Finanças

Ibovespa sobe, com disparada de Vale e Petrobras; dólar fecha em alta

Mercado repercutiu dados do IPCA do último mês e inflação nos Estados Unidos.

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O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, encerrou em alta nesta quarta-feira (11), puxado pela forte alta das ações de Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3PETR4). Já o dólar fechou em queda contra o real. O dia também foi marcado por expectativas de mais aumentos de juros no Brasil e nos Estados Unidos após a divulgação de dados de inflação acima do esperado nos dois países.

No dia, o Ibovespa avançou 1,25%, aos 104.396 pontos. Já o dólar subiu 0,20%, negociado a R$ 5,1441.

Inflação no Brasil

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 1,06% em abril, após alta de 1,62% no mês anterior, como informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. É a maior taxa em 26 anos. No ano, o indicador acumula avanço de 4,29% e, nos últimos 12 meses, de 12,13%.

O dado veio acima da expectativa do mercado. “O consenso do mercado era por volta de 1%”, comentou Marcelo Oliveira, CFA e fundador da Quantzed, apontando ainda que, após a divulgação dos dados, o dia ficou marcado pela “curva de juros subindo com o mercado percebendo que BC deve continuar com ciclo de alta (da taxa Selic) talvez com mais uma alta em julho, além de junho”.

“O IPCA de abril era um indicador que poderia segurar a queda do mercado e os juros futuros, mas acabou decepcionando, ficando um pouco acima das expectativas”, diz o economista e analista Fabio Louzada, da Eu Me Banco.

Inflação nos EUA

Inflação nos EUA: variação mensal. (Elaboração: Samy Dana)

O mercado também reagiu aos dados de inflação nos Estados Unidos bem acima do esperado, o que pode elevar o ritmo de aumento de juros no país pelo Federal Reserve (Fed). O índice de preços ao consumidor subiu 0,3% no mês passado, taxa mais baixa desde agosto passado, disse o Departamento do Trabalho dos EUA. Isso representou forte desaceleração em relação ao aumento de 1,2% registrado em março, que foi o maior desde setembro de 2005, mas ainda ficou acima da previsão de taxa de 0,2% em pesquisa da Reuters.

“Os dados ressaltam que a inflação e os preços crescentes provavelmente ainda não atingiram seu pico”, disse Greg Bassuk, executivo-chefe da AXS Investments em Port Chester, Nova York.

Segundo Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, a leitura de março do índice de preços ao consumidor dos EUA “reforça a parte do mercado que vai pedir uma aceleração para 0,75 (ponto percentual) no ritmo de alta de juros” do Fed, apesar das tentativas recentes do BC norte-americano de ancorar as expectativa num ajuste de 0,5 ponto, mesmo ritmo adotado em seu encontro de maio, que foi o mais forte em 22 anos.

Juros mais altos nos EUA tendem a tornar o mercado de renda fixa no país – considerado bem mais seguro que o de países emergentes, como o Brasil – mais atraente para investidores, o que beneficia o dólar. Nesta quarta-feira, os rendimentos do título soberano norte-americano de dez anos, referência para investimentos, subiam a mais de 3%, devolvendo perdas registradas antes dos dados de inflação dos EUA.

Bolsas mundiais

Wall Street

Os mercados de ações dos Estados Unidos caíam no pregão da tarde desta quarta-feira, puxados por queda de mais de 2% no Nasdaq, depois de dados de inflação nos EUA pouco aliviarem preocupações sobre as perspectivas para os preços e taxas de juros.

O relatório mensal do Departamento do Trabalho sugere que a inflação pode ter atingido o pico em abril, mas provavelmente permanecerá forte o suficiente para manter o Federal Reserve agressivo na política monetária para abrandar o ritmo de alta do custo de vida.

Às 16:14 (de Brasília), o índice S&P 500 perdia 0,97%, a 3.962,37 pontos, enquanto o Dow Jones caía 0,57%, a 31.976,70 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite recuava 2,77%, a 11.412,38 pontos.

Europa

As ações europeias fecharam com ganhos pela segunda sessão consecutiva nesta quarta-feira, com impulso de balanços fortes e um aumento em setores economicamente sensíveis depois que o inflação nos Estados Unidos desacelerou acentuadamente em abril.

O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 1,74%, a 427,59 pontos, e registrou seu maior ganho percentual diário desde o final de março. Mineradoras, montadoras e empresas de petróleo e gás subiram mais de 3% cada.

A recuperação do humor veio na esteira de uma forte liquidação nos mercados de ações globais neste mês em razão de temores de que um aperto monetário agressivo e lockdowns na China alimentarão uma desaceleração econômica, o que levou o STOXX 600 para uma mínima em dois meses na segunda-feira.

O índice cai 5% até agora neste mês.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 1,44%, a 7.347,66 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 2,17%, a 13.828,64 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 2,50%, a 6.269,73 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 2,84%, a 23.724,20 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 2,13%, a 8.312,60 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 1,21%, a 5.789,96 pontos.

Ásia e Pacífico

As ações da China fecharam em alta nesta quarta-feira, com os investidores reagindo a sinais de menos infecções pela Covid-19, enquanto a decisão do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de considerar a eliminação das tarifas da era Trump contra Pequim aumentou ainda mais o apetite por risco.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,18%, a 26.213 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,97%, a 19.824 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,75%, a 3.058 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 1,44%, a 3.976 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,17%, a 2.592 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,35%, a 16.006 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,25%, a 3.226 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,19%, a 7.064 pontos.

*Com informações da Reuters.

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