Finanças
Ibovespa recua após IPCA maior que o esperado; dólar fecha em alta
Mercado também acompanhou as negociações entre Rússia e Ucrânia.
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou em queda nesta sexta-feira (11) e terminou a semana no vermelho, enquanto repercutiram dados de inflação no Brasil acima do esperado. Já o dólar fechou em alta, mudando de rumo após chegar a ficar abaixo de R$ 5 mais cedo.
No dia, o Ibovespa caiu 1,72%, aos 111.713 pontos, perdendo 2,41% na semana – o pior desempenho semanal em cerca de 4 meses. Já o dólar subiu 0,76%, comercializado a R$ 5,0540, mas na semana caiu 0,47% sobre o real.
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Mais cedo, uma declaração de Vladmir Putin, presidente da Rússia, trouxe algum alívio aos mercados globais de ações nesta sexta-feira ao elevar esperanças de uma potencial saída diplomática para a invasão da Ucrânia.
“Há certas mudanças positivas, dizem-me os negociadores do nosso lado”, disse Putin em uma reunião com o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, acrescentando que as conversações com os ucranianos continuam “praticamente todos os dias”.
“O Ibovespa até iniciou o dia em alta, com maior otimismo no exterior motivado pela fala de Vladmir Putin sobre desdobramentos positivos nas negociações com a Ucrânia. O movimento inicial, porém, já foi limitado pelas preocupações e reflexos da divulgação do IPCA de fevereiro, que mostrou aceleração dos preços e provocou alta na curva de juros”, disse Alexsandro Nishimura, economista, head de conteúdo e sócio da BRA.
- Saiba outros destaques, assista ao Boletim InvestNews:
Inflação
Na cena local, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, acelerou a 1,01% em fevereiro frente a janeiro, ante expectativa de alta de 0,95% em pesquisa da Reuters. Trata-se do nível mais elevado para o mês em sete anos.
O número vem após a elevação pela Petrobras dos preços do diesel e da gasolina, e na semana anterior à decisão do Banco Central (BC) sobre o rumo da taxa Selic. Em relatório publicado nesta sexta-feira, o JPMorgan disse que espera aumento em 1 ponto percentual nos juros, em linha com a expectativa majoritária precificada no mercado.
O Comitê de Política Monetária (Copom) indicou na ata de seu último encontro que deve desacelerar o ritmo de ajuste na Selic a partir de março, depois de promover três altas consecutivas de 1,5 ponto percentual desde outubro passado.
Mas, com ampla expectativa de que a inflação excederá com folga a meta oficial para este ano – de 3,5%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos -, várias instituições financeiras têm revisado para cima suas apostas para a taxa Selic no final de 2022, com algumas projeções superando os 13%.
Nesta sexta, investidores também digeriam a aprovação pela Câmara dos Deputados da proposta que altera a cobrança do ICMS sobre os combustíveis. Segundo alguns participantes do mercado, o texto – que vai agora à sanção do presidente Jair Bolsonaro – pode “comprar tempo” para o governo, que tem discutido outras formas de conter a alta dos preços em meio à disparada do petróleo no mercado internacional, como a adoção de subsídios, que algumas autoridades temem que pode abalar a confiança dos investidores na disciplina fiscal do Brasil.
A partir de segunda-feira, o Ibovespa passa a negociar das 10h às 17h (e não mais até 18h), por causa do fim do horário de verão nos Estados Unidos.
Wall Street
Os principais índices de ações dos Estados Unidos caíram nesta sexta-feira, com ações de tecnologia e crescimento liderando um amplo declínio e investidores preocupados com o conflito na Ucrânia, enquanto as atenções se voltam para a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed) na próxima semana.
O índice S&P 500 fechou em queda de 1,30%, a 4.204,31 pontos. O Dow Jones caiu 0,69%, a 32.944,19 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite recuou 2,18%, a 12.843,81 pontos.
O S&P 500 recuou 2,9% na semana e registrou seu segundo declínio semanal consecutivo. O índice Dow Jones perdeu pela quinta semana seguida.
Europa
As ações europeias marcaram seu maior ganho semanal neste ano, repercutindo declarações de Putin. O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 0,95%, a 431,17 pontos, pondo fim a uma sequência de três semanas de perdas. O índice obteve alta semanal de 4%.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,80%, a 7.155,64 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 1,38%, a 13.628,11 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,85%, a 6.260,25 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,68%, a 23.041,20 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,90%, a 8.142,10 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 1,51%, a 5.608,01 pontos.
Ásia e Pacífico
O índice Hang Seng de Hong Kong fechou no nível mais baixo em mais de cinco anos e meio nesta sexta-feira, mas reduziu perdas anteriores uma vez que aumentaram as esperanças de investidores de um acordo entre reguladores chineses e dos Estados Unidos sobre a supervisão de títulos.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 2,05%, a 25.162 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,61%, a 20.553 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,41%, a 3.309 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,32%, a 4.306 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,71%, a 2.661 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,97%, a 17.264 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,28%, a 3.249 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,94%, a 7.063 pontos.
* Com informações da Reuters.
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