O dólar teve novo dia de alta e chegou a bater R$ 5,15 nesta terça-feira (14), enquanto o Ibovespa fechou em queda novamente após atingir mínimas desde janeiro no dia anterior. Agentes financeiros continuam à espera do desfecho da reunião de decisão sobre aumento de juros nos Estados Unidos nesta quarta-feira (15), dia em que também deve haver definição sobre a taxa Selic no Brasil.

O dólar subiu 0,37%, a R$ 5,1333, após chegar a R$ 5,1518 na máxima do dia. O Ibovespa recuou 0,52%, aos 102.036 pontos.

Foi o oitavo pregão seguido de queda do Ibovespa. Com tal desempenho, o indicador acumula declínio de 9,19% na maior série de perdas desde setembro de 2015, quando também caiu oito sessões seguidas. A última vez em que o índice registrou mais quedas consecutivas julho e agosto de 1998 – nove.

Olho no Fed

O foco do mercado segue voltado para o que o banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) vai decidir sobre a taxa de juros no país, além de sinais sobre os próximos passos.

O mercado já espera altas de taxas pelo Fed, mas um avanço maior de juros pode oferecer novo fôlego ao dólar, que na segunda-feira (13) renovou máxima em 20 anos contra uma cesta de outras moedas.

As apostas de que o Fed deve subir os juros com mais velocidade vêm ganhando força em meio a divulgação de dados de inflação nos EUA. Nesta quarta, a inflação ao produtor dos EUA de maio veio em linha com o esperado e até abriu espaço para uma correção inicial de baixa no dólar. De toda forma os números vieram ainda fortes e sugerem que a inflação pode continuar elevada por mais tempo, mantendo a pressão para o Fed acelerar o ritmo de alta dos juros.

Taxa Selic

No Brasil, o mercado debate ainda o que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai indicar ao término de sua reunião na quarta, poucas horas depois do anúncio do Fed. Tem crescido apostas de que o colegiado do Banco Central pode elevar os juros na quarta em 0,75 ponto percentual, embora um aumento de 0,50 ponto ainda seja consenso por larga escala.

No Brasil, investidores também reagem aos dados do setor de serviços, que cresceu 0,2% em abril, abaixo do esperado pelo mercado.

Bolsas mundiais

Wall Street

O S&P 500 encerrou em baixa, uma vez que o índice não conseguiu se recuperar de uma forte liquidação na sessão anterior, também de olho no Fed.

O índice S&P 500 fechou em queda de 0,38%, a 3.735,48 pontos. O Dow Jones caiu 0,50%, a 30.364,83 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite avançou 0,18%, a 10.828,35 pontos.

Europa

As ações europeias registraram a sexta sessão consecutiva de queda, também devido a preocupações com uma agressiva elevação dos juros nos Estados Unidos e uma potencial recessão. O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em baixa de 1,26%, a 407,32 pontos, depois de cair 2,4% na segunda-feira, para mínima de mais de três meses.

Ásia e Pacífico

As ações de Xangai fecharam em máxima de três meses nesta terça-feira, enquanto o mercado em Hong Kong ficou estável, apesar da queda em Wall Street devido aos temores de aumentos agressivos nos juros dos Estados Unidos, uma vez que analistas esperam que o crescimento da China se recupere com mais suporte.

* Com informações da Reuters