Finanças
Dólar cai forte e termina a semana em R$ 5,05; Ibovespa fecha em alta
Mercado seguiu de olho em expectativas sobre juros nos EUA.
O dólar terminou a semana em queda sobre o real, chegando a ser negociado abaixo de R$ 5,05 na mínima desta sexta-feira (13). O movimento foi guiado pelo exterior e expectativas em relação aos juros nos Estados Unidos. Já o principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, voltou a registrar ganho semanal após cerca de um mês e meio.
No dia, o dólar caiu 1,61%, para R$ 5,0570, com baixa semanal de 0,36%. Já o Ibovespa subiu 1,17%, aos 106.924 mil pontos, na semana, o indicador registrou alta de 1,7%.
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“Temos um pregão de recuperação bastante em linha com as ações globais, que passaram por uma semana bastante turbulenta e de volatilidade”, diz Filipe Villegas, estrategista da Genial Investimentos.
Queda do dólar
Várias moedas arriscadas ou sensíveis às commodities, como pesos mexicano e chileno e dólar australiano, cujo movimento o real tende a acompanhar, também aceleraram os ganhos contra o dólar nesta sexta-feira.
Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos, atribuiu o alívio nos ativos de risco internacionais – incluindo as ações, que subiam tanto em Wall Street quanto na bolsa paulista – nesta sessão a fala recente do chefe do banco central dos Estados Unidos, Jerome Powell.
Na quinta-feira (12), Powell repetiu sua expectativa de que os juros serão elevados em 0,5 ponto percentual em cada uma das duas próximas reuniões do Federal Reserve (Fed), reduzindo alguns temores de que BC dos EUA seria forçado a elevar a taxa básica em 0,75 ponto para conter a inflação. Expectativas de um avanço mais agressivo nos juros pelo Fed tendem a puxar o dólar para cima.
O dólar tem subido no mundo inteiro neste segundo trimestre do ano, não apenas pela perspectiva de juros mais altos nos EUA, mas também pelos temores de uma recessão global, à medida que as principais economias são afetadas pelas consequências da guerra na Ucrânia e por lockdowns para combate à covid-19 na China.
“Se as taxas (do mercado de juros) dos EUA negociarem melhor (mais altas) devido ao aumento da aversão ao risco, podemos esperar um dólar mais forte neste ambiente”, escreveram estrategistas do Citi em relatório publicado na noite de quinta-feira. “Com as surpresas de inflação nos mercados emergentes também subindo e este vento contrário para moedas emergentes, mantemos… nossa posição geral comprada em dólar.”
Os rendimentos dos títulos soberanos de dez anos dos Estados Unidos – referência global para investimentos – chegaram a superar a marca de 3,2% no início desta semana, indo aos maiores patamares em três anos e meio, embora já tenham recuado para cerca de 2,9% desde então.
Analistas ainda apontam o patamar elevado da taxa Selic, atualmente em 12,75%, como um fator de suporte para o real, já que isso torna a renda fixa doméstica atraente para investidores que buscam retornos altos. O Brasil voltou a liderar a lista dos países com maiores juros reais do mundo.
Bolsas mundiais
Wall Street
Wall Street teve um rali e fechou em alta nesta sexta-feira, encerrando uma semana volátil de intensas oscilações no mercado conforme o alívio por sinais de pico da inflação se contrapunha a temores de que o aperto da política monetária do Federal Reserve possa levar a economia dos Estados Unidos à recessão.
De acordo com dados preliminares, o S&P 500 ganhou 2,41%, para 4.024,65 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq valorizou 3,84%, para 11.807,57 pontos. O Dow Jones subiu 1,47%, para 32.196,73 pontos.
Europa
As ações europeias subiram nesta sexta-feira e tiveram sua primeira alta semanal em cinco semanas, depois que uma busca por pechinchas tomou conta do pregão após preocupações com um aperto agressivo da política monetária e uma desaceleração do crescimento global.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 2,14%, a 433,48 pontos. Os setores de viagens e lazer, bancos e ações pessoais e domésticas lideraram os ganhos.
“Os mercados de ações estão mostrando fortes ganhos à medida que caçadores de pechinchas compram ações”, disse David Madden, analista de mercado da Equiti Capital.
Incluindo os ganhos desta sexta-feira, o STOXX 600 interrompeu uma sequência de quatro semanas de perdas.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 2,55%, a 7.418,15 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 2,10%, a 14.027,93 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 2,52%, a 6.362,68 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 2,05%, a 24.048,29 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 1,68%, a 8.338,10 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,88%, a 5.705,12 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações da China subiram nesta sexta-feira, após Xangai dizer que busca deter neste mês a propagação da covid-19 em áreas fora de suas zonas de quarentena rigorosamente regulamentadas, enquanto as promessas das autoridades de sustentar a economia também ajudaram o sentimento.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 2,64%, a 26.427 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 2,68%, a 19.898 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,96%, a 3.084 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,75%, a 3.988 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 2,12%, a 2.604 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 1,38%, a 15.832 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,82%, a 3.191 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 1,93%, a 7.075 pontos.
*Com informações da Reuters.
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