Finanças
Ibovespa fecha quase estável após inflação nos EUA e serviços no Brasil
Já o dólar encerrou em baixa de 0,86%, a R$ 4,81.
O Ibovespa fechou com uma variação discreta nesta quarta-feira (12), distante da máxima do dia, após dados de inflação dos Estados Unidos corroborando expectativas de que o Federal Reserve (Fed) pode estar perto de encerrar o ciclo de alta dos juros e do volume de serviços do Brasil em maio. O dólar, por sua vez, encerrou em queda.
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No dia, o Ibovespa subiu 0,09%, aos 117.66 pontos. Já o dólar caiu 0,86%, negociado a R$ 4,81.
No fim da tarde, a taxa do Depósito Interbancário (DI) para janeiro de 2024 estava em 12,84%, ante 12,845% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,785%, ante 10,771% do ajuste anterior. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2026 estava em 10,105%, ante 10,107% do ajuste anterior, e a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,11%, ante 10,132%.
Inflação nos EUA
Os preços ao consumidor dos Estados Unidos subiram de forma modesta em junho e registraram seu menor aumento anual em mais de dois anos, com a continuação continuando a desacelerar, mas provavelmente não o suficiente para desencorajar o Fed de retomar a rendimento dos juros em sua reunião no final deste mês.
O índice de preços ao consumidor subiu 0,2% no mês passado, após subir 0,1% em maio, informou o Departamento do Trabalho nesta quarta-feira. O índice foi impulsionado pelos aumentos dos preços da gasolina, bem como dos aluguéis, que compensaram a queda do preço dos veículos usados.
Nos 12 meses até junho, o índice de preços ao consumidor avançou 3%. Esse foi o menor aumento anual desde março de 2021 e seguiu um avanço de 4% em maio.
Excluindo os preços voláteis de alimentos e energia, o índice aumentou 0,2% em junho. Foi a primeira vez em seis meses que o chamado núcleo da preservação não registrou ganhos de pelo menos 0,4%. Nos 12 meses até junho, o núcleo do índice caiu 4,8%, após alta de 5,3% em maio.
Para o economista da XP, Francisco Nobre, os dados têm muito pouco potencial para mudar a opinião dos membros do Fomc sobre a decisão de julho. “Continuamos esperando que o Fed entregue o aumento 0,25 p.p. que eles têm sinalizado fortemente.”
No entanto, ressaltou Nobre, os dados desta quarta-feira provavelmente serão altamente relevantes para a política monetária no médio prazo. “Em nossa opinião, diminui a chance de o Fed aumentar ainda mais os juros após a decisão de julho.”
Serviços surpreendem
O volume de serviços cresceu 0,9% no mês de maio, após queda de 1,5% no mês anterior, segundo divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (12). E o setor de transportes puxou a alta do índice.
Os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) mostram que o acumulado do ano está em 4,8%. Já nos últimos 12 meses, o avanço foi de 6,4%. Com o resultado, o índice está 11,5% acima do patamar pré-pandemia.
O resultado superou as expectativas do mercado. A projeção de economistas consultados pela Reuters era de alta de 0,3% no mês.
De acordo com o economista-chefe Étore Sanchez, da Ativa Investimentos, a Pesquisa Mensal de Serviços de maio surpreendeu para cima.
“Tendo como referência o PIB de serviços, a alínea da PMS de ‘outros serviços prestados às famílias’ é muito relevante, e a mesma manteve o forte comportamento. Evidentemente que parte relevante da surpresa do headline, que subiu 4,7%, teve contribuição de transportes, que haviam surpreendido em sentido oposto no resultado do mês anterior”, afirmou.
O economista afirmou ainda que revisou a perspectiva para o PIB de 2023, de 1,6% para 2%, mantendo 2024 em 1%.
Destaques
JBS
As ações da JBS (JBSS3) dispararam nesta quarta-feira, tocando máximas desde março, após a maior produtora de carnes do mundo retomar planos de listar suas ações nos Estados Unidos buscando ampliar sua capacidade para investir e crescer com menor custo de capital.
O CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, afirmou à Reuters, porém, que a dupla listagem — no Brasil e nos EUA — não é uma oferta de ações (IPO) no mercado norte-americano, como foi cogitado no passado. A empresa terá BDRs Nível 2 negociados na B3, lastreados nas ações Classe A listadas na NYSE.
No dia, os papéis saltaram 9,05%, a R$ 18,80.
B3
As ações da B3 (B3SA3) também estiveram em alta nesta quarta-feira após a divulgação de dados operacionais referentes ao mês de junho.
A bolsa brasileira registrou um avanço de 20,6% no número de investidores pessoas físicas, para 5,316 milhões, em relação ao mesmo mês de 2022. Ante maio de 2023, a alta foi de 0,4%.
Na sessão, as ações subiram 2,3%, sendo negociadas a R$ 14,25.
Azul
Já a Azul (AZUL4) esteve entre as maiores as perdas do Ibovespa após anunciar nesta quarta-feira que sua subsidiária, Azul Secured Finance LLP, lançou uma oferta privada de títulos de dívida seniores com garantia prioritária e vencimento em 2028. De acordo com a empresa aérea, a oferta faz parte do plano de reestruturação abrangente e permanente da companhia para otimizar a estrutura de capital e aumentar a posição de liquidez.
A ação caiu 4,28%, negociada a R$ 18,57.
Bolsas mundiais
Wall Street
As ações dos Estados Unidos fecharam em alta sólida nesta quarta-feira, lideradas por um ganho de mais de 1% do índice de tecnologia Nasdaq, após dados mostrarem que a inflação diminuiu ainda mais, uma vez que os preços ao consumidor norte-americano registraram o menor aumento anual em mais de dois anos.
De acordo com dados preliminares, o S&P 500 ganhou 0,75%, para 4.472,66 pontos. O Nasdaq avançou 1,16%, para 13.921,00 pontos. O Dow Jones subiu 0,27%, para 34.353,59 pontos.
Europa
As ações europeias saltaram nesta quarta-feira. O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 1,51%, a 458,54 pontos, estendendo os ganhos pelo quarto dia consecutivo.
Ganhos nas instituições financeiras elevaram o índice FTSE 100 do Reino Unido para liderar os ganhos entre os pares europeus e impulsionar o índice de bancos para alta de 1,9%.
O setor de mineradoras obteve os maiores ganhos setoriais, em alta de 3,8%, com o avanço dos preços dos metais por um dólar mais fraco.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 1,83%, a 7.416,11 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 1,47%, a 16.023,00 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 1,57%, a 7.333,01 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 1,75%, a 28.552,18 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 1,31%, a 9.453,70 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,95%, a 5.980,54 pontos.
*Com informações da Reuters.
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