Finanças
Ibovespa tem alta com ajuda do setor financeiro; dólar fecha quase estável
Apesar de alta da bolsa brasileira, incertezas do cenário externo persistiram.
O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, subiu nesta quinta-feira (12), à medida que um avanço das ações do setor financeiro e de empresas ligadas ao consumo doméstico compensou queda de Vale (VALE3) e de ações de algumas siderúrgicas. O pregão foi marcado por cautela nos mercados internacionais diante de temores sobre desaceleração econômica global e por divulgações de balanços de empresas locais.
O mercado de câmbio teve mais um dia de instabilidade no Brasil, com o dólar oscilando entre ganhos e perdas, mas no fim da sessão a moeda acabou virando para leve queda
No dia, o Ibovespa avançou 1,24%, aos 105.687 pontos. Já o dólar caiu 0,09%, negociado a R$ 5,1395.
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Incertezas no cenário externo persistem
Apesar da alta da bolsa brasileira neste pregão, investidores seguiram bastante incertos sobre os rumos da inflação global e se a rápida alta dos preços nas principais economias pode desencadear altas de juros ainda mais abruptas, o que poderia causar fortes mudanças nas dinâmicas de fluxos de investimento e penalizar países emergentes como o Brasil, puxando assim uma tendência de queda do Ibovespa e alta do dólar sobre o real.
Os mercados emergentes correm o risco de sentir ainda o baque de uma recessão global pelas condições financeiras mais restritas.
“Em meio à perspectiva de elevação mais agressiva dos juros nos EUA e temores de uma forte desaceleração econômica na China, causada pela política zero-covid, os mercados internacionais vêm adotando um viés negativo, que acabou se intensificando no mês de maio”, explicaram em nota analistas da XP. “As bolsas globais vêm sofrendo em meio a esse sentimento de cautela”.
Nesta quinta-feira também foram divulgados dados de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA, que aumentaram inesperadamente na semana passada, mas não há uma mudança material nas condições do mercado de trabalho, com a demanda por trabalhadores forte e a escassez de mão-de-obra grande.
Já o índice de preços ao produtor para a demanda final subiu 0,5% em abril, de 1,6% em março, uma vez que os aumentos no custo da energia se moderaram.
“O que estamos vendo é que a inflação está começando a desacelerar, mas a velocidade não tem sido tão rápida quanto as pessoas esperavam. Então acho que os mercados ainda estão com medo disso”, disse Gene Goldman, diretor de investimentos da Cetera Investment Management.
“Há realmente muita incerteza em torno do Fed agora. Se eles são muito agressivos, isso prejudica o crescimento econômico, mas (se) eles são muito conservadores, a inflação mais alta prejudica o consumo, o que também prejudica o crescimento.”
Cenário interno
No Brasil, o cenário corporativo esteve em foco, com reação do mercado a balanços publicados na véspera, incluindo de Banco do Brasil (BBAS3) e JBS (JBSS3), enquanto investidores aguardavam por nova safra de resultados à noite.
A agenda de dados macroeconômicos teve o anúncio do volume do setor de serviços brasileiro, que avançou acima do esperado em março na comparação com o mês anterior, ainda que o dado de fevereiro tenha sido revisado para cima.
Bolsas mundiais
Wall Street
As ações dos EUA encerraram uma sessão de vaivém em leve baixa nesta quinta-feira, conforme investidores ponderavam sinais de que a inflação chegou a um pico com temores de que possa permanecer elevada por mais tempo do que o esperado, levando a um aperto monetário (alta de juros) ainda mais agressivo por parte do banco central norte-americano.
O Dow Jones caiu 0,33%, para 31.730 pontos; o S&P 500 recuou 0,13%, para 3.930,08 pontos, e o Nasdaq Composite teve variação positiva de 0,06%, para 11.370,96 pontos.
Europa
As ações europeias recuaram nesta quinta-feira, um dia depois que dados de inflação dos Estados Unidos alimentaram preocupações sobre o impacto de aumentos de juros no crescimento econômico. O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,75%, a 424,40 pontos, e devolveu grande parte dos ganhos do meio da semana. Os papéis de tecnologia, montadoras e mineração foram os que tiveram perdas mais acentuadas entre os setores.
As preocupações com aperto na política monetária, desaceleração econômica na China e aumento da inflação intensificaram temores de recessão, o que levou o STOXX 600 a perder 6,7% até agora em maio, embora os ganhos do primeiro trimestre tenham sido amplamente favoráveis.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 1,56%, a 7.233,34 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,64%, a 13.739,64 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 1,01%, a 6.206,26 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,67%, a 23.566,23 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 1,35%, a 8.200,40 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 2,33%, a 5.655,29 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações da China fecharam em baixa após uma sessão volátil nesta quinta-feira, uma vez que a inflação mais forte do que o esperado nos Estados Unidos afetou o sentimento, apesar do declínio dos casos de covid-19 e das promessas de autoridades de sustentar a economia.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,77%, a 25.748 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 2,24%, a 19.380 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,12%, a 3.054 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,44%, a 3.958 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 1,63%, a 2.550 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 2,43%, a 15.616 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 1,89%, a 3.165 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 1,75%, a 6.941 pontos.
*Com informações da Reuters.
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