita por redes sociais.

Estão previstos novos atos antidemocráticos para esta quarta por parte de apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro, que no domingo invadiram e depredaram o Palácio do Planalto e os prédios do Congresso Nacional e do STF.

Destaques

– A Petrobras (PETR4) avançou 0,79% favorecida pela alta do petróleo. No setor, 3R Petroleum (RRRP3) e PRIO (PRIO3) também subiram. Analistas do JPMorgan iniciaram a cobertura de ambas com recomendação ‘overweight’ e preços-alvo de R$ 100 e R$ 56, nesta ordem.

Raízen (RAIZ4) mostrou acréscimo de 6,87% e São Martinho (SMTO3) também subiu 5,86%, em meio a expectativas pelo fim da desoneração da gasolina. O jornal O Estado de S.Paulo publicou que o sinal verde para a volta da cobrança dos tributos federais a partir de março pode ser divulgado pelo Ministério da Fazenda nesta semana.

Minerva (BEEF3) valorizou 7,73%, após analistas do JPMorgan elevarem a recomendação das ações para ‘overweight’ citando que os preços da carne bovina de exportação do Brasil podem ter atingido o fundo do poço e devem se recuperar com a reabertura da China. Eles também cortaram para ‘neutra’ a recomendação de JBS, enquanto reiteraram ‘neutra’ para BRF e Marfrig. As três operam em queda.

TIM (TIMS3) recuou 1,43%. Analistas do Bradesco BBI cortaram a recomendação das ações da TIM para “neutra” e mantiveram Telefônica Brasil com classificação “neutra”, avaliando que o cenário de altas taxas de juros compromete os lucros. O preço-alvo de TIM foi reduzido de R$ 19 para R$ 12 reais, enquanto o da Telefônica Brasil, que opera sob a marca Vivo, passou de R$ 56 para R$ 41. As ações da Telefônica (VIVT3) cederam 0,83%.

Bolsas mundiais

Estados Unidos

As ações dos Estados Unidos fecharam com fortes ganhos nesta quarta-feira, lideradas por um salto da Nasdaq, com investidores estavam otimistas antes da divulgação de um relatório de inflação nos EUA que poderia dar ao Federal Reserve espaço para reduzir seus aumentos agressivos na taxa de juros.

Segundo dados preliminares, o S&P 500 ganhou 1,28%, a 3.969,50 pontos. O Nasdaq avançou 1,76%, para 10.931,70 pontos. O Dow Jones subiu 0,78%, para 33.967,34 pontos.

Europa

As ações europeias avançaram nesta quarta-feira, impulsionadas por expectativas de aumentos menos agressivos das taxas de juros, enquanto a seguradora Direct Line despencou após cancelar distribuição de dividendos anuais.

O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 0,38%, a 447,41 pontos, conforme participantes do mercado aguardavam os dados da inflação dos Estados Unidos previstos para quinta-feira em busca de pistas sobre a política de juros do Federal Reserve (Fed).

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,40%, a 7.724,98 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 1,17%, a 14.947,91 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,80%, a 6.924,19 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,72%, a 25.546,86 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,16%, a 8.726,30 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,28%, a 5.969,32 pontos.

Ásia e Pacífico

As ações de Hong Kong subiram para nova máxima de seis meses nesta quarta-feira em meio às expectativas de forte recuperação econômica da pandemia de covid-19. Mas as ações da China continental perderam impulso à tarde e fecharam em baixa, enquanto investidores procuravam novas pistas para uma direção após fortes ganhos.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 1,03%, a 26.446 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,49%, a 21.436 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,24%, a 3.161 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,19%, a 4.010 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,35%, a 2.359 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,35%, a 14.751 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,26%, a 3.271 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,90%, a 7.195 pontos.

*Com informações da Reuters.

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