Finanças

Ibovespa fecha abaixo de 107 mil pontos; dólar sobe pelo 4° pregão consecutivo

Ata do Copom influenciou desempenho do índice ao longo do dia; PEC dos Precatórios e inflação ao produtor nos EUA ficam no radar dos investidores.

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O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou o pregão em queda nesta terça-feira (14), refletindo o dia negativo do exterior, às vésperas de decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed). Além disso, o índice operou em baixa ao longo de todo o dia, devido a divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central).

O dólar recuperou completamente perdas registradas durante a sessão e fechou em alta contra o real pelo quarto pregão consecutivo, refletindo força da divisa norte-americana no exterior e manutenção da nota de crédito soberano do Brasil em “BB-” pela Fitch, com perspectiva negativa.

Neste dia, o Ibovespa recuou 0,58%, aos 106.759 pontos. Já o dólar subiu em 0,40% frente ao real, comercializado a R$ 5,6937.

Cenário

Nesta tarde, a agência de classificação de risco Fitch Ratings reafirmou a nota de crédito soberano do Brasil em moeda estrangeira em “BB-“, com perspectiva negativa, a qual por sua vez reflete riscos negativos à economia, às finanças públicas e à trajetória da dívida.

Os mercados financeiros operavam em campo mais conservador nesta terça-feira, atentos ao noticiário sobre a ômicron e mantendo a ansiedade em torno da série de decisões de política monetária previstas para esta semana.

No Brasil, a ata da reunião do Copom da semana passada reafirmou que o BC levará os juros a território que promova não apenas desinflação, mas também ancoragem das expectativas em torno das metas, e novamente chegou a fazer comparações entre cenários envolvendo ritmos de ajuste mais fortes e quadros em que a taxa de juros permanece elevada por período mais longo.

Com o tom mais agressivo do Banco Central, as projeções para o patamar da taxa básica de juros ao fim do processo de aperto monetário devem aumentar disse Cruz. “Essa taxa no Focus abaixo de 12% não deve durar tanto.”

O mais recente boletim semanal Focus do Bacen, divulgado na segunda-feira, projeta Selic de 11,50% ao fim de 2022.

A agenda brasileira ainda conou com dados do setor de serviços referentes a outubro, mas com os mercados de olho ainda em Brasília, onde deputados podem votar trechos da PEC dos Precatórios alterados pelo Senado Federal.

Destaques da B3

No pregão da bolsa brasileira, os destaques do dia foram as ações da Marfrig (MRFG3), JBS (JBSS3) e BRF (BRFS3), que, na sequência, fecharam em alta de 6,8%, 5,34% e 3,58%. Por outro lado, os papéis do Banco Pan (BPAN4) encerraram com a maior queda, que foi de 12,18%, seguido de Locaweb (LWSA3), com baixa de 11,11%, e Méliuz (CASH3), com declínio de 10,68%.

  • Saiba mais sobre ativos da bolsa: BDR da XP recua após Itaúsa vender participação; Enjoei despenca 17%.

Bolsas mundiais

Wall Street

Wall Street fechou em baixa depois que dados mostraram que os preços ao produtor subiram mais do que o esperado nos Estados Unidos em novembro, solidificando as expectativas de que o Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) anunciará esta semana uma redução mais rápida das suas compras de ativos.

O Dow Jones caiu 0,3% para 35.544,18 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 0,75% para 4.634,09 pontos.

O Nasdaq Composite recuou 1,14% para 15.237,64 pontos.

Europa

s ações europeias reverteram seus ganhos iniciais e fecharam em queda pela quinta sessão consecutiva nesta terça-feira, pressionadas por papéis de tecnologia, enquanto o setor de saúde caiu apesar do rali de 12,6% na companhia Vifor Pharma.

O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,84%, a 469,56 pontos.

O STOXX 600 atingiu as mínimas da sessão após dados mostrarem alta acima do esperado nos preços ao produtor nos Estados Unidos, o que levou os índices de Wall Street a uma abertura negativa, com o mercado à espera ainda da decisão de política monetária do Federal Reserve.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,18%, a 7.218,64 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 1,08%, a 15.453,56 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,69%, a 6.895,31 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,02%, a 26.556,67 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,67%, a 8.378,50 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,81%, a 5.443,95 pontos.

Ásia e Pacífico

As ações da China terminaram em queda nesta terça-feira, com perdas em setores de materiais básicos, finanças e consumo discricionário, em meio a preocupações sobre o impacto da variante ômicron da covid-19 e riscos de dívidas enfrentados pelas incorporadoras imobiliários.

O regulador de valores mobiliários da China disse na segunda-feira que resolveria adequadamente os riscos de inadimplência dos títulos e reprimiria “trocas financeiras falsas” após realizar uma reunião para discutir as instruções da Conferência Central de Trabalho Econômico da semana passada.

Também atingindo o sentimento, várias empresas em um dos maiores centros de manufatura da China suspenderam operações em meio a tentativas de conter um surto da covid-19.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei caiu 0,73%, aos 28.432,64 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,33%, a 23.635,95 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,53%, a 3.661,53 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,67%, a 5.049,70 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,46%, a 2.987,95 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,95%, a 17.599,37 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,04%, a 3.121,09 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,01%, a 7.378,40 pontos.

Com informações da Reuters

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